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Grosjean detalha momento durante incêndio no carro: 'Fiquei em paz e senti que ia morrer'

Grosjean detalha momento durante incêndio no carro: 'Fiquei em paz e senti que ia morrer'
Foto: Divulgação / F1

O francês Romain Grosjean deu detalhes do momento em ficou em meio ao fogo dentro do carro no acidente sofrido na largada do GP do Bahrein. O piloto ficou exatos 28s7 dentro do cockpit da Haas destruído e sendo consumido pelas chamas. Após as primeiras tentativas frustradas para escapar dos destroços, ele revelou que chegou a aceitar a morte, mas decidiu voltar a lutar para se salvar ao pensar nos filhos.

 

"Pra mim pareceu mais de 1 minuto. Quando o carro parou, abri os olhos e soltei meu cinto de segurança. Meu primeiro pensamento foi "vou esperar até que alguém venha e me ajude". Eu não estava estressado e obviamente não sabia na hora que havia fogo, mas olhei para a esquerda e vi fogo. Tentei subir pela direita, mas não funcionou. Voltei pela esquerda, não funcionou. Sentei-me novamente e pensei em Niki Lauda, seu acidente, e pensei "não pode ser assim a minha última corrida". De jeito nenhum", disse. "Tentei sair de novo, mas eu estava preso. Então eu voltei pro banco e chegou o momento mais difícil: quando meu corpo relaxa. Fiquei em paz comigo mesmo e senti que ia morrer. Comecei a me perguntar: "Vai queimar o meu sapato, o pé ou a mão? Vai ser doloroso? Como vai começar?". Mas pensei nos meus filhos e eu disse "não, eles não podem perder o pai hoje". Decidi virar meu capacete para o lado esquerdo e depois tentar torcer meu ombro. Percebi que meu pé estava preso no carro, então eu puxei o máximo que pude e meu pé saiu da sapatilha. Fiz de novo e meus ombros doeram; e eu sabia que ia pular", continuou.

Foto: Divulgação / F1

 

Ao conseguir se desvencilhar do carro, Grosjean foi ajudado pelo médico Ian Roberts e o piloto do carro médico Alan van der Merwe.

 

"Eu estava com as duas mãos no fogo. Minhas luvas são vermelhas normalmente, mas vi que a esquerda estava mudando de cor e começando a derreter até ficar totalmente preta, e eu senti dor, mas também sinto o alívio por estar fora do carro. Pulei até a barreira e então senti Ian [Roberts] me puxando pelo macacão, então eu soube que não estava mais sozinho. Retirei minhas luvas porque também vi que a minha pele estava criando bolhas e derretendo, e grudaria na luva. Entramos no carro médico e nos sentamos, e eles colocaram uma compressa fria em minhas mãos", contou.

 

Após escapar da morte, Grosjean disse que se recusou em esperar a chegada da ambulância para ser colocado na maca. Entendendo a gravidade do acidente e do tamanho do fogo, ele preferiu entrar no carro médico andando para mostrar ao mundo que estava bem. "Acho que pelo ponto de vista clínico, não foi a decisão mais perfeita, mas eles entenderam que, para mim, era fundamental que houvesse imagens minhas caminhando. Mesmo tendo saído do incêndio, eu precisava enviar outra mensagem forte de que estava bem", falou.

 

Romain Grosjean ficou internado no Hospital das Forças de Defesa do Bahrein até a manhã da última quarta (2) quando recebeu alta. No dia seguinte, ele voltou ao autódromo do Bahrein, onde acontece a penúltima etapa do Mundial 2020, para rever os companheiros de equipe, da categoria e também a dupla que o ajudou a escapar do incêndio.

 

Apesar de ser no mesmo autódromo, o GP de Sakhir será disputada no traçado externo do circuito do Bahrein. A corrida acontece no domingo (6), às 14h10 no horário de Brasília. O brasileiro Pietro Fittipaldi vai substituir Romain Grosjean nesta penúltima etapa.