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Alguém dará espaço para uma mulher na majoritária da Bahia em 2022?

Por Fernando Duarte

Alguém dará espaço para uma mulher na majoritária da Bahia em 2022?
Foto: Reprodução/ Colab

Há muito se fala sobre uma maior participação feminina na política. A Bahia jamais teve uma mulher como governadora e 2022 não vai mudar a história. O ex-governador Jaques Wagner (PT) e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (UB/DEM), são os mais cotados na disputa, porém nomes como João Roma (Republicanos) tentam se viabilizar politicamente. Ou seja, não há espaço para uma opção feminina para concorrer ao Palácio de Ondina e, até aqui, nem mesmo menção a participação de uma mulher na chapa majoritária.

 

Do lado petista da disputa, todos os potenciais nomes para ocupar vagas na chapa são homens. De Wagner, já dado como certo, a especulações como Otto Alencar e o próprio Rui Costa, que podem ser candidatos ao Senado, ou mesmo possíveis apostas como Ronaldo Carletto, Ricardo Mascarenhas ou Zé Cocá. Ou seja, não há preocupação em espaço para a presença feminina. A última vez em que a chapa petista na Bahia teve uma mulher na composição majoritária foi a senadora Lídice da Mata (PSB), nos idos de 2010, quando o PT nacional e Luiz Inácio Lula da Silva sacaram Dilma Rousseff para a corrida presidencial.

 

Já ACM Neto tem uma chapa menos definida - e com uma dificuldade grande em fazer uma composição que carregue características que ele pretende abordar, como, por exemplo, juventude e competência política. Dois partidos que estão na órbita dele, PSDB e PDT chegaram a sugerir nomes para a chapa majoritária, como João Gualberto e Félix Mendonça Jr., ambos do sexo masculino. Ou seja, ainda não há um debate sério sobre o tema. No máximo uma apropriação da discussão, como aconteceu com o próprio Neto em 2012, quando Célia Sacramento surgiu do nada para ser vice e acabou jogada para escanteio, ou em 2018, quando Mônica Bahia apareceu para ser vice de José Ronaldo e desapareceu politicamente na mesma velocidade.

 

É improvável que esse cenário sofra alterações nos próximos meses. Infelizmente. Mulheres são maioria da população e dos eleitores, mas seguem subrepresentadas em espaços de poder em decorrência do machismo estrutural. Mesmo momentos ditos como progressistas, como o discurso petista e a estratégia política do neocarlismo, impõem que candidatas sejam relegadas a um segundo plano ou sirvam para completar chapa apenas como estratégia de marketing. Muito pouco, dado o potencial reprimido historicamente.

 

Mesmo que qualquer um dos dois grupos políticos “saque” o nome de uma mulher para compor a chapa, não houve investimento na formação política de lideranças do sexo feminino. O mesmo acontece com jovens, mas numa proporção infinitamente inferior, visto que quando acontece a renovação esses espaços são ocupados, mais uma vez, por homens. Temos muito o que evoluir nessa temática e ainda dá tempo de fazer esse debate. Porém, alguém está disposto?

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