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Ausência de caciques em lançamento de ACM Neto mostra caminho a percorrer

Por Fernando Duarte

Ausência de caciques em lançamento de ACM Neto mostra caminho a percorrer
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

O evento de lançamento de candidatura de ACM Neto ao governo da Bahia em 2022 foi pomposo e em ritmo de campanha. No entanto, ainda que tenha sido um marco importante para o início da corrida eleitoral, a ausência de caciques de outros partidos mostra que há ainda um longo caminho a percorrer na formação de alianças. A arraia miúda das legendas esteve presente, mas não os peixes graúdos. Então é perceptível que existe uma tentativa de manter uma distância regulamentar das siglas até que haja um cenário menos turvo no plano federal.

 

Dentre os partidos que já integram a base de apoio ao prefeito de Salvador, Bruno Reis - de onde tende a ser o minadouro dos acordos -, duas ausências foram mais perceptíveis. O grupo do MDB sob influência dos Vieira Lima e o Republicanos, que convive com a virtual candidatura de João Roma ao Palácio de Ondina e namora com o apoio à reeleição de Jair Bolsonaro. Ambos, em um primeiro momento, parecem divididos. Enquanto a base de Bruno marcou presença, as lideranças estaduais não deram as caras - ou pelo menos não se fizeram vistos. Sinal de que o apoio a ACM Neto em 2022 não deve ser automático.

 

O MDB não esconde que pode negociar um retorno à aliança com Jaques Wagner (PT). É uma espécie de barganha, dada a baixa representatividade eleitoral da legenda ao longo dos últimos anos na Bahia. Os emedebistas fazem um pouco de leilão para ver quem oferece mais espaços em troca do ainda expressivo tempo de rádio e televisão. Como o ex-prefeito de Salvador oferece uma resistência maior a essa estratégia, em virtude da convivência próxima ao longo dos últimos anos, o “namoro” com Wagner pode ser bem promissor.

 

Já o Republicanos enfrenta o dilema da eleição nacional. Citado como apoiador da reeleição de Bolsonaro, o partido terá que decidir se lança uma candidatura própria ao governo da Bahia com um ex-afilhado político de ACM Neto e rompe com o ex-prefeito ou mantém a profícua relação que existe desde o segundo turno da eleição de 2012 - MDB e PRB chegaram juntos ao arco de alianças do democrata. Para os filiados ao partido na Bahia, pode ser, inclusive, uma escolha de Sofia. Por isso, nenhum grande nome foi visto no ato do Centro de Convenções.

 

Nessa conta ainda pode ser verificada a presença ausente do PL. José Carlos Araújo, que preside a legenda na Bahia, mas não possui mandato, foi até o lançamento da candidatura, mesmo com a perspectiva de que o partido cumpra com o rompimento com ACM Neto após a filiação de Bolsonaro. Araújo fez constar a ida ao evento sem se comprometer com o futuro. Todavia, interesses privados, a exemplo dos espaços que ele detém na prefeitura, precisam ser considerados quando se avalia essa participação.

 

Em resumo, ACM Neto fez valer o investimento realizado ao longo dos últimos meses com visitas a diversas regiões da Bahia. Lotou o Centro de Convenções batizado com o nome do avô, rememorou um ícone das campanhas eleitorais locais com o jingle “ACM, meu amor” e garantiu uma entrada impactante no processo eleitoral baiano de 2022. Foi um evento autocentrado no DEM e no União Brasil, com alguns políticos satélites menores. Agora é gastar a lábia - e a sola de sapato - para atrair os partidos e os grandes nomes da cena local.

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