Tom político marca show de Chico César na Virada Cultural
Por Daniela Arcanjo | Folhapress
Com show que reuniu músicas aclamadas e novas composições, Chico César se apresentou na manhã deste domingo (19) na 15ª Virada Cultural de São Paulo.
O cantor foi a terceira atração do palco São João de samba e MPB, com show que começou às 9h40 e durou cerca de uma hora. A Guarda Civil Metropolitana estimou um público de 2 mil pessoas.
O artista iniciou o show com Béradêro, do álbum "Aos vivos", de 1995, e finalizou com "Mama África", de 1996, música que o tornou internacionalmente conhecido.
Ele passou por composições mais recentes. "Estado de poesia", música de 2015 e cuja versão ao vivo foi vencedora do 29ª edição do Prêmio da Música Brasileira 2018, foi apresentada ao público que o assistia na avenida São João, no centro de São Paulo.
Entre os que prestigiavam o artista, estava Luiz Gonzaga da Silva, 69, mais conhecido como Gegê. Ele é irmão do cantor e contou que, sempre que pode, vai aos seus shows. "Participo do movimento negro e outras lutas, então às vezes falta tempo", afirmou.
Gegê já participou de festivais de música quando era mais jovem, mas hoje se dedica à educação popular. Para ele, artistas engajados são importantes para o Brasil hoje.
Política não faltou no show de Chico César. Ao fim da apresentação, perguntou "quem mandou matar Marielle?" Antes de um pot-pourri de "Negão" e "Mand'ela", disse: "uma família negra no Rio de Janeiro respondeu se há racismo no Brasil", referindo-se à morte de Evaldo Rosa. "Nós nao vamos voltar para a senzala nunca mais", completou o cantor.