Escala de Glasgow mede nível de consciência após lesão cerebral; entenda como funciona
Por Folhapress
A morte cerebral que vitimou o apresentador e jornalista Gugu Liberato após uma queda em sua casa na Flórida (EUA) é uma condição é irreversível, diferente do coma, situação em que o paciente ainda mantém atividade cerebral e há chance de recuperação. A morte cerebral só pode ser confirmada pelos exames eletroencefalograma, que mede a atividade elétrica na região, e exame de circulação sanguínea.
Quando um paciente dá entrada em um hospital com traumatismo cranioencefálico, médicos e enfermeiros treinados para avaliações por meio da Escala de Glasgow analisam a gravidade da lesão por meio de três parâmetros: abertura ocular e respostas verbais e motoras.
A soma dos pontos da escala vai de 3 (mínimo) a 15 (máximo). Quanto menor a pontuação ao fim da avaliação, mais grave é a lesão.
A Escala de Glasgow foi criada em 1974 por dois professores de neurologia da Universidade de Glasgow (Escócia) para medir o nível de consciência após uma lesão cerebral.
Se a soma dos resultados ficar entre 13 e 15, o trauma é considerado leve. Entre 9 e 12, é moderado, mas se o resultado pertencer ao intervalo entre 3 e 8, o trauma é grave. Gugu Liberato deu entrada no hospital com grau 3. A escala prevê que o paciente deve ser entubado caso constatado grau inferior a 9, segundo informações da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).
O grau 3 na Escala de Glasgow, entretanto, não indica morte cerebral. Mas, segundo médicos, não é comum pacientes com esse grau de lesão retomarem a consciência.
Caso o paciente permaneça sem atividade encefálica por um período de seis a oito horas e os exames de de circulação sanguínea e de atividade elétrica no cérebro confirmarem a inatividade após este intervalo, aí sim pode-se considerar morte cerebral.
Em 2018, a escala foi atualizada e a reatividade pupilar foi introduzida.