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No Ypiranga, Thaís destaca apoio de Apodi e busca fortalecimento do futebol feminino

Por Glauber Guerra / Leandro Aragão

No Ypiranga, Thaís destaca apoio de Apodi e busca fortalecimento do futebol feminino
Atleta é casada com Apodi | Foto: Francisco Galvão

Amante do futebol, a jogadora Thaís Lobo já usa sua habilidade nos gramados há 15 anos. Para a atleta, de 26 anos, a frase usual dos boleiros é lema: "não importa a posição, o treinador pode até me colocar no gol, o que eu quero é jogar". Atualmente no Ypiranga se preparando para o Campeonato Baiano Feminino, ela fala sobre jogar em posições distintas.

 

"Eu sou versátil. No Campeonato Baiano agora, eu vou agarrar, vou jogar de goleira. No ano passado, eu estava na Chapecoense e jogava na lateral-direita", disse em entrevista ao Bahia Notícias.

Foto: Francisco Galvão

 

Thaís jogou na Chapecoense em 2017, quando o seu marido, o lateral-direito Apodi, defendia o clube catarinense. Apesar de estar sempre acompanhando o atleta, que agora está na Arábia Saudita atuando no Ohod, ela não abre mão de disputar seus campeonatos antes de embarcar para o próximo desafio da vida itinerante de um jogador profissional de futebol. No entanto, a questão não é tabu para o casal, que sempre encontra uma solução para esse contratempo imposto pela vida.

 

"Ele me apoia sempre. Muitas vezes ele vai jogar fora, aí eu atraso minha ida para lá, por conta dos campeonatos que tem aqui. Quando ele foi para o Sport mesmo, eu fiquei aqui dois, três meses disputando o Campeonato Baiano. Aí quando terminou, eu fui para Recife. Ele me incentiva muito e várias vezes ele abre mão das coisas para eu poder estar jogando também. Até porque antes de conhecê-lo, eu já jogava, então ele é bem paciente em relação a isso. E me apoia também", explicou. "Agora ele está na Arábia Saudita. Lá é bastante complicado para poder entrar no país. Eles são muito rigorosos, por causa da religião deles. Como tem que ter visto, isso demora bastante. Mas, graças a Deus, tudo se encaixou. A gente está correndo atrás do visto ainda para eu poder ir e enquanto isso dá para eu jogar o Campeonato Baiano que termina no dia 9 de dezembro. Vai ser o tempo certinho que sai o visto para eu poder ir para lá ficar com ele", completou.

 

Thaís começou no futebol aos 11 anos de idade levada pelo pai para jogar nas categorias de base do Vitória. Dos gramados, ela migrou para a quadra de futsal. Mas depois foi jogar no São Francisco do Conde, a convite de Mário Augusto, dirigente e técnico do time. No Ypiranga, Thaís reencontrou o técnico Francisco Cardoso, conhecido como Quinho. Eles trabalharam juntos no Bahia.

 

"Fui para o México, porque Apodi foi jogar no Querétaro, time de lá. Aí fui com ele e deixei o São Francisco. Quando eu retornei fui jogar no Bahia e foi onde eu conheci Quinho", contou.

 

O comandante também rasga elogios para a atleta. "Thaís é bastante dedicada. Tem mostrado um comprometimento muito grande nos treinos e com certeza vai nos ajudar bastante", disse.

Foto: Francisco Galvão

 

A agora goleira também é a capitã do time do Ypiranga. Além da liderança dentro de campo, ela faz as vezes de motivadora das colegas. "A maioria das meninas tem dificuldades financeiras. Elas não têm transporte para poder treinar, não têm condições de ter uma chuteira para calçar e poder treinar, não têm roupa para o treinamento. Por eu ter condições financeiras, sempre procuro incentivá-las. Claro que não vou dar chuteira, dinheiro para transporte, porque sei que isso não vai ajudar o futebol feminino. Mas, pelas minhas condições de vida também, eu procuro passar para elas, porque da mesma forma que elas acordam de manhã cedo, eu também acordo cedo para ir treinar. Eu podia estar na cama, podia estar dormindo, assistindo filme, mas acordo cedo junto com elas para treinar. Procuro sempre incentivar, porque é uma coisa que a gente gosta de fazer, né? A gente ama jogar bola e o que a gente faz pelo futebol é por amor e não pelo dinheiro, infelizmente", pontou.

 

Apesar de já ser uma figurinha carimbada no Campeonato Baiano, Thaís falou do momento do futebol feminino no estado e comparou com a visibilidade à modalidade em São Paulo e  Rio de Janeiro. No entanto, ela pondera que a categoria precisa de mais apoio no Brasil, e que a Bahia precisa ainda mais.

 

"Em São Paulo e no Rio de Janeiro tem um pouco mais de visibilidade. É uma competição mais acirrada, com jogadoras de nível mais alto. Não que no Brasil tenha algum apoio. O Brasil, realmente, precisa de apoio em geral. Mas aqui na Bahia há uma dificuldade maior, tem pouca visibilidade, poucas transmissões de jogos... Mas no Brasil, em geral, o apoio é zero. A gente tem que correr atrás das dificuldades e para ter melhorias tem que avançar bastante", reclamou.

 

Mas a vida da goleira do Ypiranga não é apenas futebol, amor e viagens. Há oito meses, ela e Apodi tiveram um filho. Enquanto o marido está na Arábia jogando, ela também se desdobra para continuar dentro de campo. "Tem uma pessoa que fica com ele durante a semana. Quando essa pessoa não está aqui, geralmente ele fica com o meu pai e com a minha mãe. E quando dá, eu sempre trago para o treino também para ele brincar um pouquinho", falou.

Foto: Francisco Galvão

 

Outro lema na vida de Thaís é "o futuro a Deus pertence". À espera do visto para entrar na Arábia Saudita e voltar a morar com o marido Apodi, ela ainda não sabe como será a vida no Oriente Médio. "Na verdade a gente nunca tem ideia. Agora ele está na Arábia Saudita e o contrato termina em junho. Se tiver uma rescisão de contrato aí ele sai. Então, a gente nunca tem um plano. A gente vai vivendo a cada dia e vamos vendo o que faremos. Estou sempre mudando de clubes de acordo com para onde ele vai", declarou.

 

CAMPEONATO BAIANO FEMININO
A estreia do Ypiranga no Baianão Feminino está marcada para o outro domingo (14), às 13h, contra o Redenção. O duelo será no Parque Santiago, em Salvador. O time feminino do Mais Querido está no Grupo 2 da competição e terá também o Vitória e o Galícia como adversários nesta primeira fase. O técnico Quinho está confiante no bom desempenho do time na competição.

 

"Eu tinha um projeto de ir para a Itália, mas aceitei essa missão de conduzir o Ypiranga no Campeonato Baiano. As dificuldades são grandes, mas estamos prontos para esse desafio", finalizou.

Quinho é o técnico do Ypiranga | Foto: Francisco Galvão