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Marca Bahia Notícias

Notícia

Artista molda vagina de 33 metros em município do interior de Pernambuco

Artista molda vagina de 33 metros em município do interior de Pernambuco
Foto: Reprodução / Instagram

Uma obra de arte recebeu uma enxurrada de comentários nas redes sociais nos últimos dias. Trata-se de "Diva", de autoria da artista plástica Juliana Notari. A obra é uma vagina de 33 metros esculpida no chão da Usina Santa Terezinha, bo município de Água Preta, em Pernambuco. Dentre os comentários que a peça recebeu estão questionamentos e críticas. 

 

"Diva" integra um trabalho que já existe há 20 anos na carreira de Notari. Aspectos como de uma ferida estão nesse trabalho e em outros que ela já fez. A intenção, explica ela, é fazer uma analogia para os diferentes tipos de violência. “Até hoje a gente vive esse apagamento do corpo feminino, como a menstruação, que é vista como uma vergonha e suja, mas é algo extremamente potente. Essa sociedade capitalista patriarcal ela não admite isso. Ela quer que a mulher seja submissa ao homem”, disse Juliana.

 

Os comentários críticos, acredita Notari, se devem aos atuais líderes brasileiros. “Monumentos fálicos, como o Brennand, não tem esse reboliço todo na internet, porque é onde justamente se expressa o machismo, e a misoginia, impulsionados por esse governo”, falou, acrescentando que a legalização do aborto na Argentina, que coincidiu com o lançamento de Diva, também influenciou a opinião das pessoas.

 

Questões como a de que trabalhadores negros tiveram uma maior participação nas atividades manuais no desenvolvimento de "Diva" e o fato de que nem todas as mulheres possuem vagina foram problematizados por alguns seguidores. Ela refutou esses pontos.

 

“Não é que a vagina vá anular algo. É uma complementaridade de forças. Não estou anulando os transexuais, é uma força feminina. Tem homens que tem uma força feminina muito maior que algumas mulheres, e vice versa. São fluxos que não anulam e que não valem a pena genitalizar o processo. E aí é quando eu entro na questão da ferida”, relata.

 

O processo de execução da obra demorou 11 meses.  “Tiveram vários momentos ao longo desses 11 meses que eu achei que a gente não ia conseguir”, assume Juliana.

 

Ela comenta que a sua publicação no Instagram foi um desabafo e tirada de peso nas costas. “Ufa, consegui”, foi o seu pensamento naquele momento. “Foi literalmente um parto cavar aquele buraco. Não podíamos usar máquina ou escavadeira, porque podia não conseguir fazer as formas que a gente queria, podia ser muito brusco, aí foi tudo manualmente. Foi muito trabalhosa. E ao mesmo tempo foi um trabalho que teve alegria, eu acabei virando da família dos meninos, dos trabalhadores”, brinca. As informações são do Jornal do Commercio.