Antes de duelo com Vitória, Michel Bastos fala de atrasos de salários no Sport

O duelo contra o Vitória, nesta quarta-feira (14), é um "jogo de  seis pontos" para o Sport, já que as duas equipes brigam para não cair. No entanto, na véspera da partida, um dos líderes do elenco pernambucano, Michel Bastos, falou do atraso salarial no clube. Os jogadores não recebem salários relativos à carteira há três meses. E os funcionários da parte administrativa não recebem dinheiro nenhum há dois.

 

"Eu nunca passei por uma situação dessa, não vou mentir. Eu passo junto com os atletas, mesmo sabendo que eu sou pago pelo Palmeiras. Vejo os funcionários, mesmo com salários atrasados, trabalhando e nos ajudando. A gente depende deles. Não teremos uma roupa limpa, uma chuteira boa para trabalhar, não conseguimos nos alimentar. Eles são pessoas que amam o clube de coração e vêm felizes, lógico que sabendo que tem essa realidade porque dependemos de dinheiro para viver", afirmou.

 

Michel Bastos está no Sport emprestado pelo Palmeiras. O atleta ainda falou que os jogadores cobram aos diretores, mas o clube tem tentado pagar o que deve.

 

"Os atletas têm consciência que, mesmo com a situação difícil, é nosso trabalho e não podemos relaxar. O clube faz um esforço muito grande para quitar as dívidas. Hoje, não só o Sport, mas vários clubes no Brasil passam por uma situação difícil. A gente cobra de uma maneira sensata à diretoria, até porque existe a situação de funcionários e atletas que necessitam, mas entendendo que eles estão fazendo o esforço necessário", disse.

 

Apesar do problema com o atraso de salário, os jogadores tem procurado não levar essa questão para dentro de campo. O Leão pernambucano vive uma ascensão no Campeonato Brasileiro e não perde há quatro jogos, sendo três vitórias e um empate.

 

"A gente convive com isso há um bom tempo, não é de agora. E falta um mês para o campeonato acabar. Pelo momento que vivemos e pela necessidade de abdicar de muita coisa, até ficar longe da família. Claro que o melhor são as coisas entrarem nos eixos e o clube quitar. Mas o problema não é de agora e dentro de campo nunca foi um problema para o nosso grupo. O nosso grupo vive muito bem, os jogadores são profissionais e que respeitam o trabalho. Eu acho que isso não muda em 25 dias. Claro que é difícil conviver com isso, mas a gente sabe que muitos aí dependem não só do dinheiro no final do mês, mas de jogar e se destacar para ter um futuro. Para muitos, o futebol não acaba amanhã e dependemos disso para ter um futuro melhor, de ir para a Europa, ir para a seleção e temos de pensar no futuro nesse momento", falou.

 

O duelo dos Leões está marcado para às 20h45 no horário de Salvador, nesta quarta, na Ilha do Retiro. A partida é válida pela 34ª rodada do Brasileirão. O time pernambucano ocupa a 16ª colocação com 37 pontos, dois a mais do que a equipe baiana afundada na zona de rebaixamento na 18ª posição.