Com quase um ano de decretos municipais e estaduais que inviabilizam grande parte dos eventos e atividades culturais na Bahia em virtude da pandemia do novo coronav&iacute;rus, empres&aacute;rios t&ecirc;m se mobilizado para sensibilizar o poder p&uacute;blico e a sociedade civil a respeito do impacto econ&ocirc;mico e social da paralisa&ccedil;&atilde;o do setor.

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Segundo o presidente da Associa&ccedil;&atilde;o Baiana das Produtoras de Eventos (Abape), Moacyr Villas Boas, ainda n&atilde;o existem dados estaduais consolidados pelo fato da entidade ter sido criada recentemente, em dezembro de 2020 (<a href="https://www.bahianoticias.com.br/cultura/noticia/39480-para-enfrentar-crise-setor-se-une-e-cria-a-associacao-baiana-das-produtoras-de-eventos.html" target="_blank">clique aqui e saiba mais</a>). Mas aponta, entretanto, que em n&iacute;vel nacional, de acordo com a Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) e o Sebrae, o setor que movimenta mais de R$ 936 bilh&otilde;es - equivalente a 12,93% do PIB do Brasil - teve 98% de seus trabalhadores prejudicados pela pandemia.&nbsp;

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&ldquo;Nosso objetivo &eacute; bater na porta, literalmente, de todos os gestores p&uacute;blicos que direta ou indiretamente trabalham na &aacute;rea de cultura e entretenimento. E nossa ideia, neste momento, &eacute; abrir um canal de di&aacute;logo com as partes, pra que a gente possa ajudar na constru&ccedil;&atilde;o de um plano de retomada&rdquo;, explica Moacyr Villas Boas, que diz fazer quest&atilde;o de frisar o car&aacute;ter n&atilde;o negacionista da Abape. &ldquo;A gente entende a gravidade e que as medidas que est&atilde;o sendo tomadas pelas autoridades, de fato, s&atilde;o necess&aacute;rias. Mas, ao mesmo tempo, entendemos que a gest&atilde;o p&uacute;blica, de forma geral nas tr&ecirc;s esferas - municipal, estadual e federal - j&aacute; falhou no enfrentamento da pandemia com a categoria. Isso &eacute; fato&rdquo;, pondera.&nbsp;

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Citando o fechamento da Ford, que gerou forte como&ccedil;&atilde;o no pa&iacute;s, Villas Boas observa que n&atilde;o existe a mesma sensibilidade com rela&ccedil;&atilde;o aos preju&iacute;zos do setor cultural e de eventos. &ldquo;Se formos falar de economia, dados do Sebrae indicam que ind&uacute;stria de entretenimento e eventos emprega muito mais que a automobil&iacute;stica. &Eacute; uma ind&uacute;stria parada h&aacute; 11 meses, mas n&atilde;o h&aacute; a mesma empatia por parte da sociedade&rdquo;, provoca.&nbsp;

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Al&eacute;m disso, ele questiona a disparidade de tratamento entre sua &aacute;rea de atua&ccedil;&atilde;o e outras. &ldquo;A gente percebe que muitas vezes h&aacute; uma falta de reconhecimento dos governantes com rela&ccedil;&atilde;o a nossa categoria. &Eacute; como se alguns setores da economia fossem mais preteridos. Por exemplo, eu n&atilde;o consigo entender por que templos religiosos podem funcionar e eventos de pequeno porte com a mesma capacidade n&atilde;o&rdquo;, compara. &ldquo;A gente n&atilde;o entende como &eacute; que nos aeroportos os avi&otilde;es est&atilde;o lotados, sem seguir qualquer medida de distanciamento, nos transportes p&uacute;blicos e no com&eacute;rcio a mesma coisa, e, no entanto, os profissionais de cultura n&atilde;o podem trabalhar&rdquo;, critica o presidente da Abape, convencido da necessidade de mostrar ao poder p&uacute;blico e &agrave; sociedade &ldquo;que existe toda uma cadeia de profissionais que est&atilde;o diretamente prejudicados e passando necessidade&rdquo;.

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<img alt="" src="/fotos/entretenimento_noticias/39697/mg/867470ad-f1e9-4700-a2c5-526fd21380b1.jpg" style="width: 400px; height: 370px;" /> 
O presidente da Apabe&nbsp;&eacute; propriet&aacute;rio da Allcance Produ&ccedil;&otilde;es | Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o

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Empenhado nessa &ldquo;miss&atilde;o&rdquo;, Moacyr Villas Boas conta que desde dezembro conversa informalmente com o prefeito Bruno Reis e que nesta semana esteve com o titular da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), F&aacute;bio Mota. &ldquo;A reuni&atilde;o foi muito positiva, a prefeitura est&aacute; totalmente aberta e disposta a dialogar conosco. E a&iacute; ficamos com dois deveres de casa: apresentarmos a proposta de um evento modelo seguro que possa ser replicado e tamb&eacute;m estudarmos, junto com eles, um projeto de lei que possa ser apresentado &agrave; C&acirc;mara para vota&ccedil;&atilde;o, que isente ou desonere a categoria no que se refere a impostos, pelo menos durante um tempo, para que o setor possa respirar&rdquo;, adianta o presidente da Abape, informando que j&aacute; tem reuni&otilde;es agendadas tamb&eacute;m com a Empresa Salvador Turismo (Saltur) e a Funda&ccedil;&atilde;o Greg&oacute;rio de Mattos (FGM), ambas vinculadas &agrave; Secult municipal.

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Para o evento teste negociado com a prefeitura, ele revela que a aposta do setor &eacute; o modelo lounge, semelhante ao que foi praticado em termos de drive-in na capital baiana. A ideia &eacute; reunir pequenos grupos separados por grades, mas sem carros. &ldquo;Elas assistem do lado de fora, separadas por grupos, seguindo todos os protocolos, com distanciamento&rdquo;, explica.

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Se com a gest&atilde;o municipal Moacyr garante ter tido total abertura ao di&aacute;logo, com o governo do estado ele diz n&atilde;o ter a mesma receptividade. &ldquo;O que eu posso dizer &eacute; que nesse quesito a prefeitura tem abra&ccedil;ado muito mais a classe do que o estado. Isso voc&ecirc; pode deixar bem claro, porque &eacute; bom que eles saibam&rdquo;, dispara. Ele alega que desde 2020 vinha conversando informalmente com representantes do governo, a exemplo da secret&aacute;ria de Cultura, Arany Santana, e o diretor da Bahiatursa, Diogo Medrado, mas que at&eacute; ent&atilde;o nada evoluiu.

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Villas Boas conta que h&aacute; cerca de duas semanas empres&aacute;rios ligados ao Carnaval conseguiram se reunir com o governador Rui Costa, mas reiterou que este grupo n&atilde;o representa toda a classe. &ldquo;Fato &eacute; que quando tomamos conhecimento da reuni&atilde;o capitaneada por Diogo Medrado, come&ccedil;amos a fazer contato com ele para participar. Ele justificou que naquele momento n&atilde;o cabia, porque era uma reuni&atilde;o espec&iacute;fica de alguns empres&aacute;rios que haviam solicitado j&aacute; h&aacute; algum tempo, e pediu que envi&aacute;ssemos nosso of&iacute;cio para pleitear a nossa audi&ecirc;ncia&rdquo;, relata.&nbsp;

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Ele diz que diante da negativa e ao saber que o governo tem trabalhado na cria&ccedil;&atilde;o de uma comiss&atilde;o para estudar um plano de retomada para o estado, envolvendo gestores de cultura, de sa&uacute;de e sanit&aacute;rios, al&eacute;m de pessoas ligadas &agrave; &aacute;rea de cultura e entretenimento, a Abape formalizou a solicita&ccedil;&atilde;o, para n&atilde;o ficar de fora desta discuss&atilde;o.&nbsp;

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&ldquo;Enviamos no dia 13 de janeiro para o gabinete do governador, para o pr&oacute;prio Diogo Medrado, na Bahiatursa, para Arany Santana, que inclusive tamb&eacute;m se mostrou bastante receptiva. A gente deve marcar reuni&atilde;o com ela muito em breve. No entanto, n&oacute;s fazemos quest&atilde;o de uma reuni&atilde;o com o governador, n&oacute;s achamos que &eacute; muito importante&rdquo;, insiste o empres&aacute;rio.&nbsp;

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At&eacute; ent&atilde;o, a associa&ccedil;&atilde;o aguarda um posicionamento do executivo estadual, para quem pretende sugerir iniciativas envolvendo o Complexo Teatro Castro Alves. &ldquo;A gente quer apresentar uma proposta para realiza&ccedil;&atilde;o de eventos na Concha Ac&uacute;stica e no Teatro Castro Alves com capacidade reduzida, distanciamento, seguindo os protocolos&rdquo;, explica Moacyr Villas Boas, acrescentando que a ideia &eacute; solicitar tamb&eacute;m isen&ccedil;&atilde;o do pagamento da pauta para ocupa&ccedil;&atilde;o destes espa&ccedil;os, com o objetivo de minimizar os impactos para o setor de entretenimento, na retomada das atividades. Isto porque os custos operacionais dos eventos com capacidade reduzida e protocolos sanit&aacute;rios mais r&iacute;gidos s&atilde;o mais elevados.

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&ldquo;A partir do momento que a gente conseguir desenhar e fazer esses eventos teste mostrando que n&atilde;o houve impacto negativo [referente &agrave;s contamina&ccedil;&otilde;es pelo novo coronav&iacute;rus], isso vai gerar seguran&ccedil;a para que os demais espa&ccedil;os da Bahia tamb&eacute;m voltem a funcionar seguindo os mesmos par&acirc;metros&rdquo;, prev&ecirc;.

Notícia

Abape promove manifesto e abaixo assinado 'Governo da Bahia, Pare de Cancelar a Cultura'

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