No Carnaval, cercada de azul e rosa, Daniela Mercury luta por liberdade de expressão

Mais um Carnaval e mais uma vez Daniela Mercury realiza um flash mob para divulgar sua música de trabalho. Segurando balões azuis e rosas, a cantora surgiu nos corredores do shopping da Bahia ao lado dos seus dançarinos, também vestidos com roupas das duas cores que são marca registrada no clipe da sua música fruto de uma parceria com Caetano Veloso “Proibido Carnaval”. 

 

Foto: Lara Teixeira / Bahia Notícias

 

No início da coletiva de imprensa realizada pela cantora baiana nesta quinta-feira (22), Daniela, antes de apresentar a sua programação de Carnaval, falou sobre o julgamento da criminalização da homofobia e afirmou estar confiante sobre o resultado. "Estou muito otimista que a gente vai conseguir essa aprovação, porque assim, teremos a chance de educar melhor a população e mudar nossos hábitos. Ainda temos uma sociedade que reitera hábitos discriminatórios constantemente e não precisamos disso para sermos felizes. Podemos viver muito melhor com mais igualdade, mais respeito, mais inclusão e buscando que todos tenham a mesma oportunidade", declarou a artista. 

 

Este ano, Daniela receberá em seu trio o cantor capixaba Silva, atores do grupo de teatro Dzi Croquettes (no trio em São Paulo) e também a cantora Majur, o rapper baiano Hiran e a roqueira baiana Thathi. Os três últimos também estavam presentes na coletiva e falaram que estão muito felizes com o convite de Daniela. A cantora aproveitou o momento em que apresentava os artistas para dar uma dica: "Se preparem porque são horas e horas de show. Silva ficou impressionado quando viu a quantidade de músicas do repertório e quando descobriu o tempo que passamos em cima do trio".

 

Sobre uma possível participação de Caetano Veloso em seu trio, a cantora baiana brincou: "precisamos perguntar aos búzios". Ela disse que seria um honra ter a participação do músico em seu trio, mas não pode confirmar nada.

 

Majuh, Thathi, Daniela Mercury e Hiran | Foto: Lara Teixeira

 

Ainda sobre "Probido Carnaval", Daniela fez questão de destacar a importância da liberdade de expressão, principalmente quando relacionada a arte. "Fiz a música porque eu queria falar da liberdade de expressão e obviamente proibição é a melhor forma da gente chamar atenção para as tentativas de censura e de coibir e impedir a nossa liberdade de expressão como artista. E não existe nada mais precioso para a arte a liberdade do que a liberdade de expressão para a arte. Perder a liberdade de expressão na arte é perder tudo. Então eu achei que esse era o tema mais importante  a ser abordado junto com obviamente o reforço ao Ilê, celebrando 45 anos, e eu queria falar da força feminina e “Proibido Carnaval” vem reforçar todas as minorias,  mas eu não podia perder a oportunidade de falar de nós, a minha comunidade LGBT", revelou a artista. 

 

A cantora explicou que foi "pegando partes" da sua música de trabalho para inspirar suas apresentações do Carnaval, que serão divididas pelos seguintes temas: na quinta-feira (28) será o "Trio da Mulherada" com a participação da guitarrista Thathi, no sábado (2) o "Trio da Tropicália" com Majuh e Hiran, no domingo (3) será o "Dia Misterioso", na segunda-feira (4) o crocodilo será a "nova Grécia" junto com Silva e na terça-feira (5) será uma homenagem aos blocos afros e afoxé de Salvador e ainda no domingo ela se apresentará em São Paulo com participação dos atores do Dzi Croquettes.

 

Amante da folia, Daniela Mercury fez questão de afirmar que “Todo dia é Carnaval”. “O Carnaval é só para lembrar tudo aquilo já somos o ano inteiro: liberdade de expressão, brincadeira, sonho, lúdico, humanidade, arte, amor, tudo isso junto.