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Derrotas em Feira e Conquista sinalizam desgaste de modelo petista na Bahia

Por Fernando Duarte

Derrotas em Feira e Conquista sinalizam desgaste de modelo petista na Bahia
Foto: Montagem/ Bahia Notícias

Duas viradas marcaram o segundo turno das eleições 2020 na Bahia. Tanto Feira de Santana quanto Vitória da Conquista tiveram vitórias do PT no primeiro turno, com Zé Neto e Zé Raimundo, respectivamente. No entanto, as urnas neste domingo (29) mostram que a pequena vantagem obtida na primeira etapa não foi suficiente para derrotar os candidatos à reeleição Colbert Martins e Herzem Gusmão, ambos do MDB. Com os resultados, os principais colégios eleitorais baianos estão sob comando da oposição ao governador Rui Costa nos próximos quatro anos.

 

Não eram derrotas esperadas. Houve um investimento alto do PT e do governador nas campanhas dos dois “Zés” agora no segundo turno. Rui foi presença constante nas duas cidades e existiu uma aposta alta de que o grupo político que comanda a Bahia conseguiria vencer em ao menos uma das duas cidades. Foi o pior cenário possível. E a fatura pode ser creditada aos próprios candidatos, mas também ao governador, que não conseguiu agrupar a base nas duas cidades ao ponto de garantir uma frente ampla de apoio aos candidatos.

 

Feira de Santana e Vitória da Conquista eram administradas por gestores que não estavam em lua-de-mel com os munícipes. Colbert Martins Filho herdou a cidade em 2018, quando Zé Ronaldo deixou a prefeitura para disputar o governo na Bahia e, assim como Zé Neto, tentava pela quarta vez uma vitória nas urnas. Durante a pandemia, o prefeito viveu altos e baixos e poderia não obter êxito no pleito. Nesse cenário, o petista tinha a faca e o queijo na mão para comandar o Paço Municipal Maria Quitéria. Não deu.

 

Situação similar viveu Herzem Gusmão. Após interromper um ciclo de 20 anos do PT em Conquista, ele viveu momentos de tensão política até mesmo com os aliados. Surfou um pouco na onda bolsonarista e também não estava tão bem avaliado pela população durante os últimos quatro anos. No entanto, instados a irem as urnas, os conquistenses optaram por prorrogar o mandato dele por quatro anos ao invés de viverem sob tutela dos petistas mais uma vez.

 

Os dois prefeitos não eram adversários fáceis de serem batidos. Ainda assim, as viradas e as diferenças nas votações mostram que o modelo político petista parece passar por desgaste na Bahia. O governador não pode ser o único culpado pelo desempenho dos aliados nas urnas, mas essa conta vai ser colocada principalmente no colo dele. Foi um domingo amargo para o petismo na Bahia, mas algo adocicado para a oposição. Afinal o seu expoente maior na Bahia, o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), tem motivos de sobra para comemorar o resultado das eleições 2020.

 

Este texto integra o comentário desta segunda-feira (30) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.

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