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Fim da linha torta

Por Éder Ferrari

Fim da linha torta
Minha cabeça é sempre muito aberta. Procuro observar todos os lados e detalhes. Claro que é humanamente impossível conseguir explicações para tudo que envolve os objetivos das pessoas.  Nem um ET com outro nível de inteligência ou um supercomputador daqueles de filmes hollywoodianos, que dominam o planeta, conseguiriam explicar as intenções de Marcelo Guimarães Filho e grupo para seguir à frente do Esporte Clube Bahia. De longe, vejo ego, sentimento de posse e interesses pessoais além do clube como razões. Talvez se eu conseguisse uma entrevista com ele, tivesse uma resposta real, mas isso não é mais uma realidade. Muitos torcedores falam: “todo mundo sabe e a imprensa não fala nada!”. Generalização à parte, uma coisa é saber e a outra é provar. Sejamos levianos e perderemos razão, credibilidade e ainda responderemos a processos. Podemos analisar fatos, mas não acusar sem provas. Mesmo que “todo mundo saiba”. O desespero não pode afetar a inteligência e a ética.
 
MGF é deputado federal, com filhos pequenos e, financeiramente, só rasgando dinheiro para não ter os netos ricos com o patrimônio atual. O que leva um sujeito com esse perfil a passar por tudo isso? Ser ridicularizado em todos os cantos (menos nas rodas dos bajuladores) e até sofrer ameaças pessoais e a família? É isso que vejo nas ruas e redes sociais. Existe doido para tudo! O que o Bahia tem de tão atrativo para um cara expor a família a todo tipo de achincalhamento, só para administrá-lo? E olhe que o presidente não pode ser remunerado. Tudo isso é amor? Quando se ama, se quer sempre o melhor, mesmo que não seja através de você. Alguma coisa fora disso é possessão, doença. O próprio MGF virou caricatura. Ele se autodeprecia. Ao falar “temos Nike, vamos inaugurar um novo centro de treinamento, somos Série A e conquistamos um Baiano”, nada mais é que um retrato da mediocridade. 
 
A Nike que buscou o clube pela grandeza do passado e por estratégia comercial em anos de Copa do Mundo no Brasil. E ainda é um material genérico, produzido pela Netshoes. O novo CT é uma grande coisa, mas será em um local complicado para os jogadores e foi feito em troca do Fazendão, sem transparência. Isso sem falar que o prazo de entrega já foi mudado umas dez vezes. Hoje não se tem previsão e quando entregue pela parceira OAS, estará incompleto. Será que algum dia o Bahia finaliza o projeto inicial com recursos próprios? Será que o investido lá compensa abrir mão do terreno do Fazendão, em área que tende só a valorizar? Foi o grupo dos Guimarães quem colocou o clube nas Séries B e C. É como se um guri sem carteira, pegasse o carro escondido do pai, batesse em um poste e atropelasse uma pessoa por barbeiragem, querer elogios por ter dado socorro à vítima. A gestão atual disputou cinco campeonatos baianos (2009, 2010, 2011, 2012 e 2013) e ganhou um. O Vitória levou três e o Bahia de Feira outro. Grande mérito, né? 
 
Se Marcelo Guimarães Filho realmente quer o bem do Bahia deveria repensar a continuidade. Tudo tem limite e é preciso ter autocrítica para saber que não há mais clima e condições para ele continuar. Não sei de que forma haveria uma transição, mas de nada adiantaria ele sair e o presidente do Conselho, Ruy Accioly assumir. Seria pior! Do jeito que vão as coisas, Marcelinho pode acabar repetindo Marcelo e abandonar o barco quando não haverá mais salvação. Em 2005, já com a inimaginável TERCEIRA DIVISÃO na porta, Marcelo Guimarães renunciou a presidência. Esse ano não precisa ser assim e existe uma janela para se trabalhar. A parada de um mês para a Copa das Confederações dará tempo para que medidas emergenciais sejam tomadas e encaixadas. O Brasileiro começa em 13 dias. Serão cinco jogos antes da parada. A reformulação tem que ser agora! Sejam sensatos e tenham amor próprio. A vida não é só isso!
 
Paulo Angioni
 
A demissão de Paulo Angioni foi um começo e não a solução. Muita gente coloca a culpa dos times ruins e treinadores ultrapassados na conta do ex-gestor. Já afirmei isso antes e repito: Angioni só mandava naquilo que o mandavam mandar. Não entendeu? Ele era apenas um funcionário que recebia ordens. A autonomia no cargo era mais administrativa do dia a dia do que de formação de elenco e planejamento. Tudo que ele fez foi aprovado ou ordenado pelo grupo do presidente, como as contratações de Joel Santana, Vagner Benazzi, Zé Roberto e Júnior, por exemplo. Isso não o exime de culpa em todo esse processo de humilhações e o abstém de estar com conceitos ultrapassados de gerenciamento de elenco. Seja pelas limitações financeiras e de ideias impostas a ele ou por falta de visão própria, o fato é que o trabalho de busca por jogadores foi muito ruim! O que não pode é parar por aqui e o clube ficar sem gerência profissional. Antes de Angioni, o departamento era todo esculhambado e levado no migué. Só espero não voltar os tempos de que até gelo deixavam faltar...
 
Elenco
 
Mudanças gerais e substanciais precisam ocorrer com urgência, mas também é preciso paliativos no futebol. O torcedor não merece mais ver esses jogadores envergando o manto tricolor. É humilhante! Esse 7x3 aplicado pelo Vitória foi o fim da linha para uma base que não deveria ter continuado. Infelizmente eu estava certo quando, em dezembro, pedi reformulação quase total do grupo de 2012. Nem deveria citar nomes, por que estou cansado aqui de falar sobre eles. É mais fácil falar quem deve continuar. Entendo que existem custos, contudo precisa ser resolvido! Dispensar, tentar trocas com outros clubes, afastar, mas não dá mais para manter! Olha as necessidades de outros times e trabalha em cima disso. O Vasco precisa de um goleiro e já tentou Marcelo Lomba. Observa se lá tem alguém que poderia ser útil e faz proposta. Caso não tenha, oferece assim mesmo. É só um exemplo. A curtíssimo prazo tem o jogo contra o Luverdense. A diferença é grande e em caso de eliminação, pelo estapafúrdio regulamento, pode ter como prêmio a vaga na Copa Sul-americana. Portanto, sem muitos dramas, tem de mandar os garotos e quem se respeita a campo. Assim como no jogo de volta contra o Vitória. 
 
A merda já está feita e é hora de limpar! Pode parecer uma coisa menor falar do time nesse momento, mas tudo desencadeia lá. E o respeito precisa ser restaurado o quanto antes. No quadro atual, só a gurizada e outros poucos. Não vejo problema em mandar a campo um time com Omar; Madson, Rafael Donato (Demerson), Lucas Fonseca (caso regulamento ou BID não o permitam jogar; Demerson) e Jussandro; Feijão, Anderson Melo, Talisca e Rosales; Zé Roberto (tem se respeitado, mas também buscava clube pra ele) e Fernandão. Duvido que falte raça, dedicação ou que se escondam ou joguem sem pensar no time, como fez Fahel na humilhação contra o Vitória. Pelo menos foi essa impressão que eu tive. Desde o primeiro tempo, ele distribuiu pancada com intenção de ser expulso sem parecer ser de propósito. O capitão, um dos mais experientes, descontrolado daquele jeito? Qual a razão? Quem jogou percebe isso. De cara, Marcelo Lomba, Neto, Pablo, Magal, Danny Morais, Titi, Diego, Fahel, Diones, Hélder, Souza, Obina, Thuram, têm de deixar o clube. Seja por desgaste e/ou qualidade técnica. Joel Santana, que não deveria ter voltado, deve seguir a vida em outro lugar. O fim da linha chegou!