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Marca Bahia Notícias

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Onde estão as instituições baianas na defesa da democracia?

Por Fernando Duarte

Onde estão as instituições baianas na defesa da democracia?
Foto: Reprodução/ Inesc

A defesa da democracia está em silêncio na Bahia. Fora uma manifestação pontual do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Adolfo Menezes, não foi possível acompanhar a adesão barulhenta de instituições baianas a qualquer um dos manifestos que deve ser divulgado oficialmente nesta quinta-feira, 11 de agosto, em São Paulo. Lá, o movimento nasceu como uma referência a uma carta de 1977, lida na Faculdade de Direito da USP e que é considerado um marco da pressão social pelo fim da ditadura militar. Depois, migrou também para entidades representativas como a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). E aqui? Todos estão surdos?

 

Por mais que o entorno do presidente Jair Bolsonaro tenha tentando imprimir um selo ideológico da esquerda nas cartas-manifesto, a apresentação dos documentos ultrapassa uma relação direta com candidaturas contrárias à manutenção do atual mandatário no Palácio do Planalto. Em meio aos ataques constantes de Bolsonaro ao sistema democrático, é preciso sim que a sociedade demarque uma posição pública em defesa do pleno funcionamento da República. É o mínimo a ser esperado de quem sabe o valor das liberdades individuais em um Estado que respeite os direitos e as garantias dos cidadãos. Há um preço caro a ser pago, caso caminhemos em um sentido diferente disso.

 

Bolsonaro não fala apenas para convertidos ao questionar as urnas e a democracia. Não são bravatas as ameaças recorrentes, ainda que figuras relevantes da cena política finjam acreditar nessa versão menos paranoica da realidade. O presidente da República mente, mas dificilmente é tratado como mentiroso. E quando é classificado como tal, os hordas de seguidores ficam ensandecidas e criticam o emissário e a mensagem, pelo simples fato de discordarem desse visão dura, mas muito real. Ao defender a democracia, as instituições não estão se posicionamento contra o governo. Estão se posicionando contra uma ameaça ao Estado brasileiro. Sob o risco do desmonte em curso se tornar irreversível.

 

Onde estão os democratas baianos bradando pela democracia? Onde estão as instituições baianas na defesa da democracia? Cadê um ato similar ao que vai acontecer no Largo do São Francisco? Ou uma carta subscrita como a da Fiesp? Já foram divulgadas e eu não as vi? Até quando vamos ficar em silêncio? Ou não queremos mais uma democracia como a conhecemos?

 

As não respostas incomodam muito. E a possibilidade de que os baianos preferem essa morte lenta da democracia me incomodam ainda mais.