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Vítimas mortais de incêndio em hospital no Rio de Janeiro chegam a 11

Por Ana Luiza Albuquerque, Diego Garcia e Lucas Lacer | Folhapress

Vítimas mortais de incêndio em hospital no Rio de Janeiro chegam a 11
Foto: Reprodução / Uol

Onze pessoas morreram no incêndio de grandes proporções que atingiu o hospital Badim, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, na noite de quinta-feira (12). As mortes foram confirmadas e os corpos foram identificados ao longo desta sexta (13).

As vítimas são: Maria Alice Teixeira da Costa, 75, Luzia dos Santos Melo, 88, Virgílio Claudino da Silva, 66, Ana Almeida do Nascimento, 95, Irene Freitas, 83, Berta Gonçalves Berreiro Sousa, 93, Marlene Menezes Fraga, 85, Darcy da Rocha Dias, 88, Alayde Henrique Barbieri, 96, José Costa Andrade, 79, e Ivone Cardoso Natarelli, 75.

A diretora de perícia do IML, Gabriela Graça, disse que a maioria das vítimas morreu por inalação de fumaça. Outras morreram em função do desligamento de aparelhos com a queda da energia.

O Corpo de Bombeiros foi acionado às 17h50 de quinta e enviou 12 viaturas e agentes de quatro quartéis ao edifício, que foi tomado por uma fumaça preta e espessa, como mostram imagens gravadas por transeuntes. Na manhã desta sexta, o cheiro de queimado ainda era forte no local.

Segundo o hospital, a causa mais provável do incêndio seria um curto-circuito em um gerador no subsolo do prédio mais antigo do Badim, que tem dois edifícios, um inaugurado em 2000 e o outro em 2018. A fumaça do incêndio subiu para todos os andares. O prédio abriga leitos e um CTI (Centro de Tratamento Intensivo).

O hospital é privado e faz parte da rede D'Or São Luiz. Havia 226 funcionários e 103 pacientes no edifício quando o incêndio começou. Eles foram transferidos para outras unidades de saúde.

O diretor médico do hospital, Fabio Santoro, afirmou nesta sexta que, dos 103 pacientes, 77 continuavam internados em 12 instituições de saúde e 15 haviam recebido alta. Vinte funcionários e acompanhantes também estavam internados.

O inquérito para investigar o incêndio está sendo conduzido pela 18ª delegacia de polícia. Brigadistas e outras pessoas que estavam no hospital na quinta-feira foram chamados para prestar depoimento.

Policiais civis estiveram no prédio nesta sexta para iniciar a perícia e identificar as causas do incêndio. O procedimento será retomado neste sábado (14).

O delegado Roberto Ramos disse que os peritos encontraram dificuldades ao longo do dia para realizar o trabalho, como a pouca luminosidade, a fumaça que ainda permanecia no edifício e a água que restou após os bombeiros apagarem as chamas. Ele não confirmou que o foco do incêndio seria o gerador.

O Corpo de Bombeiros diz que o Badim tinha o Certificado de Aprovação, que comprova o cumprimento da legislação contra incêndio e pânico. A prefeitura também diz que o local possui alvará de funcionamento. A Secretaria Municipal de Urbanismo afirma que o hospital está com a documentação em dia.

Técnicos da Vigilância Sanitária inspecionaram a unidade em julho deste ano. De acordo com o órgão, foram identificadas necessidades de adequação em nove áreas do local. Porém, não havia nada que impedisse o funcionamento do estabelecimento.

Após perícia na região atingida pelo incêndio, a Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil, vinculada à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), interditou o hospital Badim e mais quatro imóveis ao redor.

Duas casas da vila aos fundos do hospital foram totalmente interditadas. Na mesma vila, houve ainda duas interdições parciais --em outra casa e em uma garagem. Os técnicos avaliaram que havia ameaça de queda de reboco e do revestimento do teto.

A representante comercial Renata Schmid, 40, é uma das moradoras da vila. A reportagem entrou em sua casa, parcialmente interditada por risco de curto circuito. A cozinha estava muito quente, vidros da sala se quebraram, o reboco da parede caiu e havia rachaduras na parede. Assim como na entrada do hospital, o cheiro de queimado tomava o ambiente.

Uma creche que fica de frente para a escada que dá acesso ao CTI virou hospital de campanha durante a emergência. O dono da escola, Darci Martins, 40, conta que viu fumaça saindo do prédio por volta das 17h30. Um segurança do hospital disse que um gerador havia explodido, mas sem alarde.

Às 18h30, Darci conta que recebeu a ligação de uma amiga médica, que coordena o CTI do Badim, pedindo que abrisse a creche para receber os pacientes evacuados do hospital.

Com oito crianças ainda na creche, os donos avisaram os pais e receberam os mais de 50 pacientes, acompanhantes e agentes de saúde e segurança. Em seguida, os pacientes foram transferidos a unidades de saúde na cidade, trabalho que foi encerrado às 23h. "Havia 50 pacientes e cerca de 400 pessoas aqui", relata.

Mas o expediente continuou. Por volta de 7h desta sexta, 30 funcionários do hospital foram enviados para fazer uma limpeza na creche, que recebeu, além das pessoas, macas e equipamentos para a manutenção dos pacientes.

Moradores dos prédios vizinhos abriram as garagens para acomodar mais pacientes longe da fumaça e ofereceram água, conta o empresário.

Em posicionamento oficial do hospital, Fabio Santoro disse que a diretoria expressa "profunda tristeza" e que "se solidariza com as pessoas atingidas". Também agradeceu a rede de solidariedade que se formou para ajudar o hospital e as vítimas, o trabalho do Corpo de Bombeiros e as redes pública e privada de saúde, que abrigaram os pacientes.

O diretor médico também afirmou que desde a noite de quinta o hospital está em contato com os familiares das vítimas. Disse que uma equipe foi deslocada para o IML para acolher as famílias e tomar as providências relacionadas ao sepultamento dos corpos.