TV britânica aponta que Djokovic pode ter fraudado exame de Covid
A televisão britânica "BBC" divulgou em reportagem na última sexta-feira (28) que encontrou suspeitas de fraude nos testes de Covid que o tenista Novak Djokovic apresentou ao tentar entrar na Austrália para disputar o Australian Open.
A emissora confrontou a documentação apresentada pelos advogados de Djokovic à Justiça australiana com dados do Instituto de Saúde Pública da Sérvia e atestou uma série de inconsistências.
Segundo a publicação, os dados digitais do exame número 7371999 sugerem que o resultado negativo seria de um exame feito no dia 26 de dezembro às 14h21 no horário sérvio, e não no dia 16 de dezembro, como indicou a defesa do jogador. A data seguinte, porém, poderia ter sido a do registro ou do download do resultado, apesar do mais comum ser a do registro.
O exame negativo apresentado pela defesa de Djokovic, com data 22 de dezembro, tem número 7320919. A diferença entre eles, de pouco mais de 51 mil, é coincidentemente a mesma diferença de testes realizados no período de 22 a 26 de dezembro, de acordo com dados do sistema de saúde da Sérvia.
Esses indícios apontam que o teste negativo do atleta teria sido feito antes do segundo teste, com resultado positivo.
Anteriormente, a revista alemã "Der Spiegel" havia trazido que o o QR code disponível no teste de Covid-19 de Djokovic, com data 16 de dezembro, também gerou dúvida. Ao acessá-lo, a reportagem encontrou dois diferentes resultados no espaço de pouco mais de uma hora. A reportagem apresenta dois prints, ambos feitos no dia 10 de janeiro. No primeiro, às 13h19 (horário local), o resultado do exame aparece como negativo. No segundo, às 14h33, o resultado aparece como positivo.
Djokovic foi deportado da Austrália e ficou fora da disputa do Australian Open. Isso impossibilitou a tentativa de buscar o recorde de 21 títulos de Grand Slam.