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Com alguns anos de atraso, Olívia vai finalmente disputar a prefeitura de Salvador

Por Fernando Duarte

Com alguns anos de atraso, Olívia vai finalmente disputar a prefeitura de Salvador
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

Mesmo sendo uma personagem importante da cena política soteropolitana, a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) precisará ter fôlego para se manter como uma candidata competitiva nas eleições de 2020. Com militância no movimento negro e uma história de vida que se confunde com a de milhares de mulheres soteropolitanas, caso tivesse uma maior musculatura política entraria facilmente para o rol de favoritos. Infelizmente, não é o caso.

 

Em 2016, quando Olívia era considerada preferida pelo governador Rui Costa, o PCdoB escolheu Alice Portugal para disputar o pleito contra a reeleição de ACM Neto (DEM). O resultado é conhecido publicamente. Os comunistas sofreram para não ter uma votação similar à de Sargento Isidório, até então apenas um folclórico candidato. Quatro anos depois de ter sido vice de Nelson Pelegrino (PT), Olívia era um nome natural. Alice não deixou. Agora, com um cenário ainda mais desfavorável à esquerda, a “Negona”, como se apresenta, manteve firme a candidatura, mesmo que tenha havido esforço de aliados de Rui em demovê-la da ideia.

 

O potencial da candidata do PCdoB, sem uma frente política que dê suporte a uma campanha mais forte, não é fácil de ser explorado. Ainda que seja um partido tradicional, a legenda ficou muito tempo como um apêndice do PT e carrega muito do antipetismo, mesmo que não compartilhe integralmente da agenda dos aliados.

 

A associação ao Progressistas, que traria a candidatura de Olívia para uma posição mais de centro, todavia, é mais favorável ao parceiro do que ao próprio PCdoB. O antigo PP demarca bem o território ao se distanciar do PSD e do PT em Salvador, com quem mede forças no plano estadual, mas não parece embarcar de corpo e alma na campanha de Olívia. A prova disso é a escolha do desconhecido Joca, sem qualquer tradição nas urnas, para representar a sigla na chapa. Niltinho seria mais representativo do apoio do que o correligionário, pois ao menos detém o status de deputado estadual.

 

Ainda assim, Olívia não pode ser considerada uma candidata menor na disputa. Nas pesquisas divulgadas até então ela aparece como opção mais frequente do que o nome apresentado por Rui na disputa, a petista Major Denice. Com a saída de Lídice da Mata do páreo, parte dos votos da esquerda clássica que tende a se afastar do PT pode ser deslocada para a comunista. Não é um cenário favorável, porém também não é integralmente desfavorável. Olívia, tal qual os demais candidatos da base de Rui, pode ser essencial para um eventual segundo turno em Salvador. Ainda que não esteja na segunda fase do pleito.