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Boletim 4x4: Uma expedição ao sertão cavernoso

Por Alexandre Reis


Uma das galerias monumentais da Toca da Barriguda: ponto alto da expedição

Juazeiro, Campo Formoso, Sobradinho, Casa Nova e, já em Pernambuco, Petrolina. A Expedição Etílica da Independência, que aconteceu no feriado do dia 7 de setembro, passou por essas cinco cidades do Vale do Rio São Francisco em um roteiro que teve brincadeira 4x4 em duna, passeio a cachoeira, grutas e cavernas, navegação no Velho Chico até uma Ilha da Fantasia e degustação de vinho em vinícola. 
 

Dê o play e confira o vìdeo da parte um da Expedição Etílica da Independência
 
A organização da expedição ficou a cargo do grupo Expedição 4x4. O Boletim 4x4 vai resenhar sobre essa aventura em três partes: a primeira, que é a de hoje, destaca as visitas à cachoeira do Salitre, à Gruta do Sumidouro e à Toca da Barriguda; a segunda aborda a esticada até a “praia” do Rio São Francisco, em Casa Nova; e a terceira, a navegação no Vapor do Vinho, partindo da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, e a visita à vinícola Terra Nova – Miolo. Dê o play no vídeo acima. Clique aqui para ver as fotos de toda expedição. E leia o restante da coluna, anotando as dicas. 
 
A cachoeira 
 

 
A cachoeira do Salitre, ou da Gameleira, fica a cerca de 65 quilômetros de Juazeiro, já pertinho de Campo Formoso, pela zona rural. Assim como a Gruta do Sumidouro e a Toca da Barriguda, ela foi visitada no primeiro dia de expedição, na quinta (06). Apenas uma parte do caminho é asfaltado. A partir do povoado de Junco, começam trechos de pista de barro (com muita poeira) e de restos de asfalto com buracos. Deve-se considerar a necessidade de baixar a calibragem dos pneus para encarar o terreno e aliviar as trepidações. 
 
Durante este trajeto, é preciso estar atento aos animais na pista. Há, sobretudo, muitos bodes e cabras soltos. É possível contemplar, ao longo do percurso, inúmeras plantações de vários tipos de frutas. A terra, apesar da aridez do clima, é fértil e, em vários trechos, irrigada. Por isso, Juazeiro, no norte da Bahia, é um dos maiores produtores brasileiros de frutas do país.
 

Vegetação de caatinga predomina durante o passeio
 
As serras em volta também se destacam, como a da Santa Cruz, do Parafuso e do Mulato, algumas com sítios arqueológicos (para visitar basta encarar subidas de pelo menos uma hora de caminhada). Há ainda, no campo visual, o projeto Delfina de energia eólica (o vento é outro ponto forte dessa parte quente da Bahia), com enormes “ventiladores” vistos também no passeio de barco, feito no terceiro dia da expedição.
Antes de chegar à cachoeira, onde não há qualquer estrutura de alimentação, o visitante passa por um pequeno rio de água transparente.

O carro para bem próximo à pequena queda e ao poço do Salitre, que é fundo (crianças ou adultos que não sabem nadar devem usar boias ou coletes). A água é verde e transparente, com temperatura agradável (menos fria do que costuma ser em cachoeiras). Vale a pena passar ao menos uma hora no local. 
 

Projeto Delfina de energia eólica é um dos cenários do passeio
 
 
Guia é necessário?
 
Não é tão complicado chegar à cachoeira usando GPS. Mas o Google, por exemplo, conduz para um acesso antigo. Portanto, é necessário, em caso de não haver guia, indagar a moradores da região sobre o caminho correto quando estiver próximo (há uma placa que aponta a entrada). Mas o guia se torna fundamental se a ideia é estender o passeio até a Gruta do Sumidouro e/ou à Toca da Barriguda, em Campo Formoso. Isso porque ambas não são sinalizadas e, em relação à Barriguda, só é permitido acessar guiado. 
 
Sugestões de guias: Gilcélia (74 988068012), Bruno (74 988565976) e Jerry (74 988373100), este último profundo conhecedor das grutas e cavernas. As diárias do guia saindo de Juazeiro variam de R$200 a R$300, mais R$15 por pessoa para o passeio guiado às grutas e cavernas.
 
Gruta do Sumidouro


Imagem de dentro da Gruta do Sumidouro, em Campo Formoso

A Gruta do Sumidouro fica a cerca de 40 quilômetros da cachoeira do Salitre, já no município de Campo Formoso. Não há asfalto no trecho e o lugar fica escondido, sem placa de sinalização, passando por uma porteira em que, para entrar, é preciso solicitar a chave do cadeado em uma casa próxima. 
 
O Sumidouro é uma gruta com acesso fácil e seguro, com entradas largas e iluminadas. Ou seja, não é como uma caverna escura e cheia de morcegos. Nem é necessário uso da lanterna. É justamente a entrada de luz e a vegetação, além da passagem de um pequeno córrego, que dão uma beleza especial ao lugar, que possuí ainda coloridas formações rochosas e estalactites. Clique aqui para ver mais fotos. 
 

Outra foto da Gruta do Sumidouro, em Campo Formoso: acesso fácil e seguro
 
Ao lado do Sumidouro há uma outra gruta, chamada de Carneiro. Esta necessita de lanterna, pois é escura. Segundo o guia, levou esse nome pelo fato de ter sido “descoberta” por um carneiro, que se perdeu na Gruta do Sumidouro e foi encontrado nesta outra, após encontrar uma passagem entre as duas. 
 
Frio na barriga

 

O acesso à Toca da Barriguda assusta um pouco, mas lá dentro é encantamento
 
Mas o melhor ficou por último: a Toca da Barriguda, a 15 quilômetros do Sumidouro. Esta sim uma caverna subterrânea, onde é obrigatório o uso da lanterna, de preferência presa a um capacete ou à cabeça para que as mãos fiquem livres para se segurar nas rochas. Não há qualquer estrutura turística para facilitar o acesso à Barriguda, a exemplo de corrimões, cordas ou escadas. Ela possuí salões lindíssimos e fica bem próxima à Toca da Boa Vista, a maior caverna da América Latina, porém sem a mesma beleza. 
 
O guia também não fornece capacete ou lanterna, é bom que se diga. E é fundamental estar de tênis e levar água, pois o calor e a umidade são fortes lá dentro, a ponto do visitante, ao sair da caverna, ter a sensação de estar em um ambiente de clima temperado, e não no sertão árido e quente. 
 

 
O momento mais difícil é a entrada, pois o acesso parece ser algo tão frágil a ponto de desabar a qualquer instante. Entretanto, ao adentrar no primeiro salão, o visitante percebe logo aquele que era o primeiro acesso à caverna: uma clareira no alto, o que dá um certo alívio diante da hesitação inicial. A partir daí o medo é substituído por encantamento. E pelo calor intenso que faz o corpo transpirar bastante. 
 
A Barriguda possuí incríveis formações rochosas e salões que parecem catedrais góticas, com colunas gigantescas e muitas estalactites e estalagmites. Há ainda fósseis de animais pré-históricos, inclusive um da preguiça igual ao Sid do filme A Era do Gelo, e muitos morcegos vivos no teto (que não incomodam ninguém).  
 

Dentro da caverna, só é possível enxergar um passo à frente com lanterna
 
A visita dura em média duas horas. Entre as galerias estão os salões da Árvore, dos Espelhotemas, do Morcego, dos Discos Voadores, dos Fósseis, do Sorvete e Portal da Sorte. Os nomes fazem referência à formação das rochas, a objetos e animais encontrados nelas e também a lendas da localidade, a exemplo do paredão casamenteiro e a história assombrosa contada ao final do passeio sobre uma criança perdida (momento em que o guia pede a todos que desliguem as lanternas e sintam de fato como é a vida na escuridão dentro da caverna).
 
Dica de almoço 
 
O primeiro dia da Expedição Etílica da Independência, que explorou cachoeira, grutas e cavernas no sertão entre Juazeiro e Campo Formoso, durou o dia inteiro. A turma saiu por volta das 8h no Hotel Rapport, em Juazeiro, e só retornou quase às 20h. Ou seja, é necessário levar água e lanche. 
 

A cozinha de dona Derli fica no povoado de Pacuí
 
O almoço foi no restaurante improvisado que funciona no fundo da casa de dona Derli, no povoado do Pacuí, perto da Toca da Barriguda. Comida típica deliciosa (bode, franco, carne de sol, salada de abóbora, arroz, feijão e pirão), ao preço de R$13 por pessoa, com fartura. 
 
RAPIDINHAS
 
# O JEEP SOL, evento que acontece nos dias 12 e 13 de outubro em Jequié, já conta com cerca de 30 jipeiros inscritos. A trilha, organizada pelo clube local, tem dificuldade de leve a mediana, e só complica mais se chover (nesse caso serão providenciados tratores para auxiliar nos resgates). Trechos com lama contam com “aborto” e há uma subida de erosão. Mais informações: (73) 991260060.
 

#O RALLY DO SISAL 2018, realizado em Valente no feriado da Independência, foi um sucesso de público (dê play no vídeo acima). O evento aconteceu na SR2 Rally Park, a pista montada pelo piloto campeão Roberto Cunha, natural do município da região sisaleira. Foram disputadas etapas do Campeonato Baiano de Rally de Regularidade e do Campeonato Brasileiro de Rally 4x4. Clique aqui para ver os vencedores. 

#ROBERTO CUNHA também está à frente do Rally Salvador, que acontece no próximo dia 30 dentro do Festival da Primavera, organizado pela Prefeitura. Será uma prova de regularidade para veículos 4x4 e 4x2. A largada será Às 10h no estacionamento do Jardim de Alah. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (71) 99281-0000. Basta fazer a doação de uma cesta básica por veículo. O Boletim 4x4 vai destacar o evento na coluna de sexta-feira (21). 
 
# O FREE ROAD, clube de off road de Salvador, completou 17 anos no último dia 11. A data será comemorada no próximo dia 22 com o Passeio da Primavera, em Camaçari, trilhando pelo roteiro das Poderosas (um dos eventos organizados anualmente pelo Free). Claro que não vai faltar o churrasco no rio ao final da trilha.