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Entrevista

Filipe Costa defende limites nas redes sociais, mas garante: 'Não aceito ser censurado’

Por Júnior Moreira Bordalo / Ian Meneses

Filipe Costa defende limites nas redes sociais, mas garante: 'Não aceito ser censurado’
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Há pouco mais de cinco anos envolvido com o telejornalismo, Filipe Costa já recebeu até apelido, o conhecido “menino de Pernambués”. Alguns podem até pensar que o lugar refere-se a sua origem, mas na verdade se trata de um episódio marcante de uma cobertura ao vivo no noticiário policial.

 

Integrante da equipe de profissionais da Record, Costa acredita que, para momentos de tensão entre polícia e população, uma postura ideal e segura é a de “ouvir os dois lados e sair sem entrar no mérito da questão”.

 

Ele não vê jornalistas como celebridades, mas ao estar presente em locais movimentados Filipe tem passado por outros tipos de tensão. “Quando eu entro numa loja, que as pessoas ficam me olhando, eu penso que elas estão achando que eu roubei alguma coisa”, disse, mesmo ciente de que elas podem conhecê-lo da TV.

 

Ter liberdade de opinar, para ele, é uma qualidade que o seu próprio trabalho oferece. Costa avalia que limites devem ser estabelecidos sobre o que se publica nas redes sociais, mas diz que existe uma lei que nenhuma pessoa conseguirá mudar nele: “Eu não aceito ser censurado por ninguém”.

A vontade de seguir o jornalismo sempre foi um sonho? Quando começou a gostar e ter mais afinidade com a área?
Sempre foi. Costumo dizer, pelo que já ouvi de outros jornalistas, que um bom jornalista nasce jornalista. É uma vocação. Não é igual a outras profissões, que ao longo da vida você vai percebendo e na última hora decide fazer o vestibular. É meio que um chamado que vem com você. Com 12 ou 13 anos, no começo da adolescência, eu percebi que queria seguir por essa área. Tive contato primeiro pela televisão, quando teve o atentado de 11 de setembro e uma série de grandes acontecimentos. Aquilo tudo me chamava atenção, as transmissões ao vivo, os repórteres no local, eu ficava: "Isso aqui é muito legal de fazer, eu quero fazer isso também". Começou a despertar isso em mim e eu fui devorando coisas relacionadas ao jornalismo e à televisão. Comecei a comprar jornais e revistas. Eu me lembro que quando comprei a primeira revista eu queria ler toda, cada coluna, cada reportagem… O vício foi crescendo até que chegou a hora de fazer o vestibular e eu já sabia que queria fazer Jornalismo. Passei de primeira na UFBA, Facom [Faculdade de Comunicação]. Cursei e já estava no mercado no segundo semestre. Fui emendando estágio um no outro e aí não saí mais. Desde 2008 estou no mercado.

 

Sempre foi um desejo trabalhar com televisão?
Logo no começo queria trabalhar no telejornalismo, só que ao longo da minha jornada de conhecimento da área fui percebendo que revista era legal, que jornal também era legal. Eu sempre quis assinar uma capa do A Tarde, comecei a ter esses desejos, inclusive consegui assinar uma capa do A Tarde sobre analfabetismo, como estagiário. A televisão meio que aconteceu, eu queria ter experiência em todas as áreas.

 

Antes de chegar na Record, por onde você passou?
Minha primeira experiência profissional, antes de trabalhar com qualquer coisa, foi na assessoria do Festival de Verão. Foi um choque para mim, porque tive acesso aos principais artistas do Brasil. Eu tinha que ver Ivete de perto, Claudia Leitte, Daniela... Você lidar com isso profissionalmente é difícil, ainda mais para um menino de 18 anos. Escorreguei em algumas coisas, eu pedia para tirar foto, eram coisas de “bem inexperiente”. Mas eles gostaram do meu trabalho e eu fiquei lá nos cinco dias. Fiquei com essa vontade de trabalhar e ir para a área. Depois, consegui fazer uma assessoria de imprensa na Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), fiquei lá quase um ano pegando releases de dados econômicos, aquelas tabelas imensas de dados que chegam dos profissionais da área e a gente tinha que traduzir aquilo para a imprensa se interessar pelo assunto. Fui de entrevistar artistas para traduzir tabelas de economia e gostei tanto quanto. Depois da SEI eu fui para rádio. Eu tinha um colega que já trabalhava na BandNews FM e falou: “Você tem que fazer rádio”. Gostou da minha narração e meu ritmo de fala, fiz a seleção e passei. Fiquei na BandNews por um tempo, só que eu queria assinar uma capa do A Tarde. O A Tarde acabou me chamando e fui estagiar lá. Passei seis meses e trabalhei com Biaggio Talento. O A Tarde fazia parceria com O Globo e então a gente fazia muito material da Bahia para eles. Participei de um especial e meu nome apareceu no jornal O Globo sobre a Copa do Mundo e a construção do estádio da Fonte Nova. Assinei sem querer uma capa do A Tarde, que era o meu grande sonho, do nada. Eu era um estagiário e nunca ia assinar uma capa. Só que no dia, a gente estava fazendo um material para soltar para as agências dos jornais nacionais sobre dados de analfabetismo e a Bahia liderava. O material ficou tão rico, era um dado tão importante, que no final da tarde o editor daqui de Salvador disse que queria isso para capa do A Tarde. Eu considero ainda hoje isso o ápice de minha carreira. Depois do A Tarde voltei para a BandNews com a garantia de que eu seria contratado depois de formado. Fiquei uns três anos na rádio até que a TV Band me chamou. Surgiu uma vaga de repórter e a diretora de jornalismo disse: “Vem para TV, a gente precisa de você e vamos ver o que vai dar”. Fiquei um ano e a Record me chamou. A Band foi uma experiência fantástica, porque eu não sabia nada de TV. Eu fiz Facom, na UFBA, e na minha época não tinha estrutura. Saí sem ler um teleprompter, sem experiência de estúdio. A gente fez reportagens práticas, mas muito poucas e então não tinha experiência quase nenhuma em televisão. A Band foi uma mãe, uma escola para mim. Eu agradeço sempre a Zuleica Andrade, diretora de jornalismo da Band Bahia, porque acreditou e foi uma professora. Todo dia tinha um ensinamento. Depois, a Record me chamou. Eu entrei no dia 1° de julho de 2015, vão fazer quatro anos.

Quais os desafios de fazer telejornalismo ao vivo, durante a noite e numa cidade como Salvador?
O ao vivo é desafiador, você está disposto ao que acontecer, não tem um roteiro, não está previsto. Você está ali falando de alguma coisa e de repente pode estourar uma bomba. Já aconteceu de ter tiro do meu lado. Eu sou míope e não uso óculos. Você fica perdido, à noite inclusive. No meio de uma manifestação a polícia chegou do meu lado e deu três tiros para o alto. Só que até ver que foi para o alto eu já tinha corrido muito, claro, não sabia de onde tinha vindo o ângulo do disparo. Meio dia, por exemplo, o horário mais complicado, seu ao vivo pode durar um minuto e pode durar meia hora. Vai depender de uma série de circunstâncias: se o público está querendo ver aquilo, se a fonte é boa, se o entrevistado que está ali sabe conversar, sabe explicar o que está acontecendo. Se ele está gaguejando, nervoso demais, a gente tende a poupá-lo e deixar a entrevista de lado e não tem como manter muito tempo. O ao vivo é muito do imprevisto, mas eu adoro.

 

Qual foi a situação mais inusitada você viveu até agora no ao vivo?
Foi essa, no “Cidade Alerta”. Ali na Avenida ACM, perto da entrada de Pernambués, numa época que estava queimando muito ônibus. Quando a gente chegou não tinha nem polícia. Um ônibus já estava pegando fogo e um segundo estavam jogando as coisas para tocar fogo. Quando a gente chegou e viu aquelas pessoas encapuzadas, estava tudo deserto e viram a nossa luz ligar. Os encapuzados vieram para cima da equipe e entramos logo em seguida no ar. Foi gritaria, o pessoal me pegando pelo braço e todo mundo tenso. Aí começa a mãe me mandando mensagem pelo WhatsApp e o pessoal preocupado. A gente pensa assim: se estamos ao vivo não vão fazer nada com a gente. Eles começaram a conversar com a gente e queriam denunciar a polícia, que tinha matado uma criança. Pareciam que as coisas estavam acalmando e chega a polícia atirando para o alto e um disparo foi bem do meu lado. Eu pensei que tinham me tirado do ar, mas não tinham e eu falando: “gente não tem condição, vou sair” e isso tudo foi ao vivo. Foi um momento muito tenso e até hoje as pessoas falam: “o menino de Pernambués”.

 

O programa policial foi algo que você sempre quis?
Não. Sempre tive o pé atrás. É muito difícil. Quando comecei, quando surgiu a vaga na Band, fui para o “Brasil Urgente”, na versão local. Queriam que eu fosse para a vaga do “Brasil Urgente” fazer reportagem à noite. Nada fácil para quem não tinha experiência com televisão. A primeira vez que entrevistei um bandido era um novinho, não sei nem se era menor de idade, eu chamei de senhor, no fundo de uma viatura. Eu não tinha noção do que eu estava fazendo. Fui pego de surpresa várias vezes. De repente eu estava 22 horas em Marechal Rondon, em frente a uma casa onde quatro pessoas da mesma família e um cara que estava visitando foram mortos queimados vivos. Eu vi os corpos queimados saindo da casa. Aquilo era muito pesado, como é que volta para casa para dormir depois?

 

Pela sua experiência e contato com a população, o que mais te aflige hoje em dia em relação aos problemas sociais que a cidade enfrenta?
Tem um problema muito sério, mas como pessoa e antes de ser jornalista, que é a injustiça. Eu me lembro quando pequeno, uma das coisas que mais me deixava angustiado era ver alguém na rua sendo maltratado por um superior. A autoridade e o oprimido me deixam muito angustiado e no jornalismo a gente tem acesso a isso o tempo inteiro. Você chega em um bairro e vê que o poder público ignora a existência mesmo pagando os impostos certinhos e em dia, isso me deixa muito triste. A gente tenta corrigir isso via jornalismo e quando estou ao vivo eu demonstro mesmo minha indignação. É uma forma de chamar mais atenção ainda para o problema. Quando o repórter não consegue disfarçar comove mais ainda e muita das minhas reportagens têm retorno imediato. Salvador é muito injusto, já aconteceu de eu fazer uma matéria no Corredor da Vitória e depois ir para o Subúrbio e você vê que não é possível que seja a mesma cidade.

E como é a sua rotina diária?
É muito tranquila. Mas depende do dia. Eu moro pertinho da Record, na Federação. Isso já me ajuda muito, por que não tem essa coisa de deslocamento. Eu pego de 14h às 20h, eu trabalhava antes até 12h, mas pedi para sair por conta do horário. Essa coisa de acordar cedo não era minha praia. Eu geralmente pela manhã marco médico, um curso que preciso fazer, um trabalho extra… Ao chegar no trabalho faço uma reportagem geralmente, discuto rapidamente a pauta com o editor-chefe. Faço uma reportagem para o “BA Record”, vou para a rua e entrego essa reportagem, no máximo, 17h30 da tarde para dar tempo do editor fazer essa edição e já colocar no jornal às 19h20. Depois me posiciono para o ao vivo, para o “Cidade Alerta BA”, que começa às 18h. É uma correria grande, porque tenho que entregar um VT, correr para o local do ao vivo, estudar o ao vivo, o que é que está acontecendo… Depois do “Cidade Alerta BA” a gente fica à disposição do “BA Record”, que entra em seguida, e eu posso fazer um segundo ao vivo ou não, depende do dia. Basicamente é uma reportagem e dois links. São seis horas de trabalho, não é tão longa a jornada. Às 20h estou liberado e umas 20h15 estou em casa. Eu sou muito caseiro, mas já fui muito “rueiro”. Eu fico muito em casa de noite, raramente marco alguma coisa para sair.

 

Se você é caseiro, nas suas redes sociais você é muito presente não é?
Eu poderia ser mais. Tem coisas que eu não posto. Geralmente, ao sair eu não posto, eu esqueço. Lembro muito no carro de reportagem, trabalhando… Quando estou esperando uma fonte, lembro de gravar alguma coisa. Mas meu dia a dia não gosto de mostrar muito.

 

Nas suas redes sociais você reproduz constantemente fotografias que na maioria das vezes representam acontecimentos recentes ou fatos que marcaram a história. O que te fascina nesta área do fotojornalismo?
Adoro! Inclusive eu estou tendo um hábito agora, que eu sempre seguia muitos perfis e não tinha o hábito de compartilhar isso com meus seguidores, agora eu entendi. Os stories, por exemplo, servem para isso. Tudo que eu acho de interessante, que mexeu comigo de alguma forma eu publico nos meus stories. Tem tido até um retorno legal. São fotos da Reuters, da CNN… Coisas que eu sei que meu seguidor muitas vezes pode não ter acesso, e como tem uma audiência muito popular na Record, tem muito seguidor que é o telespectador da Record e é uma maneira também de levar informação através de minhas redes sociais. Imagens inquietantes, que provocaram algum tipo de emoção em mim, eu compartilho com meus seguidores para que eles possam ter acesso ao material. São imagens do mundo inteiro. Agora tem a crise na Venezuela e tem fotos bem impactantes. Meio que traduzo esses conflitos em fotos e é muito legal. Já da minha rotina eu posto no feed do Instagram mesmo. Eu posto coisas minhas. Quando eu fico três dias sem publicar, as pessoas ficam no inbox “cadê foto nova?”, é uma maneira de manter essa comunicação com o pessoal. A gente que trabalha com televisão acaba tendo um personagem público. É impressionante como as pessoas me entendem e cobram posicionamento de acordo com o personagem da televisão, que é um pouco diferente do Filipe real. Eu estou até tentando entender que Filipe é esse que as pessoas veem pela televisão. E uma maneira de manter um diálogo e dar atenção é tirando as fotos.
 

Além das fotografias você também faz publicações repercutindo falas e decisões ligadas à política. Na Record, existe um limite para que você possa fazer essas postagens abertamente?
Eu sempre tive muito medo desde a Band. Todos os veículos de comunicação têm interesses. Todos, não tem nenhum que não tem, de alguma forma têm interesses. Na Band era uma coisa bem clara. Eu lembro de receber um manual do que podia e não podia. De roupa a posicionamentos públicos sobre alguns assuntos. Na Record não. Eu pensei até, né. Porque a Record é um veículo maior, tem uma abrangência maior. Mas nunca recebi uma orientação do que falar ou não. Eles apostam no bom senso do profissional e isso é até bacana, e nunca recebi nenhuma reclamação. Eu tento ser mais equilibrado, não posto xingamentos a autoridades. A autoridade ali tem que ser respeitada, por mais que eu não respeite no meu íntimo, no meu particular e entre os meus amigos. Mas nas redes sociais eu percebo que eu não sou só Filipe pessoa, tem o personagem público também. Mas a crítica? O jornalismo é crítica. A Record e qualquer emissora tem os seus limites de crítica, mas eu como pessoa, não. Meu limite é esse para não exacerbar para essa coisa mais baixa, mas a crítica eu sempre vou fazer, independente de quem seja. O que me incomoda eu estou lá postando. Eu não aceito ser censurado por ninguém.

Num período no qual o jornalismo recebe uma série de críticas, como lidar com a sua imagem atrelada a uma informação que não agrada determinados telespectadores?
Acontece muito em relação a esse noticiário policial. Quando a população está ali protestando por uma ação da polícia, acontece da atuação da polícia ser truculenta e acabar com vítimas mortas. Mas já aconteceu de fazer coberturas de que, realmente, tudo levava a crer que a operação da polícia estava correta e que a polícia matou os suspeitos que estavam realmente armados. Às vezes pessoas ligadas àqueles suspeitos fazem o protesto, se aproveitam que existem erros da polícia e aí questionam qualquer tipo de operação, até as corretas. Na nossa função, quando alguém nos chama em um bairro para criticar a operação da polícia, a produção não tem como atestar se aquilo é válido ou não. Já aconteceu de chegar no local e pessoas neutras falarem que realmente eles estavam armados, foi um confronto e morreram porque estavam atirando nos policiais. A gente confia naquelas fontes, mas tem o protesto acontecendo e a gente tem que ser equilibrado. Vai chegar nota da polícia dizendo que os caras estavam armados e foram apreendidas armas com eles e a gente tem que dar a notícia no meio de um protesto contra a polícia. Já aconteceu uma tensão de ter que encerrar o ao vivo, porque a população começou a hostilizar a equipe. São tensões, você tem que ser o mais equilibrado possível. Você tem que ouvir os dois lados: ouve o lado das pessoas, ouve o que elas têm a dizer e ouve o lado da polícia e sai sem entrar no mérito da questão.

 

Você já sofreu algum tipo de abordagem fora do normal pessoalmente ou através das redes sociais?
É uma coisa que eu nunca fiz análise. Mas é muito estranho você entrar nos lugares. E pior que o repórter não é uma celebridade, que vai chegar no local e vai todo mundo para cima. Você entra num shopping e todos te olhando, eu mesmo acho que eu sou um ladrão. Quando eu entro numa loja, que as pessoas ficam me olhando, eu penso que elas estão achando que eu roubei alguma coisa. Vendedor me olhando, segurança me olhando, fico muito sem graça. Tenho evitado sair muito por causa disso, inclusive. Em shopping, por exemplo, é muito desconfortável essa coisa de ficarem te olhando. Isso me incomoda muito. E como a gente não é uma celebridade muito famosa as pessoas ficam: “De onde conheço aquele menino? Quem é ele?”. Enquanto isso as pessoas ficam me olhando. Por outro lado, é gostoso quando as pessoas vêm falar sobre meu trabalho. Porque eu vejo que as pessoas assistem e prestam atenção. Às vezes vem só as menininhas tirar foto, acontece muito isso, de gritar, e eu tenho um fã clube de senhoras. As senhoras me amam e eu sou o neto de toda avó. Isso me emociona tanto, porque eu sou muito ligado a minha avó. Às minhas duas avós. Uma delas morreu no meu segundo semestre da faculdade, e eu sempre pensei: "imagina minha avó Margarida me assistindo, a emoção que ia ser?". E ela não teve essa oportunidade. Quando vejo as senhoras hoje, até algumas que parecem com ela, parece que é ela me dando a resposta e me abraça na rua. É um carinho, um amor que eu sinto, é muito forte.

 

Como você lida com a exposição quando é algo que não é relacionado ao seu trabalho?
Eu evito responder essas perguntas. Às vezes vêm comentários em fotos e eu evito responder. Vida pessoal é o mínimo que a gente tem. Não cheguei a esse nível de abrir mão da minha vida pessoal. Tudo bem, tenho a imagem pública e no shopping nunca vou recusar de tirar uma foto com alguém ou agradecer e abraçar alguém por um elogio. Mas ficar falando e publicizando minha vida pessoal eu evito. Mas assim, coisas básicas: sou solteiro, tenho 30 anos e pretendo ficar como um bom sagitariano. Eu gosto muito da minha vida de solteiro, mas além disso eu já acho demais.

 

Certa vez Natália Comte publicou no Curtas e Venenosas uma foto sua. A publicação gerou algum tipo de impacto em seu ambiente de trabalho?
Ela falou umas três vezes. Teve uma época no Instagram que me jogaram essa ideia: “Felipe, bomba seu Instagram, Instagram é a saída. Uma maneira de você se comunicar com o seu público”. Aí comecei a postar foto de quase tudo que fazia, inclusive postei fotos mais íntimas, de coisas em casa. Sem camisa… Ai a Natália Comte fuçou minha rede social e achou uma foto e publicou. Quando eu vi aquilo… Me incomodou muito, mas mudei o foco. Me serviu como um alerta.

 

Quem é Filipe Costa para além da televisão?
Difícil. Eu sou uma pessoa muito tranquila, inquieta demais. Adoro mudanças. A gente tem o mundo inteiro para desbravar. Tranquilo em relação a não problematizar a vida e estressadinho, no sentido de ser um pouquinho explosivo com situações do dia a dia. Meu tom de voz é às vezes assustador com pessoas frágeis e isso gera até um desconforto em mim. Não sou brigado com ninguém, mas se eu estiver brigado com alguém, fala comigo no inbox. Vivo cada dia e a vida vai me levando.