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Destaque nas divisões de base, treinador alerta dupla Ba-Vi: ‘Não tem projeto’

Por Gabriel Rios

Destaque nas divisões de base, treinador alerta dupla Ba-Vi: ‘Não tem projeto’
Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

Uma escolinha de futebol de Salvador tem se destacado nas divisões de base. A Julian Valoni Academia de Futebol conquistou recentemente o Campeonato Baiano de Base Fut7, nas categorias sub-9, sub-11. Criador do projeto e treinador da equipe, Julian Valoni - que também saiu vitorioso na categoria sub-13 treinando o Jacuipense - explicou como funciona o programa.

Valoni comemora os títulos no Sub-9, 11 e 13 do Baianão Fut7 Foto: Arquivo Pessoal 

“Trabalho com o futsal para criança e adolescentes há 16 anos. O projeto Grupo Amigos do Peito (GAP) / Academia Futebol de Julian Valoni foi criado em 2006. É pequeno, mas dá resultado. É um trabalho de qualidade. A gente prioriza o aprendizado. Voltado para o entender do jogo. Não aquela parte do fazer por fazer. A gente trabalha com alunos de classe média e com crianças carentes. Eu tenho núcleos, e em cada um deles eu tenho de dez a doze bolsas para os alunos carentes. Mas o meu forte é formar esses atletas até os 13 anos”, destacou.

 

De acordo com Julian, as divisões de base dos clubes não podem alojar garotos com menos de 14 anos. Com isso, essas escolinhas servem de preparação.

 

“Bahia e Vitória não podem ter categorias oficialmente porque existem algumas leis que eles não podem estar alojando. Eles procuram formas e parcerias para esses projetos alimentarem os clubes”, afirmou.

 

Segundo ele, os clubes dos outros estados já trabalham com esse tipo de parceria, ajudando financeiramente ou com materiais.

 

A academia funcionava apenas no Colégio Nossa Senhora da Luz, com apenas uma quadra. Entretanto, foi aberto um núcleo em Piatã, mas para futebol Society. Valoni explicou a importância da transição do futsal para o campo Society.

 

“Temos um grupo de estudo que eu participo dentro do Brasil inteiro com vários treinadores. De sete a 10 anos eles fazem dois dias de futsal e um de society. Com 11 e 12, eles invertem, para que aos 13 estejam preparados e ambientados com o campo”, contou.

 

Os bons resultados têm rendido frutos para Valoni. Segundo ele, alguns clubes grandes do Brasil já entraram em contato.

Julian Valoni é destaque na base Foto: Arquivo Pessoal

“Os clubes têm observadores em todas as regiões. Tenho recebido contato do Fluminense e do Palmeiras, pois vão visualizando nossas redes sociais e se interessando”, revelou.

 

Valoni cita o sucesso dos clubes europeus que priorizam a base e alerta a dupla Ba-Vi: “Os grandes clubes da Europa trabalham para investir na base. Criar jogadores, ter atletas da casa. No Brasil não acontece muito. Bahia e Vitória precisam se atentar para ter parcerias e projetos para que não percam esses atletas para os times de fora. Fazemos muitos jogadores, mas não conseguimos segurá-los porque não tem projeto. Se a criança tem boa estrutura aqui, não tem necessidade de sair para clubes de São Paulo. Se esse garoto achar a nossa academia, ele terá uma boa estrutura. Mas ainda é pouco. No final do ano, eu posso tirar uns dois atletas. Mas se eu tiver apoio de algum time grande, eu posso conseguir até cinco jogadores a oito jogadores, com um custo reduzido para o clube. Se você pegar a minha equipe sub-9 no Nordeste e no Brasil, eu posso dizer que a minha está no top-5”.

 

“A saída para os dois é investir cada vez mais cedo nessa geração. Fazer projetos de quadras ou buscar parceria que dê um apoio a esses projetos. Capacitar os profissionais. Para não formar só um Luan (do Vitória) por ano, mas formar dois ou três. Para que se precisar vender um, você ainda fica com três e vai montando seu time para a próxima temporada”, completou.

 

O treinador revelou que o Bahia participou de algumas reuniões, mas nem o Esquadrão e nem o Leão o procuraram diretamente.

As crianças já despertam interesse de clubes Foto: Arquivo Pessoal 

“Os clubes de fora já observaram o potencial que tem aqui e estão passando à frente dos times locais. Dentro do meu projeto eu tenho dois jogadores que já estão no Palmeiras. Treinaram desde os quatro anos de idade comigo. O João Victor foi para o Vitória, passou quatro anos, mas quando foi para acertar, eles não quiseram. Aí o Palmeiras pegou. Ele é um atleta que logo chegará à Seleção Brasileira. Excelente jogador”, disse.

 

Nascido em Juazeiro, Valoni chegou a Salvador em 2000: “Vim estudar na Católica. Peguei uma equipe de futebol e montei lá dentro. Fui treinador da equipe da FTC. Treinei Petros, eu o trouxe para cá. Ele treinava no Vitória e fazer FTC e jogava comigo”, concluiu.