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Destaque do rádio, Nanny Moreno relembra convites ‘ousados’: ‘Caminho do dinheiro fácil’  

Por Júnior Moreira

Destaque do rádio, Nanny Moreno relembra convites ‘ousados’: ‘Caminho do dinheiro fácil’  
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Não é possível decretar que sorte é critério básico para ter sucesso na vida profissional, mas não seria leviano dizer que fez toda a diferença na história da radialista Nanny Moreno. Filha de baiana com mineiro, ela nasceu em Uberlândia e sonhava em ser cantora. Aos 23 anos, mudou-se para Salvador – sem conhecer ninguém – com apenas três parcelas do seguro desemprego no bolso, em busca de ser famosa. Oito anos depois, Nany virou um dos principais nomes do rádio popular baiano. “Quando a gente tem sonhos fica sem limites. Acho que o rádio me escolheu e me adotou.  Não tinha a menor pretensão em ser radialista”, confessou ao Bahia Notícias.

 

Sua trajetória é curiosa e poderia soar como um conto de fadas contemporâneo. Ao desembarcar na Terra do Axé, ficou perdida no aeroporto e conheceu uma mulher chamada Sônia – seu “anjo da guarda” –, que tinha acabado de chegar da França. Ao contar sua história, foi convidada pela até então desconhecida para morar com ela em Colinas de Pituaçu. “Fiquei três meses na casa dela. Com o tempo, senti a necessidade de ter o meu lugar”, explicou. Mudou-se para o bairro 2 de Julho e começou a fazer ações em portas de loja. “Ganhava R$ 30, R$ 40 por dia. Porém, como nem sempre tinha evento, resolvi me vestir de palhacinha no sinal para conseguir mais por fora. Era uma maneira engraçada de chamar atenção das pessoas”, lembrou.

 

Na linha de ter a sorte como companhia, sua entrada na Bahia FM – onde ficou por oito anos – também aconteceu de maneira inusitada. “Certo dia, um taxista estava com o som ligado na Bahia FM e ouvi uma promoção para subir no trio e conhecer Claudia Leitte. ‘Gente, que promoção massa’, pensei. Perguntei mais coisas a ele. ‘Imagina seu eu subir no trio da Claudia Leitte? Vou ficar famosa’, falei. Só que não tinha dinheiro, não fazia ideia onde era a rádio, não tinha noção de espaço ainda. Ele falou que era próximo e me levou lá”, contou.

 

Ao chegar na porta da Rede Bahia, foi informada que era preciso marcar hora. “Malandrinha de rua que sou, disse que não era de Salvador e não tinha como voltar depois. Insisti mesmo. O segurança chamou o Felipe Gonzalez, que na época era estagiário da Bahia FM. Quando entrei, já começou a me perguntar de onde era, pois eles estavam precisando de uma locutora. Disse que não queria fazer rádio, mesmo estando em dificuldade financeira”, explanou. Mesmo assim, foi apresentada a Maurício Habib, coordenador de programação da Rádio. “Ele fez um teste comigo e eu achando que ainda era para subir no trio de Claudinha. No final, falou que estava precisando de uma mulher para ficar nos eventos, que fosse o perfil ‘explosivo’... Resolvi aceitar o convite e até hoje nunca subi no trio da Claudia Leitte”, admitiu aos risos.

Nany ficou no setor de promoções por cinco anos até que em 2015 assumiu o programa noturno de sexo, o “'Vuco Vuco”. “Recebi uma proposta de uma rádio de Uberlândia e resolvei aceitar. Quando comuniquei, eles não me deixaram sair. Me deram um programa”. Com o sucesso da atração, foi convidada a integrar a reformulação do “Fuzuê”, onde ficou até migrar para a Piatã FM este ano (veja aqui).  “Já não tinha mais tantas novidades para o ouvinte, sempre fazia a mesma coisa, tinha ideia de fazer algumas coisas diferentes, a produção gostava, mas não ia para frente. Esta foi a 6ª vez que a Piatã tentou me levar e vi que era a hora de aceitar”, reafirmou.

 

Com tudo isso, o sonho de ser cantora ficou para trás. “Tive três caminhos na vida: o de pessoas ruins que te oferecem coisas, dizendo que vão melhorar sua vida, mas você sabe que é uma grande ilusão; tive o rádio; e o outro que era ser cantora. Vi que o do dinheiro fácil não me interessava. Digo fácil, pois nesse meio conheci juízes, artistas que me pediam coisas. Já teve um artista que cuspi na cara, pois queria me oferecer dinheiro em troca de favores. ‘Se você for ali comigo, te dou comida’”, confessou irritada. Com problemas na casa dos pais, precisou tomar uma decisão. “Assumi responsabilidade com minha família e passei a investir no rádio”.

 

Atualmente, o que mais gosta na profissão é a aproximação com seu público e a liberdade de fazer o que quiser. Quanto ao futuro, pensa em fazer algum projeto na linha de TV. “Começamos já a produzir alguns vídeos para web. É um objetivo. Quero muito. Acredito que terei mais contato com meu ouvinte, que será telespectador”. Na Piatã, a menina de sorte comanda o programa "Tarde Livre", das 13h às 17h, de segunda a sexta.