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Marca Bahia Notícias

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Dez anos após ser atacada em faculdade, Geisy Arruda diz se lembrar de 'gritos de puta'

Por Folhapress

Dez anos após ser atacada em faculdade, Geisy Arruda diz se lembrar de 'gritos de puta'
Foto: Reprodução / Instagram

Há dez anos, no dia 22 de outubro de 2009, a então estudante de turismo Geisy Arruda, à época com 20 anos, causava um alvoroço na sede da Universidade Bandeirante de São Paulo, em São Bernardo do Campo (ABC paulista). Na ocasião, ela foi xingada e humilhada por muitos alunos por estar com um vestido rosa e curto. 

Atualmente, aos 30 anos, Arruda lembra com tristeza daquele que para ela foi o "pior dia da vida". Até agora, ela diz, é difícil entender os motivos daquele desconforto geral na faculdade. "Não são lembranças boas, foi um dia triste, o pior. Recentemente, eu tive de assistir a vídeos daquele momento e foi complicado reviver tudo isso. Mas eu lembro como se fosse ontem do meu trajeto e de cada voz me xingando. As vozes ecoavam dizendo 'puta'", afirma ela.

Por mais que hoje esteja bem, Arruda conta que ainda há uma chateação com o episódio e revela que no início achava que ela era a culpada, algo que rapidamente diz ter resolvido em sua mente. "Nas primeiras semanas me cobrava: 'e se eu tivesse ido com uma roupa comportada ou com uma calcinha não tão pequena?'. Eu me torturava como se eu fosse a vilã. Mas descobri que não teria feito nada diferente, eram roupas das quais eu gostava. Algumas pessoas tentam justificar o ato inadmissível dos alunos."

De acordo com a modelo, até hoje ninguém envolvido no episódio a procurou para fazer as pazes ou para tentar uma aproximação amistosa. "Graças a Deus nunca encontrei ninguém e nem quero. Seria desagradável para todos. Evitei isso a minha vida toda. Nunca recebi um pedido de desculpas, nunca ninguém teve essa hombridade", afirma.

Geisy Arruda tinha 20 anos e morava em Diadema (ABC paulista). Quem pagava com esforço a mensalidade da universidade era o pai dela. A jovem nasceu na periferia do ABC e na época trabalhava em um mercado com salário de R$ 400. A meta dela era trabalhar com turismo ou hotelaria. Segundo Arruda, nunca passou pela cabeça alçar à fama.

BONANÇA APÓS A TEMPESTADE
Após o episódio, Geisy Arruda ficou na mira dos holofotes e sua vida passou a ter um novo caminho. Ela passou a frequentar programas de televisão e chegou a ser repórter de alguns deles, modelo, atriz e fez participações em quadros de humor.

Também fez ensaios sexy, posou nua e participou do reality "A Fazenda" (Record), em 2010. Na opinião de Geisy Arruda, a fama veio como uma espécie de alento, a bonança após a tempestade. "O sucesso eu encaro como uma recompensa divina, uma forma de amenizar as agressões que sofri. Nem toda dor e humilhação são para sempre. Mas imbecilidade e lixação pública não desejo à minha pior inimiga."

Arruda também revela que tinha complexo com relação à aparência. Desde os dez anos que ela pintava os cabelos em casa, fazia as unhas e até se depilava com lâmina. Para ela, era a tendência a ganhar peso que mais a machucava. Justamente por isso que com a fama veio o dinheiro para investir em sua beleza. "Agora depois que estou numa condição melhor, procurei bons cirurgiões plásticos e aproveitei para me cuidar. Fiz lipoaspiração, coloquei silicone, ajeitei o nariz, investi muito em mim", revela.

Apesar de tudo o que aconteceu, Arruda guarda até hoje o vestido rosa que causou tanto alvoroço há dez anos. Mas engana-se quem pensa que há carinho envolvido. "É um tecido apenas, não um troféu nem amuleto. Não o vejo como talismã e jamais colocaria num quadro como se fosse sagrado. Guardo porque é simbólico, mas não uso. Me remete a tudo de ruim".

Dez anos depois, Geisy Arruda já passou por muita coisa, mas ela quer mesmo é expandir seu canal, Ponto G, no YouTube no qual fala sobre sexualidade. Ela recebe celebridades e as entrevista, algumas em uma banheira. "Sempre gostei e quis trabalhar com humor na TV, mas não há muitas oportunidades. Quando a mulher tem curvas, ninguém a leva a sério. Tanto que nossas comediantes mulheres não são 'sex symbol'. Na internet, eu posso fazer minha própria programação."

Outra vontade da modelo é a de ser mãe. Ela chegou a sofrer um aborto espontâneo em 2014, quando estava no terceiro mês de gestação. "Quero ter filhos, casar, a maternidade seria uma honra, uma dádiva. Quem sabe um dia, quando eu encontrar uma pessoa boa, porque agora estou solteira."