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Marca Bahia Notícias

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Ausência de diálogo e articulação na base de Rui impulsionam candidatura de Bruno Reis

Por Fernando Duarte

Ausência de diálogo e articulação na base de Rui impulsionam candidatura de Bruno Reis
Foto: Divulgação / PMS

É natimorta qualquer tentativa de unificar a base aliada do governador Rui Costa na campanha eleitoral soteropolitana. Mesmo que seja apenas para fazer um discurso coeso contra a candidatura de Bruno Reis (DEM), atual vice-prefeito e cuja imagem está intrinsecamente ligada à de ACM Neto. Por mais que haja esse esforço narrativo, de que é possível encontrar um denominador – ou mais de um – entre nomes como Major Denice (PT), Olívia Santana (PCdoB), Niltinho (PP), Lídice da Mata (PSB), Sargento Isidório (Avante) e Eleusa Coronel (PSD), apenas num cenário utópico isso aconteceria. A estratégia é fadada ao fracasso.

 

Se em um cenário regular, com a necessidade de múltiplas candidaturas para tentar forçar um segundo turno, já é difícil traçar uma unidade em um grupo tão heterogêneo, com a pandemia e as limitações impostas para a campanha tudo ficou ainda mais complexo. A base de Rui, construída ainda sob a batuta de Jaques Wagner em 2014, agrupa segmentos que vão da centro-direita à esquerda mais clássica e que possuem interesses díspares quando se trata de eleições municipais. O fim da coligação proporcional, então, acelerou a lógica do cada um por si para a garantia de cadeiras na Câmara de Vereadores. Ou seja, tudo afunilando para o esfacelamento da base de apoio em Salvador.

 

Rui não é um operador político. A crise do coronavírus expôs essa falta de habilidade do governador para dialogar com os partidos aliados para falar sobre política, enquanto cuida desse imenso problema da Covid-19. Apenas a título de comparação simplória, mesmo após a chegada do coronavírus, o líder adversário, ACM Neto, seguiu costurando as articulações ao ponto de segurar eventuais dissidências ou movimentos rebeldes do grupo dele. O prefeito de Salvador está longe de ser acusado de omissão na crise, mas não deixou de tratar de política.

 

O adiamento das eleições para novembro até poderia gerar algum tipo de extensão para que as conversas acontecessem efetivamente. Porém, às vésperas do que seria o prazo inicial para a realização das convenções, não há nenhuma presença ativa de Rui para catalisar a própria base na capital baiana. Ele, no máximo, aparece para tentar impulsionar a campanha da afilhada, Major Denice, sem sinalizar qualquer diálogo com outros aliados. Com essa postura, a chance de sucesso do projeto de chegar ao Palácio Thomé de Souza vai se esvaindo como água em uma peneira.

 

Enquanto isso, Bruno Reis segue em mar de águas tranquilas, sem ter muito com o que se preocupar a não ser com a própria campanha. É esforço dele apenas? Não. Os adversários estão ajudando bastante.

 

Este texto integra o comentário desta quinta-feira (23) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios A Tarde FM, Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Alternativa FM Nazaré, Valença FM e Candeias FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.

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