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Entrevista

Pablo fala sobre arrocha e conta que dispensa rótulos de Rei: ‘Sou um cantor romântico’

Por Aymée Francine

Pablo fala sobre arrocha e conta que dispensa rótulos de Rei: ‘Sou um cantor romântico’
Foto: Reprodução / Instagram
Sucesso pelo Brasil, a 'sofrência' já surgiu com um rei. Surgido em Candeias, em 2001, o arrocha alcançou o país inteiro e, hoje, atinge todas as classes sociais. Principal representante do ritmo, Pablo conversou com o Bahia Notícias e falou sobre sua história, o início no Asas Livres, a inclusão do sertanejo no ritmo baiano e a polêmica com Roni dos Teclados - compositor do sucesso 'Homem não chora'. "Sei que a música é do Roni. Tenho uma admiração enorme por ele", contou ele. Clique aqui para ver a entrevista completa!
 
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Você realizou o projeto ‘Conceitual Pablo’, no Barra Hall. Foi um show diferente do habitual?
Sim. “Conceitual Pablo” vem com todo requinte de uma apresentação. É algo inovador que procuramos trazer para o público.
 
Acredita que o arrocha tem ganhado espaços que não tinha lugar antes? Porque isso está acontecendo?
Sem dúvidas, o arrocha chegou onde não imaginávamos. Graças a Deus, ultrapassamos barreiras e hoje, o movimento ganhou toda essa força. O país se rendeu ao arrocha. Outros gêneros também adaptaram o estilo. O arrocha é a música popular brasileira.
 
Há um desejo, por parte dos cantores e da indústria do arrocha, de atingir um público de todas as ‘classes sociais’? A que pé você acha que está essa caminhada?
Alcançamos. Antes nunca faríamos um show para a classe A. Hoje, esta classe é a maior consumidora do nosso gênero. Claro que, quem estava com a gente desde o começo, e que é o público que me acompanha, o público que eu gosto de cantar, se faz presente em todos os shows.
 
O arrocha ganhou ou perdeu com a “adoção” do ritmo pelo sertanejo?
Eu acredito que ganhou. O sertanejo na verdade, fez uma adaptação do arrocha. O arrocha que eles fazem, é bem diferente do arrocha, da música romântica, feita pelo Pablo. É algo mais dançante, mais balada. Eu canto o amor, com aquele arrocha mais sensual, pra dançar bem agarradinho.

 
Você, que canta o arrocha romântico, se incomoda com a denominação de arrocha de algumas músicas, como, por exemplo, as cantadas por Israel Novaes?
Não. De forma alguma. O Israel é um menino muito bacana. Já cantamos juntos, e foi o que eu disse, o arrocha adaptado pelos sertanejos, é o arrocha com as batidas mais dançantes. Algo bem balada. O que eu faço é a música romântica, o arrocha feito pelo Pablo é o arrocha mais sensual, pra dançar junto. Ou pra quem está sofrendo por amor, aquela dor de cotovelo.
Prefere ser o Rei do Arrocha, ou o Rei da Sofrência?
(risos) Esses títulos foram dados pelo povo. Não gosto de rótulos. Eu prefiro ser o Pablo. O cantor romântico.
Aliás, como começou essa história de “sofrência”? Quando você decidiu adotar para si?
Na verdade, foi algo muito espontâneo. Fui fazer um show em Ilhéus, e tinha um grupo de amigos com um cartaz: “Pablo o Rei da Sofrência”, achei engraçado e quando terminou o show falei com o pessoal: “Sofrência”, esse termo existe? (risos) Achei muito divertido. O povo é criativo demais.
Quando você começou a fazer sucesso nacionalmente, foi uma mudança brusca em sua carreira?
Foi o reconhecimento de um trabalho bem feito que já duram quase 16 anos. A agenda de shows, graças a Deus, sempre foi cheia. Sempre trabalhamos muito. A consagração na carreira veio para me levar em estados e regiões que eu ainda não tinha ido. Me levar a pessoas que ainda não tinham ouvido falar no Pablo, mas que a partir de então, passaram a ouvir, ir em shows, admirar.
 

 
Hoje em dia, você é reconhecido em qualquer lugar do país. Quando começou a cantar, acreditava nesse sucesso?
Eu buscava alcançar o sucesso. Claro! Todo artista deseja. Mas, eu sou muito tranquilo. Creio que fizemos o certo. Um passo de cada vez, esperando as respostas de Deus. Eu tinha certeza que a hora do Pablo ia chegar.
O Asas Livres, banda na qual você teve seu primeiro grande sucesso, está completando 30 anos. Que recordações você guarda dos momentos na banda?
São muitos bons momentos que vivi na banda. Foi uma abertura incrível pra mim na música, alcancei coisas incríveis. Pude dar a primeira casa para minha mãe morar. E através da banda, onde comecei, pude começar a escrever minha história. Sou grato.
Você assistiu a uma “versão feminina” da música Homem Não Chora, que surgiu na internet? (http://goo.gl/YhmOgy) O que acha dessa nova versão? A música pode, realmente, ser considerada machista, como apontado por algumas mulheres?
Porque Homem não Chora, é uma música que fala que o homem não chora. Mas, todos nós homens, sabemos que o homem chora, sim. E é algo que crescemos ouvindo: Homem não chora.
Por falar nessa música... Depois de sua participação no Programa do Jô, conversamos com o Roni dos Teclados e ele disse que não acredita que você tenha esquecido o nome dele na entrevista, que teria sido uma escolha sua mesmo. Porque você acredita que ele pensa dessa forma?
Quem me conhece, sabe que eu agi muito naturalmente. Imagina estar ali na frente do Jô? Eu estava muito nervoso naquele momento. E eu não tenho motivos para não dizer o nome dele. Uma música que rendeu tanto para mim, quanto para ele, uma visibilidade incrível. Sei que a música é do Roni. Tenho uma admiração enorme por ele. Apenas no momento, por conta do nervosismo, a ansiedade ali, eu me passei. Só isso... 

 
Como você vê o futuro do arrocha?
O arrocha é a música romântica. Vejo um futuro promissor.
 
Com a fama, sucesso e dinheiro você mudou muito visualmente e musicalmente. Mas manteve o sucesso local e alcançou o cenário nacional.  O que você acha que foi primordial nessas mudanças?
Eu acredito no trabalho bem feito de toda a minha equipe. Sozinho eu não chegaria longe. O dinheiro e a fama, sem estratégias, não te levam tão longe. Eu creio nisso. Em uma equipe afinada.
 
Olhando o Pablo de 2001 e o Pablo de 2015, quais, você acredita, que são as principais diferenças, em sua personalidade?
O Pablo de 2000 quando começou no Asas Livres, e o Pablo atual são a mesma pessoa. Claro que, eu amadureci. Em 2000, eu tinha 15 anos quando comecei numa banda profissional. Hoje, eu estou com quase 30 anos. Conheço mais do mercado, aprendi a controlar algumas emoções, a saudade, a distância da família.

Hoje, que conselho você daria pra quem se espelha em você e na sua carreira pra começar no arrocha e seguir carreira?
Não desista! Persista e acredite que o seu sonho chega.