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Responsável por hits de Léo Santana, MC TH defende funk: ‘Querem calar a boca da favela’

Por Júnior Moreira

Responsável por hits de Léo Santana, MC TH defende funk: ‘Querem calar a boca da favela’
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Aqui na Bahia escutar o nome “MC TH” ainda pode soar estranho, mas seus versos dominaram as paradas musicais do último verão baiano. Dono de canções como “Apaga a Luz e Toma” e “Vidro Fumê”, que ficaram famosas na voz de Léo Santana, e “Aproveita que a Mamadeira tá Cheia”, hit importado por Robyssão, o carioca Thiago da Silva Mercês virou funkeiro em 2014 e, com milhões de visualizações dos seus videoclipes no Youtube e mais de um milhão de seguidores nas redes sociais, já é o cantor do segmento mais bem pago da atualidade. “Fruto de um trabalho feito com muito amor”, confessa, modesto, ao Bahia Notícias. Ele reconhece que o apoio dos baianos está sendo fundamental para alcançar outras praças do país. “Sou muito grato aos artistas daqui, principalmente a Léo. Desde o começo com o ‘Contatinho’ [Vidro Fumê] ele já vem divulgando meu trabalho e a procura do público baiano foi aumentando, sabe?”, agradece. Questionado sobre com quais artistas da terra do Axé gostaria de colaborar, elencou alguns: “Gosto muito do ritmo da La Fúria por ser um ‘guetto’ de batida bem ‘favelão’. Curto o Psirico também. Acredito que quanto mais 'collabs' [parcerias] tivermos é melhor, pois significa unir forças. Ainda mais aqui na Bahia que tem a musicalidade e percussão apaixonantes. Minha nova música, por exemplo, ‘Clima Quente’, coloquei um pagodão para homenagear o ritmo que sou fã”, expõe. Indica, inclusive, que uma das suas próximas poderá ser com o Gigante. “Estamos estudando, vendo o planejamento”.

Além das músicas, algo que é interessante de prestar atenção é que boa parte dos seus versos vem virando memes pelo país. A frase “é festa na árvore, só vai quem trepa”, por exemplo, foi repetida diversas vezes na internet. Quanto a isso, ele revela: “Converso muito com pessoas mais velhas e elas sempre têm esses bordões. É muito engraçado essa mistura. Quando ouço algo assim, anoto no bloco de notas e começo a pensar na letra”. Quanto a sua maior inspiração, não faz mistério: Catra. Porém, não somente pela quantidade de mulheres e filhos, mas também pela história de vida. “Catra não se limitou. É formado, bilíngue. Ele sabe conversar com todo mundo. Não vai abaixar a cabeça para ninguém por ser negro”. Por falar em não se intimidar, TH repudiou o projeto de lei que tenta criminalizar o funk. “Como é que podem querer barrar uma porta aberta hoje na comunidade para o jovem? De 100%, 40% dos adolescentes querem ser jogadores de futebol e vamos dizer que 30% desejam ser MC’s, porque é o que a comunidade respira. Agradeço ao funk pela vida melhor que minha família tem. Claro que algumas músicas são escrachadas por conta da realidade que se vê, a gente acaba cantando aquilo que vive, mas você vai criminalizar aquele que não foi educado de forma correta? É isso? Acho que com esse projeto querem calar a boca da favela”.

Com a repercussão alcançada, TH já emplacou participações em trabalhos de artistas como Dennis, Guimê, Cacife Clandestino e Valesca Popozuda. A última, por exemplo, o aproximou do público LGBT, fato comemorado por ele. “Cresceu muito. Foi um prazer trabalhar com a Val. Quando comecei, ela já estava lá. É um público muito fiel, que te abraça de uma tal forma, [é] único. Além disso, me respeitam muito. Foi uma collab perfeita e que eu precisava para enxergar esse público de uma forma muito diferente”. Outra funkeira que ele agradece pelo trabalho que vem desenvolvendo é a Anitta. “Devemos muito a ela. A música latina já está dominando a Europa e agora temos uma brasileira lá também. Ela está rompendo barreiras, levando a nossa música muito, muito além. Isso é bom. Temos que ser gratos”, certifica. Durante passagem aqui por Salvador, MC TH gravou a coreografia da música “Clima Quente” com a Fitdance. Na última semana, a faixa ganhou um clipe, gravado no Chile, que já está disponível no YouTube. Assista: