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Núcleo de Ações Afirmativas do Bahia busca resgatar alcunha de 'clube do povo'

Por Ulisses Gama

Núcleo de Ações Afirmativas do Bahia busca resgatar alcunha de 'clube do povo'
Foto: Divulgação / EC Bahia

Reforçar a democracia no Bahia e resgatar a alcunha de "clube do povo" se tornou uma missão do Bahia com o Núcleo de Ações Afirmativas (NAA), criado em janeiro deste ano. Formado por sociólogos, filósofos, publicitários, um defensor público, professores e pesquisadores sobre a questão de gênero no esporte, o clube quer enfrentar temas delicados da sociedade, como o combate ao machismo, homofobia, intolerância religiosa, entre outros assuntos. O início da luta por igualdade fora das quatro linhas começou com uma ação direcionada para as mulheres. Através da Internet, o núcleo disponibilizou um questionário para as torcedoras, que buscam entender um pouco mais sobre a experiência feminina dentro dos estádios. Ao Bahia Notícias, o presidente do clube Guilherme Bellintani falou sobre o núcleo e indicou como tem observado a primeira ação do grupo. "O projeto nasce de uma necessidade de tratar de questões que são proprias do futebol, mas são tratadas de forma isolada ou sequer tratadas. Temas como participação das mulheres, inclusão social, questões de homofobia e raciais, que são muito comuns no futebol... O núcleo é formado por conselheiros e pessoas que se dedicam sem custos para o clube, mas que estão se propondo para ter medidas que avancem", declarou. "Tenho acompanhado muito. É um dos temas que estamos acompanhando no momento. Temos uma estratégia de aumentar o número de mulheres no Conselho Deliberativo. Nas chapas, temos a obrigação de 20% das mulheres e estamos buscando o aumento das mulheres no estádio. Temos visto coisas positivas, ideias boas e vamos gerar uma política para melhorar essa questão", indicou. Entre as mais de mil respostas, está a da atendente Júlia Fraga, de 18 anos. Uma das integrantes da torcida "Tricoloucas", a torcedora valorizou o trabalho realizado. "Achei muito importante porque nós mulheres, embora algumas pessoas achem normal, temos dificuldades. Achei ótimo o Bahia fazer esse núcleo para ouvir a torcedora. Muitas torcedoras deixam de ir aos estádios por medo e isso precisa mudar", declarou.

Foto: Júlia Fraga / Arquivo Pessoal

Júlia também valorizou as perguntas específicas do questionário e comentou o assédio que as mulheres ainda sofrem na arquibancada. "Tem perguntas que achei importantes para que o clube conheça o público que está comparecendo ao estádio. Gostei também sobre as perguntas sobre assédio. Muitas pessoas acham que o assédio se resume ao tocar, mas palavras também são assédio. Já ouvi piadinhas, fui questionada sobre minha sexualidade...", explicou. Segundo o Esporte Clube Bahia, o Núcleo de Ações Afirmativas está aberto para novos torcedores. Para entrar em contato, o Tricolor disponibilizou o seguinte e-mail: [email protected].