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Páginas viradas: O que as chapas não vão querer contar depois de tantas reviravoltas

Por Fernando Duarte

Páginas viradas: O que as chapas não vão querer contar depois de tantas reviravoltas
Foto: Divulgação

A última semana de filiações partidárias sempre foi intensa em anos de eleições gerais. Mas em 2022, os partidos capricharam e foi difícil acompanhar em tempo real a quantidade de mudanças sem ter que voltar para ratificar se era realmente verdade. A grande surpresa foi, sem sombra de dúvidas, o contragolpe petista à saída de João Leão da base aliada. A chegada do MDB, com direito a celebração festiva na presença de Geddel Vieira Lima, é simbólica do vale-tudo que se tornou a cena local, porém a corrida presidencial não deixou a desejar.

 

Se alguém entrasse em sono profundo no início de fevereiro e acordasse agora, em abril, dificilmente ia acreditar no noticiário. Leão, que sempre defendeu a manutenção do teodolito PT-PSD-PP, foi jogado ao léu e caiu no colo de ACM Neto sem muito esforço. O contra-ataque do petismo acabou sendo a retomada da aliança de 2006 com o MDB e a mudança completa de rota de Geraldo Jr., que passou de aliado de primeira hora do ex-prefeito de Salvador a candidato a vice de Jerônimo Rodrigues (PT).

 

Por mais que os aliados de ACM Neto tentem minimizar os efeitos nas urnas do abandono de Geraldo Jr., há um impacto significativo na penetração de chapa de Jerônimo em Salvador. O presidente da Câmara fez uma manobra para ser eleito no biênio que começa apenas em 2023 no Legislativo municipal e não tem nada a perder. Logo, vai para uma espécie de tudo ou nada para se manter vivo politicamente, ainda que o agora "companheiro" ganhe recall eleitoral. Como personagem da cena soteropolitana, há um fôlego mínimo para que a chapa não saia absolutamente do zero.

 

Também é previsível que o grupo adversário se aproveite da despedida do ônus que era ter os Vieira Lima ao lado. Por mais que faça barulho contra, é impossível esquecer a imagem do bunker de R$ 51 milhões atribuídos a Geddel e que culminaram na prisão do ex-ministro. Do lado petista, vai haver o esforço para fingir que não houve o episódio, como se uma borracha também apagasse as acusações de golpe contra Dilma Rousseff, protagonizado por figuras - vejam só - do MDB. Páginas viradas, vão dizer.

 

De tédio quem acompanha a política não morre. Além dessas danças de cadeiras nas majoritárias, houve uma intensa corrida para montar as listas de deputados federais e estaduais. Em alguns casos, houve a lógica da “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Algumas legendas fizeram a opção de priorizar as chapas proporcionais para que não terminem completamente engolidos por gigantes partidários - leia-se União Brasil, PT, PSD e PP, com Republicanos e PL correndo por fora. Findados os prazos para novas filiações, agora as siglas vão sossegar a poeira para contar os potenciais votos. Algumas promessas meio mentirosas, mas é a velha máxima: pelo menos políticos tendem a acreditar em políticos...

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