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Desafio será acreditarem que as cenas são reais, diz diretor de 'Deus Salve o Rei'

Por Júnior Moreira

Desafio será acreditarem que as cenas são reais, diz diretor de 'Deus Salve o Rei'
Foto: Júnior Moreira / Bahia Notícias

Intensa campanha de divulgação em TV, cinema e internet, elevado investimento em computação gráfica, escolha de elenco popular nas redes sociais, mais de 4.000 metros quadrados de área ocupadas pelas locações e inspiração em séries de sucesso, como “Game Of Thrones” e “Vikings”. Estas são algumas características que compõem a novela das 19h da Globo, “Deus Salve o Rei”, que estrou nesta terça-feira (9) em todo o Brasil. E não é à toa. A escolha por uma história medieval no horário em que habitualmente o público está acostumado a ver humor é um risco e, por isso, convencer as pessoas de casa que vale a pena acompanhar se fez necessário. Com direção artística de Fabrício Mamberti, o enredo medieval de Daniel Adjafre trata de "escolhas e consequências". A trama inicia com dois reinos que vivem em paz há décadas. Montemor é rico em minério de ferro, mas sofre com falta de água. Artena, por outro lado, possui este recurso em abundância. Com isso, um acordo estabelecido entre os espaços equilibra essa balança. Durante passagem por Salvador, um dos diretores da história, João Boltshauser, conversou sobre esta empreitada. “Estamos falando de 200 anos antes do Brasil ser ‘descoberto’ pelos portugueses. Então, tivemos uma equipe que foi para a Europa buscar imagens de ambientação para criar um banco. É construir tudo do zero. É buscar figurinos, materiais de cena... Não existe nem o que alugar. Quando é algo de época mais recente, até encontramos lugares que alugam, mas nesse caso não”, frisou. Para ele, o maior desafio será fazer as pessoas acreditarem que as cenas exibidas são reais.

 

Como dito, um dos fortes de “Deus Salve o Rei” é a escolha do elenco popular na internet. Para se ter uma ideia, a trama é protagonizada pelas duas atrizes mais seguidas nas redes sociais do Brasil: Bruna Marquezine e Marina Ruy Barbosa. Outra global que deve chamar a atenção é a atriz Marina Moschen, nova queridinha entre os adolescentes, principalmente por conta do seu trabalho em “Malhação” e “Rock Story”. Ela será Selena, uma jovem que possui dons sobrenaturais e pode mudar o ambiente de acordo com as suas emoções. “É uma personagem completamente diferente. Então, o maior desafio é mostrar às pessoas que ela é capaz de fazer qualquer coisa, independentemente de ser mulher. A Selena irá sofrer muito preconceito por ser a primeira mulher na academia militar”, especificou durante conversa com o Bahia Notícias. Para viver a heroína, a global, que teve longa preparação física com arco e flecha, disse que o processo foi tranquilo. “A gente tinha um professor para cada área e fazíamos em grupo. Minha maior dificuldade foi na aula de equitação (risos), porque tenho medo de andar a cavalo, mas deu tudo certo”, salientou.

Uma das marcas da Selena será abordar questões feministas em uma época em que a mulher não tinha nenhum direito. “Ela é à frente do seu tempo, mesmo sem ter esse raciocínio ou visão de fazer coisas diferentes, entende? Ela só queria fazer o que desse. Acho que a Selena será uma inspiração para várias meninas, assim como já é para mim”, analisou. Contudo, aos fãs que esperam alguma semelhança com Yasmin, sua personagem em “Rock Story”, Marina logo adianta. “Elas não têm quase nada em comum, a não ser a determinação. Quando a Yasmin queria alguma coisa, ia até o fim. A Selena também é assim, mas, claro, que a Yasmin era por coisas mais fúteis, né?”, pontuou aos risos e reafirmou: “A novela é linda, cheia de amor, aventura, guerra. É bem diferente do que as pessoas estão acostumadas as ver. Estamos com a melhor expectativa e espero que dê tudo certo”.

 

Linda ou não, desde que as primeiras imagens começaram a circular na internet, as comparações com o seriado “Games Of Thrones” (GOT) ganharam forças. Quanto a isso, João explicou: “Adoro todas essas séries. Então, para mim é uma inspiração até quando vou fazer as cenas, pois a gente acaba estudando o que outros fizeram”, admitiu. Por outro lado, lembrou que para Daniel e Fabrício este não foi um trilho procurado. “Claro que há uma coisa do inconsciente coletivo, pois chegamos a um momento em que várias séries assim estão no ar, como ‘Vikings’, ‘GOT’, ‘Merlin’... Umas mais engraçadas, outras mais realistas”, salientou. “Porém, a ideia original do Fabrício lá em 2015, surgiu ao saber da morte do grande Antônio Abujamra (ator e diretor de teatro) ao ver no ‘Vídeo Show’ uma matéria com o personagem do Ravengar, da novela ‘Que Rei Sou Eu? ’. Ali ele pensou: ‘Caramba, nunca mais a TV Globo fez uma coisa assim de época mais remota’. Essa é a nossa realidade”, explicou. Com essa ideia, a equipe partiu para construir esse universo. Contudo, a equipe se abalou quando um galpão da novela pegou fogo em novembro, destruindo parte dos cenários e figurinos. “O baque foi muito grande, mas foi só tivemos prejuízos financeiros. A Globo deu toda a estrutura para a gente se reerguer, tanto que estamos estreando na mesma data prevista inicialmente”, comemorou.

Durante sua trajetória, a Globo construiu um esquema de temáticas para suas novelas, fazendo com que a faixa das sete ficasse conhecida por carregar o humor como linha condutora. “Deus Salve o Rei” foge disso, o que, inicialmente, pode ser considerado um perigo, pois basta lembrar experiências frustradas de fuga, como em “Bang Bang” (2005) e “Além do Horizonte (2014). Quanto a isso, João se mostrou tranquilo. “Acho que a Globo como empresa busca apresentar coisas diversas para que seu espectador tenha um leque de opções. Então, é uma proposta ousada, o objetivo é de fazer algo diferente para o horário mesmo. Claro que a gente vai ter muito humor. Espero que dê muito certo. É um pouquinho diferente, mas acaba que a gente traz muitas coisas das situações atuais para nossa trama. Acredito que as pessoas irão se identificar”, torceu. “Deus Salve o Rei” tem previsão de ficar no ar até o mês de julho deste ano.