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Frota pede desculpas por ter insultado artistas: 'Faz parte desse bolsonarismo sujo, covarde'

Frota pede desculpas por ter insultado artistas: 'Faz parte desse bolsonarismo sujo, covarde'
Foto: Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

Ex-bolsonarista de primeira linha, o deputado Alexandre Frota diz estar arrependido por ataques à classe artística no período em que militava ao lado da extrema direita e do presidente Jair Bolsonaro. “Perdão, Caetano [Caetano Veloso], perdão, Gil [Gilberto Gil], perdão, Chico [Chico Buarque]. Eu passei dos limites. E isso faz parte desse bolsonarismo sujo, covarde, ideológico e radical do qual eu fazia parte”, disse o parlamentar em entrevista à coluna de Guilherme Amado, na revista Época. “Eu pediria desculpas, peço desculpas, não tenho problema em pedir desculpas àqueles que eu ofendi e que não mereciam, né? Outros mereciam, mas aqueles que eu ofendi e que não mereciam, eu peço desculpas”, acrescentou. 

 

“Em janeiro de 2019, eu começo a romper com o Bolsonaro. Quando você vai para o Congresso, começa a entender que as coisas são diferentes. Abre o diálogo, vai amadurecendo. Considero que em muitos momentos eu me excedi, errei e também não tenho problema nenhum em pedir desculpas”, acrescentou Frota, alegando que publicava informações nas redes sociais sem checar a veracidade. “Eu tenho uma história bem bacana com o Caetano, conheço o Gil há muitos anos, joguei bola na casa do Chico. O problema foi eu ter colocado nas minhas redes sociais informações que infelizmente eu não chequei antes, não eram verdadeiras. Então, eu acabei pagando por isso, fui processado por essas três estrelas, das quais eu gosto, inclusive”, completou.

 

Sobre os ataques contra Caetano, a quem atribuiu o crime de pedofilia, o deputado não respondeu claramente se acreditava mesmo no que dizia ou se as publicações tinham mais objetivo político. “Olha, foi um ataque compartilhado. Na verdade, quando fiz essa postagem, já tinha uma campanha de algumas semanas contra o Caetano Veloso. Eram milhares de internautas. Acabei compartilhando. Obviamente foi um erro e eu paguei por isso”, disse Alexandre Frota à coluna.

 

Mais uma vez questionado sobre ataques com objetivo político contra artistas, ele negou, mas disse que seu grupo mirava o setor cultural por causa das “inúmeras confusões” ligadas à Lei Rouanet. “Sabemos que a Rouanet foi explorada, durante muitos anos, por empresários, artistas, produtores de maneira errônea. Tem processos comprovando isso, né? Então, naquele momento, era um case falar sobre os desvios das verbas da Lei Rouanet. E quando eu falava isso, reverberava de uma maneira maior”, justificou.

 

A respeito do ingresso na carreira de ator pornô, Frota conta que foi uma escolha própria e revela que quase todos os colegas da área artística se afastaram dele, após a decisão. “Num ato de hipocrisia, falso moralismo. Como se eu tivesse cometido algum crime. Paguei caro por essa questão”, afirmou, admitindo que seus atos podem também ter sido movidos por ressentimentos.  “Isso também influenciou em determinados momentos, porque fui muito agredido, criticado, me colocaram à prova, né? Não cometi crime nenhum. Muito pelo contrário, foi um trabalho em que eu ganhei meu dinheiro, paguei meus impostos, e não agredi ninguém, não roubei, não matei, não passei ninguém para trás”, pontuou.

 

Segundo Frota, os ataques não foram motivados necessariamente pelo afastamento dos colegas, mas pela maneira que se referiam a ele. “Me xingavam. Isso é uma coisa que durante algum tempo me incomodou. Depois eu passei a assimilar isso. Hoje é página virada. Eu amadureci demais”, contou o parlamentar, que diz ter mudado muito atualmente.

 

“Eu vi o quanto aquela radicalização não leva a nada, é imunda. Consegui me libertar disso. Hoje tenho orgulho de ter sido o primeiro a sair do bolsonarismo. O bolsonarismo é uma coisa horrorosa, retrógrada. A gente precisa da extinção do bolsonarismo. Bolsonaro não merece estar sentado onde está. Infelizmente, eu trabalhei para colocar esse homem lá, mas eu vou trabalhar o triplo, e já tenho trabalhado, para tirá-lo. É bandido, corrupto, prometeu que jamais se aliaria ao centrão, chamou o centrão de corrupto, e hoje é um fantoche na mão do centrão. Ele conseguiu colocar o Arthur Lira no comando da Câmara por causa dos R$ 3 bilhões que foram injetados em emendas para os deputados. Essa minha mudança é vitoriosa. Saber ouvir, dialogar com o contraditório”, disparou o ex-bolsonarista.