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Marca Bahia Notícias

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Flamengo demite segurança que socorreu meninos no incêndio no Ninho do Urubu

Por Alexandre Araújo / Leo Burlá | Folhapress

Flamengo demite segurança que socorreu meninos no incêndio no Ninho do Urubu
Foto: Agif / Folhapress

Benedito Ferreira, segurança que ajudou a socorrer sobreviventes do incêndio no Ninho do Urubu, foi demitido do Flamengo. Ele recebeu a notícia no início do mês, quando estava próximo de completar 14 anos de clube.
 

O agora ex-funcionário foi contratado em 2008 e começou a trabalhar no CT em 2017. Após a tragédia, porém, foi transferido para outros setores e chegou a passar alguns períodos longe das atividades devido a problemas desencadeados após aquela noite. A informação sobre a demissão foi publicada, inicialmente, pelo "ge" e confirmada pelo UOL Esporte.
 

Em resposta à reportagem, o Flamengo informou que "não existe um motivo especial" para a demissão e explicou que "apenas seus serviços não estavam mais sendo necessários às demandas internas do clube", apontando se tratar de "uma demissão sem justa causa, a mais comum que existe".
 

Benedito havia acionado o time na Justiça do Rio de Janeiro cobrando uma indenização por danos morais e indicou sequelas deixadas após o episódio. O clube foi notificado em maio.
 

Em depoimento à Polícia Civil momentos depois do incêndio, o então segurança contou que foi chamado por outras duas funcionárias sob o alerta de que havia "fumaça no contêiner onde dormiam os atletas do time da base", e relatou como ajudou alguns dos meninos que sobreviveram.
 

Ele apontou ter conseguido retirar "três paletas de grade da janela de um dos quartos" e puxado "Cauan, um rapaz que não se recorda o nome, Jonatha Ventura e Pablo Juan". Jhonata teve cerca de 35% do corpo queimado, em maioria na parte superior, chegou a ter o estado considerado como gravíssimo. Ele voltou a atuar em junho do ano passado, em uma partida do Campeonato Brasileiro Sub-17
 

Em entrevista ao programa Fantástico, concedida em março de 2021, Benedito afirmou não se considerar herói.
 

"Eu não sou herói. Eu fiz o que estava lá para fazer. Não me considero herói. Me considero uma pessoa normal, que estava fazendo uma função e de repente me deparei com esse fato que vitimou esses 10 garotos", disse, na ocasião.
 

Ainda na entrevista, o ex-vigia citou que alguns extintores não teriam funcionado. À época, o Fla se antecipou à exibição do programa e, por meio de nota, afirmou que "os pontos levantados por ele na entrevista narram uma visão pessoal dele, que não encontra amparo nos fatos, na lei e muito menos no inquérito criminal".
 

VEJA NOTA DO FLAMENGO:


"O Benedito não foi demitido por nada que tenha feito. Não existe um motivo especial. Apenas seus serviços não estavam mais sendo necessários às demandas internas do clube. Tecnicamente falando, trata-se de uma demissão sem justa causa, a mais comum que existe. Tendo, o mesmo, recebido todos os seus direitos trabalhistas.
 

No que tange ao acordo e ao incêndio, são assuntos que estão sendo debatidos na Justiça, no processo ajuizado por ele, razão pela qual o clube tratará deles apenas na demanda ajuizada".