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Ações da Embraer caem mais de 14% após anúncio de acordo com Boeing

Por Tássia Kastner | Folhapress

Ações da Embraer caem mais de 14% após anúncio de acordo com Boeing
Foto: Reprodução / G1

As ações da Embraer caem mais de 14% nesta quinta-feira (5) após o anúncio de que a Boeing comprará 80% da divisão de jatos comerciais da companhia. As duas empresas negociavam desde dezembro do ano passado, mas a operação ainda dependerá de aval do governo brasileiro e de órgãos de defesa da concorrência.

Às 15h10, os papéis eram negociados a R$ 23,09, queda de 14,39%. No mesmo momento, o Ibovespa perdia 0,43%, a 74.420 pontos. Pelo acordo, a Boeing pagará US$ 3,8 bilhões (R$ 14,8 bilhões) pela fatia da operação, o que avalia a divisão de jatos da Embraer em US$ 4,75 bilhões (R$ 18,5 bilhões), patamar equivalente ao valor de mercado atual de companhia.

Em nota, a agência de classificação de risco Moody's afirmou que a operação vai fortalecer o caixa da empresa. "Embora a companhia brasileira tenha 20% do novo negócio, a transação pode criar sinergias para todos os segmentos de negócios da Embraer", disse Marcos Schmidt, analista sênior da Moody's.

"O impacto na qualidade de crédito da Embraer dependerá da proporção dos recursos da operação utilizados em pagamentos de dividendos, desalavancagem e investimentos", acrescenta.

Segundo Rafael Passos, analista da Guide, a dúvida sobre o destino do dinheiro do acordo é uma das explicações para a queda das ações da companhia. Segundo ele, analistas esperavam que esses pontos fossem esclarecidos na teleconferência, o que não ocorreu, acelerando a baixa no valor das ações.

Em relatório, a Guide Passos diz também que o mercado financeiro esperava que a Embraer fosse ser avaliada entre US$ 6 bilhões e US$ 10 bilhões, o que trouxe peso sobre o valor das ações.

Renato Mimica, analista do BTG Pactual, expressou opinião semelhante em relatório enviado a clientes, dizendo que a divisão de jatos foi avaliada abaixo das estimativas. O documento também aponta que o objetivo de conseguir autorização do governo antes da troca de presidente, em 2019, torna o acordo mais factível de ser aprovado.

Passos acrescenta ainda que a queda nas ações reflete uma realização de lucros, quando investidores decidem vender a ação depois de uma valorização. Entre a notícia de que as duas empresas negociavam um acordo e essa quarta-feira (4), as ações acumularam valorização de mais de 60%.