Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Postergar o problema da economia pode trazer consequências para área de saúde

Por Fernando Duarte

Postergar o problema da economia pode trazer consequências para área de saúde
Foto: Reprodução/ Criptonizando

Enquanto o Brasil prepara uma operação de guerra para lidar com a iminente crise de saúde pública com o novo coronavírus, a economia prestes a entrar em colapso encontra tímidas ações para não ser dizimada. É claro que, neste momento, a prioridade é salvar vidas. No entanto, a desestruturação total da cadeia produtiva pode ter impacto direto na saúde das pessoas. Ou seja, é preciso achar um meio termo para lidar com esse prelúdio de crise econômica, antes que esse problema traga consequências danosas também para o problema humanitário com a Covid-19.

 

Temos dois lados da moeda no atual momento de enfrentamento da crise. O governo federal lança iniciativas que afetam a macroeconomia, ao tempo em que gera sinais simbólicos de preocupação com os trabalhadores informais. Ajudar companhias aéreas e bradar que são exageros as medidas restritivas criadas por governadores e prefeitos também não resolve o imbróglio. Tudo isso é pouco, diante do peso da União na arrecadação de impostos. Porém não se pode falar que não existe tentativas para minimizar os impactos do coronavírus. Pena que essa mesma lógica pró-economia não esteja sendo aplicada na contenção sanitária da Covid-19. 

 

Já governos e prefeituras estão determinando o fechamento do comércio e medidas de restrições aos transeuntes. Estão certíssimos. O foco prioritário é evitar a propagação ainda mais rápida do vírus. Mas, até aqui, não se viu empenho em criação de medidas que possam suavizar essas decisões da cadeia econômica. Quando essa conta chegar, pode ser que a saúde não mais exista, deve ser a lógica. Porém sem renda, sem acesso a alimentação e a remédios, por exemplo, o esforço da saúde pode ser parecido com enxugar gelo. Nesse caso específico, há uma ligação umbilical entre as duas áreas que não pode ser colocada de lado. Por isso muitos empresários, trabalhadores e até ambulantes têm demonstrado preocupação. 

 

Pode até parecer absurdo chamar atenção para isso em meio ao caos iminente. O governo federal tem se concentrado nisso e é um erro. Mas também não dá pra colocar a economia de lado, como se empurrar o problema com a barriga possa eliminá-lo. Sejamos moderados e prudentes. Porém sem esquecer que quando um problema bate à porta ele não vem sozinho. E toda iniciativa que possa minimizar o aparecimento de outros é bem-vinda.

 

Este texto integra o comentário desta segunda-feira (23) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Valença FM e Alternativa FM Nazaré.