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Apostando na mistura de ritmos, banda 'De Manhia' mantém fórmula: 'Mulher no comando'

Por Júnior Moreira / Pascoal de Oliveira

Apostando na mistura de ritmos, banda 'De Manhia' mantém fórmula: 'Mulher no comando'
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Com mais de seis discos lançados em seus cinco anos de carreira, a banda "De Manhia” ficou conhecida no cenário musical baiano pela versatilidade musical e por canções que prezam pelo respeito com as mulheres. Aproveitando a entrada de Michele Dhára, a Mika, como a nova vocalista, o Bahia Notícias conversou um pouco mais com a cantora para saber as novidades do grupo e as expectativas da nova voz, que já passou por bandas conhecidas como “Filomena Bagaceira”, “Flor de Maracujá” e “Melaço de Cana”.

 

Quem olha para a trajetória de Mika imagina que ela sempre esteve ligada ao forró. Porém, ritmos não faltaram durante seu descobrimento musical. “Quando comecei a cantar, meu sonho era ser cantora de axé e cantar na Banda Eva. Eu chorava quando via Ivete passar”, relembrou a morena, que também já se arriscou no pagode. E o começo da sua paixão pela música começou cedo. “Meu pai tinha violão e dizia que cantava né? Não era bem isso, mas ele se achava. Bem novinha, com dois ou três anos de idade, eu lembro que ele já tinha caixa de som e microfone em casa e eu ficava brincando com eles. Meus irmãos sempre tocaram violão e cantavam bem. Eu fui crescendo vendo isso.” Entretanto, ela é direta ao dizer que sua voz é uma herança materna: “meu dom veio dela!”.

 

Foto: Divulgação

 

A vinda para a banda “De Manhia” foi fruto da junção entre admiração e intuição. “Foi uma oportunidade que surgiu. Sabe aquele cavalo selado que passa e você pensa: ‘olha, pode ser alguma coisa’. Eu sou muito estranha [ risos] e acredito em muitas coisas. De uns três meses para cá só aparecia em minha frente 11 11, 12 12, 13 13 em placas de carro etc. Eu achei que tinha alguma coisa de errado e fui pesquisar. O universo estava falando de mudanças, então eu tinha que mudar, alguma coisa tinha que surgir na minha vida. Podia ser um sinal, então eu falei que o que viesse de proposta, de interessante, de oportunidade de fazer algo diferente para fugir daquele caminho traçado que eu fiz, eu iria fazer”, relatou. Ademais, a cantora parece conhecer bem a banda que integra: “Eu acho que é uma banda que vem trazendo um outro foco, principalmente na musicalidade porque é uma banda de sertanejo com batidas de axé, de pagode, de arrochadeira, de forró. Tem uma mistura. Eu acho que é uma banda baiana que abre muitos recursos dentro da música. Tem muita percussão, tem uma batida diferente e pode vim encantar o público por causa dessa diferença. E com mais uma mulher no comando.”


Determinada, Mika considera que sua experiência e força feminina são pontos que podem contribuir muito com a banda. “Depois de um certo tempo, a gente sabe mais o que quer, vem com mais opinião formada e decidida. A minha vontade é agregar valores e extrair a força da mulherada”, garantiu. E falando em mulheres, a artista é muito clara no seu foco: “Meu principal público, hoje em dia, não são os homens. Eu quero atingir as mulheres. Dizer para elas que elas são maravilhosas. Gordinhas, magras, altas, negras, brancas, elas não são obrigadas a nada. E isso vem muito da minha história. Na minha infância e adolescência eu sofri muito bullying. Eu era gordinha ou alta demais, sempre fui alvo, sempre quis me esconder. Eu achava que eu era o patinho feio da situação. Mas, a partir de uma certa idade eu me olhei no espelho e falei: ‘eu não sou assim, como as pessoas dizem que eu sou. Eu sou mais do que isso’”.

 

A partir dos seus anos de vivência com o forró, a forrozeira tentou traçar um quadro desse gênero musical na Bahia. “Já foi mais forte. Eu acho que enfraqueceu de alguns anos para cá. Tem algumas bandas de sertanejo chegando aí e que já existem, mas eu acho que o forró enfraqueceu bastante. Na minha época, até 2012, eu acho que estava mais forte”. “Não sei se foi porque o sertanejo porque com mais força e o forró foi se escondendo. Algumas bandas foram dando uma paradinha. Cangaia [de Jegue] e Estakazero eu já não consigo ver tanto como antes”, completou. 

 

 

Na nova fase do grupo, a música “Se Liga No Recado”, já conhecida dos fãs, foi escolhida para continuar sendo a canção de trabalho por causa da mensagem que ela carrega. “É o lance do empoderamento. Nós não somos obrigadas só porque ficamos com alguém que temos que ceder mais. A gente faz o que a gente quer”, explicou. Além disso, a vocalista revelou que banda está preparando um álbum autoral, com nove faixas, que tem lançamento previsto para o dia 5 de junho. “É um CD que está bem trabalhado, bem legal. Têm batidas românticas, tem músicas que são mais ‘para cima’, tem aquelas que falam sobre empoderamento, tem sertanejo, tem forró, tem arrocha... Está eclético e bem bacana”, detalhou a artista, que depois revelou que um CD ao vivo com 21 músicas será lançado semanas após o registro autoral. Interessada, Mika diz que não deixa de dar sua opinião no processo de construção das músicas: “O que eu mais dou é palpite. Acho que a gente tem que entrar com autonomia e falar: ‘acho que isso não combina comigo’. Tem músicas que realmente não combinam comigo e não tem como eu cantar porque eu não vou conseguir dar uma interpretação correta para ela, não irei sentir a música”. Por fim, quem acompanha a banda pode ficar feliz porque três clipes, que já estão prontos, serão lançados ainda este ano.