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Filha de Jamie Foxx diz que micos do pai inspiraram 'Meu Pai e Outros Vexames'

Por Vitor Moreno | Folhapress

Filha de Jamie Foxx diz que micos do pai inspiraram 'Meu Pai e Outros Vexames'
Foto: Divulgação / Netflix

Todo adolescente passa pela fase de sentir vergonha dos pais, por mais descolados que eles sejam. No caso de Corinne Foxx, 27, ela conseguiu transformar isso em negócio com a estreia da série "Meu Pai e Outros Vexames", da Netlix.

Filha do ator Jamie Foxx, 53, astro de filmes como "Django Livre" (2012), a atriz, modelo e agora produtora executiva liberou as próprias experiências para a produção, estrelada pelo pai. "Eu e meu pai passamos anos contando essas histórias embaraçosas da minha adolescência", diz Foxx em entrevista à reportagem.

De tanto as pessoas darem risada das situações, eles transformaram esses momentos em uma comédia de TV. "Basicamente, o que fizemos foi apresentar o meu diário para a Netflix, e eles gostaram", afirma. "Foi assim que a série surgiu. É muito louco ter apenas 27 anos e ter uma série sobre a minha vida."

Corinne Foxx diz que participou de todo o desenvolvimento do projeto, desde o desenvolvimento dos roteiros até a seleção da atriz que viveria Shasha, seu alter-ego. "Foi muito divertido", afirma. O papel ficou com Kyla-Drew, 16.

"Meu pai é muito exagerado e extravagante, enquanto eu sou mais reservada e responsável", diz. "Nós estávamos procurando alguém que pudesse contracenar com ele e, só com a cara que ela fez olhando para ele, nós dissemos que havíamos encontrado o que procurávamos."

Ela lembra que a personagem não é uma mímese dela própria. "Ela interpreta uma versão de mim", explica. "Não queríamos que ela tivesse a pressão de reproduzir os meus gestos ou que ficasse nervosa porque eu ia assisti-la fazendo aquilo. Deixamos ela livre para usar a própria experiência de adolescente."

Apesar de ter uma carreira em ascensão como atriz, Corinne Foxx diz que não pensou em aparecer na frente das câmeras desta vez. "Ser produtora era algo completamente novo para mim, então já precisava me preocupar com muitas coisas", diz. "Tive uma grande curva de aprendizado, principalmente com relação a tomar decisões importantes. É o que mais um produtor faz o dia inteiro. E para alguém indecisa como eu, foi algo difícil."

Embora Jamie Foxx seja mais conhecido no Brasil pelos papéis dramáticos --ele venceu o Oscar de melhor ator em 2005 pelo papel do músico cego Ray Charles (1930-2004) no filme "Ray"--, a filha lembra que o pai também já se aventurou nas comédias de situação.

"Talvez não tenha chegado ao Brasil, mas ele começou na comédia", diz ela, lembrando do programa de esquetes In Living Color (1990-1994), do qual ele participou no canal NBC, e do Jamie Foxx Show, que ficou no ar entre 1996-2001 no canal americano The WB.

"Ele cresceu com as comédias, então para ele é como uma volta às origens", diz. "Então, definitivamente é um lado diferente dele, mas é muito mais comum vê-lo fazendo palhaçadas do que sério."

Ela afirma que, assim como Sasha é uma versão dela, Brian é uma versão do pai. "Na vida real, penso que meu pai é um pouco mais descolado", admite. "Brian é um pouco brega e um pouco mais pateta. Já o meu pai sabe de tudo o que está rolando, conhece todas as músicas novas. Às vezes nem sei como ele descobre."

Outros membros da família na série "Meu Pai e Outros Vexames" também foram inspirados na dos artistas. "Pops é baseado no meu avô de verdade, que gosta de umas coisas medicinais", entrega sobre o personagem vivido pelo ator David Alan Grier, que aparece fumando maconha. Já a tia Chelsea (Porscha Coleman) é inspirada na irmã de Jamie, Deidre. "Inclusive ela trabalhou na série como maquiadora e cabeleireira."

Além do próprio Brian, Jamie Foxx aparece interpretando tipos esdrúxulos, como um pastor e o barman Rusty --este último o preferido de Corinne. "A gente queria que ele se parecesse com o cara da 'Máfia dos Tigres', então colocamos uns mullets loiros", lembra aos risos. "Ele passou o dia inteiro de gravações vestido daquele jeito e contando piadas."

Ela explica que o título original ("Dad, Stop Embarrassing Me", algo como "pai, para de me fazer passar vergonha") foi escolhido por resumir a série. Embora eles tenham pensado em várias opções, nenhum explicava o conceito da mesma forma.

"Mesmo que meu pai fosse descolado para todo mundo, ele não era para mim quando eu era adolescente", diz. "Ele sempre atraiu muita atenção, gosta de entreter as pessoas. Eu só queria desaparecer e ser igual a todo mundo. Tivemos muitos momentos em que ele fazia alguma palhaçada e eu só revirava meus olhos e dizia que queria que ele parasse."

Entre as situações que estão na série --e que ela revela ter passado de fato-- algumas são micos que hoje ela ri. "Sabe quando o Brian vai na casa do namorado da Sasha e tenta intimidá-lo? Aqui aconteceu", diz. "O episódio em que ele encontra a identidade falsa dela também foi baseada em uma história real."

Por outro lado, Corinne Foxx diz que algumas histórias foram acrescentadas (ou não ocorreram) exatamente como mostrado. "Na série, o Brian não quer que a Sasha aprenda a dirigir, mas na vida real foi o contrário, ele queria que eu aprendesse logo, porque tem medo de dirigir", entrega.

A produtora conta que a série, rodada durante a pandemia, teve que fazer algumas adaptações durante as filmagens, que ocorreram com o mínimo de profissionais possível no local. "Eu mesma tinha que assistir do computador e depois passar as minhas anotações para o diretor", diz.

A principal é que não foi possível contar com uma plateia ao vivo, como é normal em sitcoms. "Porém, todo mundo no set ria bastante para fazer os atores se sentirem bem", revela. "Como seguimos esses protocolos muito rígidos, fomos uma das primeiras séries da Netflix que conseguiu filmar na pandemia."