Perfis baianos de humor fazem sucesso no Instagram durante a pandemia
por Bruno Leite

Espaço amplo para a produção de conteúdo, o Instagram se tornou um palco para lives, vídeos e memes de todos os formatos. De cantores a humoristas, muita gente passou a divulgar seu trabalho por lá. E se você não conhece algum ou alguma influencer, com certeza tem alguma proximidade com um amigo de um amigo que cria produções para as redes.
Pensando nisso, separamos alguns dos perfis baianos que fazem humor na plataforma e que valem a pena serem seguidos. O sucesso dessa galera é tanto que, se somássemos a quantidade de seguidores de todos eles em um só lugar, teríamos uma população de seis milhões de habitantes - o dobro da própria capital baiana. E entre aqueles que acompanham esse trabalho estão nomes ilustres, como Ivete Sangalo, Pabllo Vittar, Vanessa da Mata, Iza, Camila Pitanga e Regina Casé.
NEY LIMA (@neylima)
Baiano de Serrinha, na região sisaleira, Ney Lima começou a fazer o trabalho para as redes sociais ainda em 2017. "Eu trabalhava em um sítio de 'doméstica' e eu queria mudar, a oportunidade que eu tinha onde eu moro era a internet e foi aí que tive a ideia de fazer vídeos", conta o artista para o Bahia Notícias.
Ele revela que ainda fica surpreso por ter famosos como Joelma e Solange Almeida como parte dos seus mais de 3,5 milhões de seguidores. Além da sua carreira na internet, ele já colocou na estrada uma peça de teatro e participou do filme "Vai que Cola 2".
Um projeto novo está em curso, o reality show "Um Crush no Paraíso", com direito a tudo que um programa do tipo tem direito, ele garante. "Acabamos de gravar e teve tudo: intriga, romance, choro, paixões, amizades, alegria, provas...", promete Ney.
CEREJA (@cerejaaaaaa)
"Personagem pronto sem nenhum esforço". É assim que ela se define. Conhecida nas redes sociais pelas resenhas que faz de acontecimentos reais e do cotidiano de Salvador, Cereja diz que começou de maneira espontânea, ao publicar um vídeo sobre a saudade que sentia durante a quarentena de passar na Avenida Sete.
"Como eu tenho uma facilidade em imitar as coisas, decidi manter [o trabalho] e estamos aí", brinca. Questionada sobre a possibilidade de viver exclusivamente de produção de conteúdo, ela diz que ainda não consegue ver essa possibilidade no que faz.
Grafado com seis letras "a", brinca que só colocou dessa maneira porque outras pessoas já utilizavam o "cereja". Ela tem cerca de 43,1 mil seguidores no Instagram.
LÉO SANTOS (@leosantan_)
Você sabe os tipos de ogãs e ekedis da sua roça? Mãe Rita, ou melhor, Léo Santos, explica. Encenada pelo humorista, que tem um trabalho nas redes sociais há um ano, a ialorixá é, segundo ele, "uma mãe certinha, que não gosta de coisas erradas".
"Tudo começou quando eu pensei: 'existem personagens de várias vertentes, por que não ter um personagem de religião de matriz africana?' E aí surgiu Mãe Rita, uma mãe de santo", comenta Léo, que tem cerca de 29,3 mil pessoas o seguindo.
Ele diz que acredita que as religiões de matriz africana precisam estar inseridas em todos os locais, inclusive no humor. "Temos muitas pessoas iguais, e eu acredito que eu trago essa diferença. Levo o axé com amor, carinho, e principalmente respeito, para não ferir a identidade da religião, e não expor demais o sagrado", diferencia.
CLEIDSON (@ocleidson)
Se você acompanha as redes sociais, com certeza você já viu um vídeo de Cleidson passeando entre trios e foliões no Carnaval de Salvador. O registro traduz o sentimento que o próprio influencer tem pelo período, que ele afirma ser o evento que mais gosta. "O Carnaval é a festa que eu mais amo desde quando me entendo como gente. É um amor que não cabe em mim. Vou com dinheiro ou sem dinheiro, já fui até com febre", revela.
Além de vídeos fazendo dublagens de memes e outras brincadeiras com coisas do dia a dia, Cleidson faz o "Posso Ajudar", um quadro em que responde perguntas dos seguidores. Nesse espaço chega uma variadade de perguntas. "Chegam mensagens de todos os tipos, muitas eu coloco no vídeo, algumas não vão, pois falam muitas coisas ousadas", diz rindo. "Muitas pessoas só falam que me amam e que adoram meu conteúdo, algumas eu mando procurar uma ajuda profissional porque são casos mais graves".
Cleidson tem mais de 21 mil pessoas acompanhando o seu conteúdo. Apesar de usar o Instagram para compartilhar o que faz, foi no TikTok que encontrou o ponto de partida. "Quando começou o isolamento, já tinha vídeos meus viralizados nas redes sociais e eu não tinha mais como fazer nada, só inovar. Foi quando mandei mensagem para alguns amigos e eu tive a ideia de dublar o áudio de um amigo e bombou. Comecei a usar o TikTok, pois lá achei alguns áudios bem legais e de lá eu trazia os vídeos para o Instagram".
"Quando eu percebi que não era mais uma diversão só para mim, ganhei a iluminação de presente do meu irmão e minha cunhada e comecei a fazer mais coisas, inclusive dublar músicas", completa.
PEDRO VALENTE (@sigapedro)
"Eu tiro as ideias dos personagens do próprio cotidiano", define o publicitário Pedro Valente sobre o que vem criando no seu perfil. São parte do seu casting o "véio da lancha", "Elísio Coach" e a blogueira "Lu Stratmann". Estrelando vídeos curtos, ele fala que esses esteriótipos "estão todos aí, bem diante de nós, basta a gente materializar em personagens".
O objetivo inicial, segundo ele, foi criar e usar isso como uma válvula de escape. "Assim como muitos [no início da pandemia], passei a ficar bastante ansioso, me sentindo só, cheio de medos e isso me fez muito mal. Então comecei a gravar esses vídeos para me distrair e muitas pessoas começaram a me agradecer por eles". "Percebi que fazia bem a mim e a outros. Virou uma diversão e até um papel social. Hoje, fiz amigos nas redes sociais por conta do conteúdo. Nunca nos vimos pessoalmente, mas temos uma troca estabelecida. E é isso que importa", completa.
IVAN MESQUITA (@ivanmesquita1)
Já pensou aprender sobre a história de Maria Quitéria no bom e velho "baianês"? E uma receita de brownie com trocadilhos que remetem a localidades de Salvador? Ivan Mesquita já provou que é possível. Morador da capital baiana, ele começou durante a pandemia e brinca com vídeos que exploram recursos do nosso dialeto e do nosso comportamento diário.
Ele brinca que a ideia é ir "botando conteúdo". "O rap, por exemplo, vou botando da forma que eu escuto, o mesmo acontece com os cordéis, junto com isso vou misturando com minha identidade ali. O que tá em alta agora, o 'Cêro', eu já faço numa linguagem mais popular, tentando fazer de uma forma que prenda o público", conta, adicionando que em produções que relata fatos históricos há um processo de pesquisa amplo antes da concepção.
Até Caetano Veloso virou tema de suas gaiatices. Em um dos vídeos mais recentes ele comenta sobre o documentário do santamarense, "Narciso em Férias", contando sobre a prisão do artista. A publicação chamou a atenção da produtora Paula Lavigne, esposa do Caetano, uma das 99,3 mil pessoas que seguem o humorista.
JOÃO PIMENTA (@joaoseupimenta)
Irreverente ao contar histórias, João Pimenta tem produções em várias plataformas. Presente no ambiente virtual desde 2011, quando montou o seu canal no YouTube, o personagem que o tornou mais conhecido foi "Pé de Pranta". Além disso, o comediante trabalha com redublagens e, na quarentena, o projeto mais recente é "Larica do Ódio", em que ele ensina receitas do cotidiano com humor. Pimenta tem mais de 243 mil seguidores no Instagram.
DUM ICE (@dum_iceoficial)
Afinal, Neca deve ou não voltar para Koscó? A dúvida do cancioneiro popular baiano de 2020 faz parte da realidade dos personagens que Franklin Reis e Dum Ice, respectivamente, interpretam. Eles fazem parte de outra produção do mesmo universo digital, o da websérie baiana "O Condomínio". Com 1,9 milhões de pessoas no Instagram, Dum faz vídeos curtos e bem humorados.
FRANKLIN REIS (@franklin.reis)
Parceiro de Dum Ice nas esquetes do par romântico Neca e Koskó, Franklin também faz vídeos curtos de humor e tem mais de 1,1 milhão de seguidores no Instagram.
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