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Testemunhas em caso Paulo Preto dizem ter sido coagidas pelo Ministério Público

Por Luiz Vassallo | Estadão Conteúdo

Testemunhas em caso Paulo Preto dizem ter sido coagidas pelo Ministério Público
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Duas testemunhas de defesa do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, afirmaram, na sexta-feira (25), à Justiça, que foram pressionadas a depor contra ele quando a ação estava no Ministério Público do Estado de São Paulo. O caso hoje é investigado pelo Ministério Público Federal. O ex-diretor da Dersa responde por desvios de R$ 7,7 milhões nas obras do Rodoanel. Priscila Sant Anna, que foi babá de um dos netos do ex-diretor da Dersa e é defendida por advogados ligados a ele, havia admitido ao Ministério Público Estadual, em 2016, que foi beneficiada pelo esquema. Em 2017, quando a investigação estava mais avançada, ela procurou a Polícia Federal para mudar de versão. Segundo ela, no depoimento prestado em 2016, o promotor "batia na mesa, gritava e ameaçava de prisão". O Ministério Público Estadual nega as acusações. Além da acusação de desvios em contratos da Dersa, o Ministério Público Federal suspeita de que o ex-diretor coagiu uma mulher acusada no mesmo processo. A acusação chegou a levar Vieira para a prisão, mas o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liberdade após considerar frágeis as provas contra o ex-diretor da Dersa. Nesta semana, o MPF informou à Justiça que uma outra testemunha do caso se sente ameaçada e pediu para que o seu depoimento fosse feito sem a presença de réus do processo. O nome da testemunha está sendo mantido sob sigilo. De acordo com os investigadores, no dia 17, ela ligou chorando para o Ministério Público Federal e disse que estava com medo de depor. A um funcionário do órgão, ela afirmou que temia que encontrar os réus. A juíza do caso, Maria Isabel do Prado, determinou que a testemunha que ligou chorando, com medo de depor, também fale à Justiça em sala apartada dos acusados. "Como registrado, tendo em vista o fundado temor externado pela testemunha, somado ao seu pedido expresso em não travar contato visual com os réus, a teor do art. 217 do CPP, autorizo sua oitiva sem a presença dos acusados na sala de audiências, o que foi anuído por todas as partes presente", anotou. "Ressalte-se, outrossim, que permanecerão preservados os princípios inerentes ao devido processo legal, ampla defesa e contraditório. De se observar que os acusados permaneceram em sala contígua a este recinto, de molde a poderem ouvir o que foi dito pela testemunha e, ainda, devidamente representados pelas respectivas defesas", decidiu.  Além da ação penal por supostos desvios de R$ 7,7 milhões em reassentamentos para obras do Rodoanel Trecho Sul, Paulo Vieira de Souza é investigado por supostamente operar propinas para o PSDB. O ex-diretor da Dersa nega as irregularidades e afirma que nunca operou ou arrecadou recursos para o PSDB. A defesa dele afirma que Paulo Vieira "nunca tratou de recursos ilícitos". Sobre as acusações de ameaças, a defesa afirma que elas "são infundadas e não correspondem com a realidade".