Servidora da Polícia Civil de MG é presa sob suspeita de desvio de armas de delegacia
Por Artur Búrigo | Folhapress
Uma servidora administrativa da Polícia Civil de Minas Gerais foi presa no último domingo (9) sob suspeita de ter participado do desvio de armas de uma delegacia da corporação na região do Barreiro, em Belo Horizonte.
Vanessa de Lima Figueiredo, 44, foi detida sob suspeita de peculato (apropriação ou desvio de bem público ou privado em razão do cargo) e aguarda por audiência de custódia marcada para esta terça-feira (11).
Procurado, Lucas Furtado, advogado da servidora, não respondeu até a publicação desta reportagem. Em entrevistas à imprensa local, ele afirmou que a investigação da Polícia Civil foi baseada em indícios frágeis e que o mandado de prisão foi arbitrário.
"Não só a Vanessa como outros servidores tinham acesso à sala [onde ficavam as armas]. O último inventário formal foi realizado em 2022. Nesse meio tempo, temos informações que houve infiltração, armas foram perdidas no local", disse Lucas Furtado em entrevista à Band Minas.
Procurada para comentar, a Polícia Civil também não respondeu até a publicação desta reportagem.
A unidade da corporação fica em região próxima à comunidade Cabana do Pai Tomás, que já foi alvo de operações pela presença do TCP (Terceiro Comando Puro) no local. O advogado negou que a servidora tenha relação com facções.
Segundo a investigação, até o momento, não há sinal de envolvimento de organização criminosa no episódio e não havia sinais de arrombamento na delegacia.
O delegado-geral Rômulo Guimarães Dias disse que as armas desviadas são de baixo calibre e que parte delas é obsoleta. A polícia não informou a quantidade exata de armas desviadas.
A corporação disse que um procedimento de correição administrativa está em curso para apurar a responsabilização pelo episódio.
A servidora é concursada e atua na administração estadual desde 2014 no cargo de analista da Polícia Civil e atividades governamentais, segundo o governo de Minas.
O Instituto Sou da Paz criticou, em nota, o acúmulo de armas em depósitos no país e disse que as secretarias de segurança e o Judiciário devem investir na gestão e controle do inventário.
"É urgente compreender que a custódia de armas apreendidas deve ser o mais breve possível, com seu encaminhamento para destruição a fim de evitar esse tipo de desvio e custos desnecessários".
