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TAG Nerd: Instrumentos Mortais, filme ou série?

Por Amanda Carolina

TAG Nerd: Instrumentos Mortais, filme ou série?
F0to: HBOMAX (divulgação)

 

Uma das coisas que todos os leitores se preocupam é quando seu livro ou saga favorita vai ser adaptada para um filme ou série. Apesar da felicidade, vem o medo e com isso a ansiedade do que será feito com o seu “bebê”.

 

Sendo uma das maiores plataformas de Streaming, a Netflix acaba por acatar muitas das produções de livros que tanto aguardamos.

 

Às vezes a plataforma acerta como foi o caso de Heartstopper (2022), outras vezes erra como Amor Gelato (2022), assim como também tem a mania de fazer um Remake de coisas que não precisam ser refeitas como o caso da A garota no trem (2016).

 

Porém, uma das adaptações que vim ressaltar hoje é Shadowhunters (2016). Qualquer fã da saga Instrumentos Mortais da Cassandra Clare sentiu no mínimo decepção com o que os produtores fizeram. Primeiramente porque pegaram um filme bem feito, com baixa visibilidade e que teve sua franquia cancelada e transformaram em série.

 

Segundo: o elenco tinha TUDO, TUDO MESMO para entregar, mas o resultado foi que com certeza não leram o livro e a escritora não foi chamada para ajudar no roteiro..

 

Enquanto o filme Cidade dos Ossos (2013) que teve um elenco de peso, com Lily Collins  como a protagonista Clary Fray e o Jamie Campbell como Jace Wayland, ambos conseguiram trazer todos os elementos do primeiro livro Cidade dos Ossos, no papel.

A estética do cenário foi trabalhada em tons frios com a pegada melancólica do livro para o mundo mortal, e tons mais quentes e chamativos no lado do mundo das criaturas do submundo, que faz com que o telespectador embarque nas diferenças entre o mundo real vs o das sombras.

 

Fora que além de trazer o cenário bem característico, ele segue a ordem cronológica do livro, o carisma dos personagens, a personalidade, o estilo e como DE FATO aconteceu a história.

 

Assisti ao filme umas 6x, e ainda escuto a trilha sonora com Demi Lovato, foi uma grande tristeza para os fãs saber que não haveria continuação.

 

Porém a esperança é a última que morre, e a Netflix resolveu pegá-la e adaptá-la - eu preferia que realmente a esperança tivesse morrido, teria sido menos doloroso.

 

Quando o trailer saiu eu já fiquei confusa do que estava acontecendo, e quem era quem. A  única coisa que gostei dele foi a trilha sonora de Ruelle, esse foi um dos acertos em cheio da produção.

 

Os personagens que marcaram para mim essa adaptação foi Isabelle Lightwood por Emeraude Tobia e Alec Lightwood por Matthew Dandario, o Simon Lewis ( Alberto Rosende) também conseguiu ter uma visibilidade melhor e ser mais agradável do que o do filme.

 A Izzy trouxe aquele estilo de uma caçadora de sombras ousada, sexy, inteligente e divertida, enquanto o Alec trouxe aquele ar de responsabilidade, impaciência e irritação do personagem que sempre acusava a Clary de levar o grupo para missões perigosas sem um planejamento.

 

Nesse quesito o que me decepcionou foi a Katherine McNamara como a Clary, porque ela destruiu totalmente a personagem. Clary Fray é uma garota que vive no próprio mundinho, gosta de sair com seu amigo Simon e desenhar, como também é super indecisa em escolher com quem quer ficar. Porém mesmo não sabendo de nada sobre aquele universo ela se vira nos "30" para não morrer e salvar seus amigos, o que a Lily Collins conseguiu trazer.

 

A Clary da série foi mais aquela tentativa de tentar por a personagem para "mitar" e eles poderiam ter feito isso muito bem, exceto que tentaram encaixar coisas que não convinha para a personagem. Por exemplo, quando você descobre um mundo mágico e não sabe lutar ou fazer qualquer coisa, ninguém sai dando voadora e treinando como uma profissional com 5 anos de experiência - Kate eu sei que nessa época você estava fazendo a Mia Smoak  de Arqueiro Verde porém, as duas são totalmente diferentes moça.

 

O Jace interpretado por Dominic Sherwood só tinha rosto bonitinho mesmo, não agradava na atuação,  exceto tirar a camisa e lutar porque parecia ser a única coisa boa que o ator tinha talento para fazer.

 

Sobre o roteiro? Não tinha pé nem cabeça, não seguia nem a ordem dos livros, fora que muitas vezes você não sabia qual cena era de qual livro e quais foram criadas pelo roteirista. Sem contar que mudaram totalmente o papel do Lucian Gray ( Isaiah Mustafa) que de dono de uma loja de antiguidades foi para um policial, como assim roteiristas?!

 

Além do mais, Dorotheia que não tinha sequer relevância passou a ter um papel na trama que não fazia sentido nenhum.

 

As cores que a série trouxe conseguiram superar as do filme, mostrando um estilo mais dark e sobrenatural com tons azuis, amarelo e muito neon em festas no mundo das sombras,outras tonalidades mais opacas para momentos mais “surrealistas”, a fotografia e a maquiagem conseguiram entregar em cheio.

 

Sobre o cenário do Instituto, era para ser algo mais abandonado e sombrio como o do filme, mas trouxeram uma estética tecnológica que mais parecia o QG  do Tony Stark, foi uma boa tentativa, mas não agrada nem acrescenta em muita coisa.

 

Nota-se que a adaptação conseguiu fazer tantos furos e a desconstrução do universo dos Caçadores de Sombras que não rendeu muito bem na segunda temporada adiante. Um leitor que assistiu a série completa teve que abandonar sua dignidade para lidar com aquele final meia boca.

 

Quem não leu os livros e assistiu talvez também sinta esse desconforto, ou talvez goste quem sabe?

 

Novamente um elogio final vai para os figurinos e a maquiagem que conseguiram superar os do filme.

 

OBS: Obrigada Netflix por destruir uma adaptação que tinha tudo para render, mas como sempre você não colabora.

 

 Série avaliação: 2.5 estrelas

 

 Filme: 4.3 estrelas