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Marca Bahia Notícias

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ABI e outras entidades baianas se manifestam contra leilão do Arquivo Público

ABI e outras entidades baianas se manifestam contra leilão do Arquivo Público
Foto: Lucas Rosário/ SecultBA

Representantes de mais de dez entidades baianas se reuniram na manhã desta quinta-feira (18), na sede da Academia de Letras da Bahia (ALB), para se articularem juridicamente e na mobilização social em defesa da Quinta do Tanque, prédio em que está instalado o Acervo Público do Estado da Bahia (Apeb). A construção pode ser leiloado pelo governo do estado (entenda aqui).

 

Entre as medidas discutidas no encontro está a de que um estudo jurídico detalhado para a tomada de decisões seja feito. As entidades debateram ainda sobre a incursão de uma mobilização internacional para a categorização do museu como um patrimônio importante e a organização e produção de documentos que registrem o histórico do prédio datado do século XVI.

 

Além das notas e posicionamentos anteriormente feitos sobre o assunto, as entidades entendem que é preciso ações concretas urgentes. Para isso, reuniram-se os representantes da Academia de Letras da Bahia (ALB), da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), do Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento da Bahia (IAB-BA), da seção baiana da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), além de professores da Universidade Federal da Bahia, historiadores e membros de conselhos consultivos e fóruns relacionados ao patrimônio.  

 

O encontro desta quinta-feira (18) foi seguido de uma coletiva de imprensa. Para o presidente da Associação Bahia de Imprensa, Ernesto Marques, o enfrentamento jurídico que se busca não é uma afronta à justiça, antes a busca pela preservação da memória coletiva. Ernesto incentivou os jornalistas a se engajarem na pauta. "A imprensa, todos nós, como jornalistas, empreendedores e empresários da comunicação, temos um papel relevante nesse processo. Estamos diante de um convite ao jornalismo investigativo, do bom jornalismo, para denunciar isso que podemos dizer que é um crime contra a humanidade", afirmou. 

 

O atual presidente da ALB, Ordep Serra, acredita que é preciso lutar contra a injustiça. “A ideia de retirar esse documentos, e se desfazer esse arquivo, em nome de um interesse privado, é escandaloso e inaceitável. É uma vergonha para a Bahia”, classificou o antropólogo. A professor da UFBA Edilene Matos, vice-presidente da ALB, lembrou que essa é uma briga em que todos os Acadêmicos estão envolvidos.

 

Em nome da IAB-BA, Luiz Antonio de Souza, atual presidente da entidade, destacou que o assunto não pode ser tratado como a venda de um outro bem público comum, citou como exemplo a Rodoviária de Salvador e o Centro de Convenções, já que, no caso da Quinta do Tanque, trata-se de um bem tombado pelo Iphan e que, em tese, deve ser considerado inalienável. "Ao pedirmos a suspensão do leilão, isso não significou o fim do problema, mas a possibilidade da sociedade reagir mais veemente a essa situação. Como [a justiça] foi capaz de colocar preço na memória do mundo? Como põe preço assim na memória de Salvador?", perguntou Luiz.