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Eu cobro, tu cobras, nós cobramos... E o governo? Dá de ombros!

Por Fernando Duarte

Eu cobro, tu cobras, nós cobramos... E o governo? Dá de ombros!
Foto: Paula Fróes/ GOVBA

A conjugação do verbo cobrar já nem cabe mais no noticiário. Todos os dias, sobram cobranças e falta pouca ação prática, principalmente do governo federal, no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Eu cobro, tu cobras, todos nós cobramos. Ainda assim, parece que o país vive em completa letargia na corrida pela vacinação massiva contra a Covid-19. E, infelizmente, sem nenhuma perspectiva de mudança, ainda que a pressão siga aumentando.

 

Parece haver uma política genocida clara. A morte virou rotina e quase ninguém mais se indigna com as pessoas que perderam a vida para o coronavírus. Nesta terça-feira (8) quem peregrinou à Brasília foram governadores de todo o Brasil para pedir ao Ministério da Saúde o empenho na liberação de imunizantes que tenham eficácia comprovada. Ouviram a promessa de que, em 60 dias, é possível que algo seja disponibilizado pela Anvisa. Além de sentar e esperar, resta-nos também chorar.

 

Não que essa política marqueteira de João Doria seja algo exemplar. Pelo menos esse populismo do governador de São Paulo mexe com os brios do presidente Jair Bolsonaro e, em tese, o forçaria a ter uma postura menos incoerente. Ok, estou exigindo demais de ambos. Doria faz de tudo para chegar ao Palácio do Planalto em 2022 e não hesita em usar uma vacina para isso. Bolsonaro faz tudo para não perder para Doria. O resultado que temos é esse impasse: o mundo começa a liberar vacinas e o vírus no Brasil segue como ameaça globalista.

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), fez um alerta bem duro: é possível que o governo perca o controle da situação. O problema é que um revés nesse processo não atinge apenas Bolsonaro e sua trupe. Atinge em cheio todo e qualquer gestor público que não conseguir viabilizar uma imunização eficaz ou uma perspectiva de vacinação para que voltemos à dura realidade brasileira que, contrariando Tiririca, ficou pior do que estava. E a guerrilha ideológica travada no Brasil vai seguir matando.

 

Os governadores conjugaram bastante o verbo cobrar. A população, infelizmente, parece não estar tão disposta a cobrar uma postura coerente dos gestores, especialmente do presidente da República e do seu entorno. Há quem prefira recorrer à ideia de “mito” para justificar essa briga sem propósito para ver quem traz primeiro a vacina. Parece uma disputa para ver quem tem o carrinho maior na infância. Pena que, quando adultos, esse problema não seja solucionado civilizadamente com puxões de orelha.

 

Este texto integra o comentário desta quarta-feira (9) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.