A Petrobras anunciou que o pre&ccedil;o m&eacute;dio do litro da gasolina A sem tributo nas refinarias, que entra em vigor na ter&ccedil;a-feira (26), ser&aacute; de R$ 1,8783, alta de 0,80% ante o atual de R$ 1,8634. J&aacute; o pre&ccedil;o do diesel segue congelado em R$ 2,0316.

Maior patrocinadora da cultura brasileira nos anos 2000, a Petrobras, em processo de supera&ccedil;&atilde;o da crise gerada pelas perdas de receita e esc&acirc;ndalos de corrup&ccedil;&atilde;o dos &uacute;ltimos tr&ecirc;s anos, mudou seu posicionamento ao selecionar e financiar projetos. O Programa Petrobras Cultural (PPC) tem agora como diretriz o fortalecimento da combalida marca da empresa. Deixam de ser crit&eacute;rios a necessidade de abrang&ecirc;ncia nacional e a invisibilidade dos projetos para o mercado - princ&iacute;pios que, no passado, possibilitaram que iniciativas culturais do interior do Norte e do Nordeste, sem acesso a apoios privados, florescessem.&nbsp;O PPC contemplava projetos nas &aacute;reas de cinema, m&uacute;sica, artes c&ecirc;nicas, literatura, forma&ccedil;&atilde;o e preserva&ccedil;&atilde;o. Entre 2001, quando come&ccedil;aram os editais, e 2011, distribuiu R$ 2,1 bilh&otilde;es, sendo R$ 1,15 bilh&atilde;o por meio da Lei Rouanet. O ano do maior aporte foi 2006, quando a estatal teve lucro recorde: foram R$ 288 milh&otilde;es. Em 2012, foi realizada a &uacute;ltima sele&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica nacional. Dois anos depois, houve uma chamada regional, s&oacute; para Minas Gerais, no total de R$ 10 milh&otilde;es. De 2015 para 2016, o valor investido em cultura passou de R$ 161 milh&otilde;es a R$ 94 milh&otilde;es; em 2017, caiu a R$ 65 milh&otilde;es. Desde 2003, foram 3.700 agraciados. 
 
&quot;Temos um novo planejamento, vamos chamar agora por segmento. Os pr&oacute;ximos ser&atilde;o m&uacute;sica, artes c&ecirc;nicas e audiovisual&quot;, conta o gerente de patroc&iacute;nios da empresa, Diego Pila. &quot;A gente tinha um programa muito alinhado com a pol&iacute;tica p&uacute;blica de cultura (do Minist&eacute;rio da Cultura). Agora, &eacute; mais focado na Petrobras como empresa, que passa por um reposicionamento de marca, e menos no governo. A empresa avalia onde tem mais potencial de retorno de marketing e territ&oacute;rio mais pr&oacute;prio. Com menos recursos, temos que investir de forma mais assertiva, e em pra&ccedil;as onde temos maior visibilidade.&quot; 
 
O discurso &eacute; bem diferente do que a Petrobras manteve no passado, especialmente nos dois governos Lula (2003-2010), quando recebia mais de sete mil inscritos por ano e era instada a distribuir os recursos de maneira equ&acirc;nime por todas as regi&otilde;es do Pa&iacute;s, sem favorecer os j&aacute; privilegiados centros do Sudeste e do Sul.&nbsp;Era uma &eacute;poca em que a ger&ecirc;ncia de patroc&iacute;nios tinha como prioridade atender justamente a quem n&atilde;o tinha apelo midi&aacute;tico, e que produtores locais, fossem m&uacute;sicos querendo gravar seus CDs, representantes ind&iacute;genas lutando por sua cultura ou bibliotecas p&uacute;blicas de cidadezinhas em busca de sustento, passavam por oficinas organizadas pela empresa, que tinham como objetivo capacit&aacute;-los para melhorar a qualidade dos projetos enviados, tornando-os competitivos. As diretrizes se coadunavam com um MinC que se pretendia &quot;presente em todos os cantos e recantos de nosso Pa&iacute;s&quot;, como disse Gilberto Gil em sua posse como ministro, em janeiro de 2003. 
 
Hoje, os produtores lamentam as mudan&ccedil;as. Principalmente porque coincidem com a crise econ&ocirc;mica brasileira, que fez minguar os patroc&iacute;nios de empresas privadas. &quot;Estamos &oacute;rf&atilde;os da Petrobras no teatro e no cinema, sentimos muita falta dos editais. Perdemos tamb&eacute;m o dos Correios, o da Eletrobras. Com a crise, temos mais dificuldade tamb&eacute;m de conseguir captar via Lei Rouanet. &Eacute; um momento em que os procuradores est&atilde;o precisando se reinventar para conseguir manter os projetos em andamento&quot;, diz Bianca de Felippes, produtora de teatro e cinema.&nbsp;Tamb&eacute;m afetado pela crise da Petrobras, o Programa Petrobras Distribuidora de Cultura (PPDC), que j&aacute; apoiou iniciativas como o Grande Pr&ecirc;mio do Cinema Brasileiro, o Sal&atilde;o da Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do Livro Infantil e Juvenil e o Cinema BR em Movimento, projeto de difus&atilde;o de filmes nacionais que viajava o Pa&iacute;s, est&aacute; voltado, desde 2009, apenas &agrave; circula&ccedil;&atilde;o de pe&ccedil;as teatrais n&atilde;o in&eacute;ditas, adultas e infantojuvenis. A sele&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica &eacute; feita a cada dois anos, e 240 espet&aacute;culos j&aacute; foram contemplados, com apresenta&ccedil;&otilde;es em 150 munic&iacute;pios, informou a empresa. O valor tem se mantido R$ 15 milh&otilde;es por edi&ccedil;&atilde;o. 
 
Para quem conta com patroc&iacute;nio direto da Petrobras, sem a necessidade de sele&ccedil;&atilde;o, a longevidade da rela&ccedil;&atilde;o com a empresa n&atilde;o tem sido garantia de tranquilidade. &quot;Dependendo do ano, renovar &eacute; mais complicado. Em 2016, com a Petrobras no meio do turbilh&atilde;o, a gente ficou na incerteza at&eacute; meados do primeiro semestre, sem saber se conseguiria fazer as comemora&ccedil;&otilde;es dos 35 anos do grupo. A gente ficou bem preocupado&quot;, lembra Beto Franco, diretor do Grupo Galp&atilde;o, patrocinado h&aacute; 16 anos - s&atilde;o R$ 2 milh&otilde;es por ano. &quot;O apoio da Petrobras fez com que a gente desse um salto de qualidade e tivesse uma equipe fixa maior. Hoje s&atilde;o cem espet&aacute;culos por ano, no Brasil e fora&quot;.&nbsp;Os maiores investimentos atuais s&atilde;o na Orquestra Petrobras Sinf&ocirc;nica (Opes), patrocinada h&aacute; 30 anos (R$ 11,5 milh&otilde;es anuais), no Grupo Corpo (h&aacute; 17 anos) e Cia de Dan&ccedil;a Deborah Colker (a partir de 1995 com a BR Distribuidora e desde 2009 com a Petrobras) - ambos recebem R$ 2,3 milh&otilde;es. Anualmente, s&atilde;o apresentados relat&oacute;rios com resultados de p&uacute;blico e retorno de m&iacute;dia.&nbsp;&quot;Nosso relacionamento com a Petrobras &eacute; o melhor poss&iacute;vel, falamos com eles todos os dias. Obviamente a gente ficou receoso com o momento dif&iacute;cil da empresa, mas o que a gente decidiu foi acreditar nos nossos projetos, e entender que num momento &eacute; preciso trabalhar o dobro&quot;, diz Mateus Sim&otilde;es, diretor executivo da Opes. O grupo orquestral nasceu em 1972 dentro da empresa, que hoje o tem como o projeto com maior associa&ccedil;&atilde;o &agrave; marca Petrobras.

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A ger&ecirc;ncia da Petrobras anunciou aos empregados que vai estender o atual acordo coletivo de trabalho (ACT) at&eacute; o dia 10 de novembro e que s&oacute; vai substitu&iacute;-lo pelo novo depois que entrar em vigor a nova reforma trabalhista, em novembro. O comunicado, divulgado internamente a todos os funcion&aacute;rios na quinta-feira (31), n&atilde;o foi bem recebido pela Federa&ccedil;&atilde;o &Uacute;nica dos Petroleiros (FUP), que reunir&aacute; os sindicatos filiados na pr&oacute;xima semana para tra&ccedil;ar estrat&eacute;gias de rea&ccedil;&atilde;o.&nbsp;A revis&atilde;o do ACT da Petrobras acontece todos os anos em setembro. At&eacute; ent&atilde;o, a empresa era obrigada a seguir o acertado no ano anterior at&eacute; que os dois lados chegassem a um acordo, o que poderia demorar meses al&eacute;m do previsto e significar um longo desgaste da dire&ccedil;&atilde;o com os empregados. Neste ano, por&eacute;m, o entendimento da Petrobras &eacute; que uma decis&atilde;o do Tribunal Superior do Trabalho (TST) concedida a outra empresa abriu precedente para que o ACT seja encerrado exatamente na data prevista, em seu caso, em 31 de agosto. &quot;A vig&ecirc;ncia do acordo foi estendida para garantir a tranquilidade das negocia&ccedil;&otilde;es&quot;, afirmou uma fonte da c&uacute;pula da empresa que n&atilde;o quis se identificar.&nbsp;No comunicado divulgado internamente, a empresa afirmou que &quot;em respeito aos empregados e &agrave;s entidades sindicais, a Petrobras prorrogar&aacute; o acordo coletivo de trabalho vigente at&eacute; o dia 10 de novembro, v&eacute;spera da data em que entra em vigor a nova legisla&ccedil;&atilde;o trabalhista. Essa prorroga&ccedil;&atilde;o n&atilde;o afeta a data-base da categoria, que continua em setembro&quot;, traz a nota assinada pela ger&ecirc;ncia executiva.&nbsp;Para a FUP, que representa a maior parte dos funcion&aacute;rios, por&eacute;m, ao citar a reforma trabalhista, a diretoria da empresa buscou &quot;pressionar a categoria para fechar o acordo a toque de caixa&quot;, como afirmou a federa&ccedil;&atilde;o em sua p&aacute;gina na internet. Para resistir, a FUP aposta em f&oacute;rmula que, na sua avalia&ccedil;&atilde;o, tem dado certo: negocia&ccedil;&atilde;o com a empresa e mobiliza&ccedil;&otilde;es.&nbsp;

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