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Formiga deixa legado dentro e fora de campo ao despedir-se do futebol feminino

Por Nuno Krause

Formiga deixa legado dentro e fora de campo ao despedir-se do futebol feminino
Foto: Sam Robles / CBF

Duzentos e trinta e três jogos disputados com a camisa da Seleção Brasileira. Ao todo, 20 mil minutos. Miraildes Maciel Mota, a Formiga, é, entre mulheres e homens, aquela que mais vestiu a camisa amarela. Nesta quinta-feira (25), a história se encerra. 

 

A partir das 22h (de Brasília), a volante baiana de 43 anos faz sua última aparição pela seleção nacional, contra a Índia, no primeiro confronto do Torneio Internacional de Futebol Feminino.

 

No currículo, 151 vitórias, 35 empates, 47 derrotas e 37 gols marcados pelo seu país. Números que fazem parte, mas que estão longe de representar de forma exclusiva o seu legado.  

 

Ao lado de colegas do alto escalão, como Marta e Cristiane, Miraildes revolucionou o futebol feminino. Culturalmente um esporte machista, o jogo da bola com os pés custou a dar espaço para as mulheres, e ainda custa. Depois dessas lendas, entretanto, o cenário é outro. "Promissor", até, como disse a própria Formiga (lembre aqui). 

 

A estreia com a Amarelinha ocorreu no dia 5 de junho de 1995, quando a atleta tinha apenas 17 anos, na Copa do Mundo da Suécia. Aquela era, após 15 edições masculinas, apenas a segunda feminina. O Brasil venceu as anfitriãs por 1 a 0, com gol de Roseli. A baiana assistiu a tudo do banco de reservas, mas sorriu. A partir dali, não perderia uma Copa sequer. 

 

Com Olimpíadas, foi o mesmo. Os Jogos passaram a considerar o futebol feminino um esporte olímpico apenas em 1996, em Atlanta. Formiga esteve lá, e em todas as edições seguintes, sendo a atleta que mais esteve presente no evento. Alcançou duas medalhas de prata, em 2004 e em 2008. 

 

“Em Atlanta, em 1996, fomos as quartas colocadas, e nós mesmas não imaginávamos que chegaríamos. E a nossa medalha de prata, em 2004, foi a melhor. Foi fantástica a maneira que a gente trabalhou em tão pouco tempo. Infelizmente não veio o ouro, mas eu fiquei muito feliz que conseguimos colocar a Pretinha em uma final”, lembrou a atleta. 

 

As Copas também terminaram para Formiga com sentimento de satisfação, já que o Brasil foi bronze em 1999 e chegou à grande final em 2007. À época, a volante e suas companheiras não conseguiram segurar o forte time da Alemanha, mesmo após golear os Estados Unidos por 4 a 1 na semifinal, e ficaram com a prata. Ela conquistou ainda o Sul-Americano de 2010 e a Copa América de 2018. 

 

O legado, como não poderia deixar de ser, foi amplamente reconhecido nacionalmente e internacionalmente. Nesta quinta-feira (25), personalidades do futebol como Pelé e Marta homenagearam a jogadora. 

 

"A história dela fala por si. Um exemplo de perseverança e dedicação. Uma das pessoas mais amadas do mundo", disse a Rainha. 

 

"Formiga, minha querida, queria lhe dar os parabéns, de todo coração. Parabéns e viva o nosso Brasil. Viva, Formiga!", escreveu Pelé. 

 

Megan Rapinoe, da Seleção Norte-Americana, exaltou o comprometimento da baiana com o esporte. "Não acredito que ninguém possa replicar o que você fez em campo. Você é única, fora da curva, sem igual!", destacou. 

 

O capitão do penta da seleção masculina, Cafu, também se pronunciou. "De recordista para recordista, de capitão para capitã, parabéns. Que nossas meninas sigam seu exemplo, com foco, determinação e comprometimento", disse o ex-lateral direito.