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Marca Bahia Notícias

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Filho de Chico Anysio, Bruno Mazzeo rebate declarações de viúva: 'Questão moral'

Filho de Chico Anysio, Bruno Mazzeo rebate declarações de viúva: 'Questão moral'
Foto: Divulgação

O ator Bruno Mazzeo, filho de Chico Anysio, rompeu o silêncio após a viúva, Malga di Paula, fazer declarações à imprensa sobre a herança do humorista, disputada na Justiça (clique aqui e saiba mais). 

 

Em carta publicada no blog de Ancelmo Gois, no jornal O Globo, Mazzeo explica a origem do atrito, que teve início quando seu irmão, Luiz Guilherme (Seu Boneco), pediu a anulação do testamento do pai, por ter sido excluído do documento. Para ele, a viúva tenta parecer ética, mas se contradiz, e usa a mídia de celebridades para tentar pressionar os herdeiros e contestar as decisões judiciais às quais não recorre por meios legais.

 

“Em semanas recentes uma série de assuntos supostamente relacionados aos procedimentos legais da sucessão de meu pai, Chico Anysio, extrapolaram seu campo de discussão próprio, que é a Justiça, para compor o noticiário de mídia especializada em ‘celebridades’. Popularmente conhecida como ‘fofoca’. A fonte de divulgação é a última das esposas de meu pai, Malgarete”, declarou Bruno, destacando que os irmãos têm se posicionado de forma conjunta, no sentido de “evitar a alimentação de polêmicas em foro impróprio”.

 

Segundo ele, diante de uma “elevação de intensidade e de tom de inverdades” reproduzidas na imprensa, a decisão foi prestar esclarecimentos, destacando que seu posicionamento se dá como “atual inventariante do Espólio de Chico Anysio, em substituição a Malgarete”. 


Reforçando que suas declarações estão baseadas na “objetividade” e nas decisões judiciais, ele critica a exposição pública feita pela viúva sobre a “intimidade da sucessão” e explica que o motivo dela ter deixado de ser inventariante é pelo fato de não ter prestado contas aos demais herdeiros. “Em 13/07/2017 foi publicada no Diário Oficial decisão removendo Malgarete da função de inventariante no processo de inventário do meu pai. Essa decisão, que não foi questionada por recurso de Malgarete, faz as seguintes considerações sobre a atuação da última esposa de meu pai: ‘o inventariante exerce a função de auxiliar do juízo e a ele compete representar o Espólio e administrar os bens, cuidando deles com a mesma diligência que teria se fossem seus’. Acrescenta a decisão que o inventariante ‘pelo fato de ser administrador de bens alheios, está obrigado à prestação de contas’, para concluir que ‘o que se verifica pelo exame dos autos do inventário (...) é um comportamento desidioso da inventariante na condução do encargo’. Malgarete foi afastada da função de inventariante por se recusar a prestar contas ao Juízo e aos herdeiros e por comportamento desidioso, com o que parece concordar, pois não recorreu da decisão que assim a qualifica”, detalhou Bruno Mazzeo.

 

O artista esclareceu ainda sobre o processo de anulação do testamento. “Essa notícia, nas últimas semanas divulgada por Malgarete como novidade, decorre de outra sentença judicial, de dezembro de 2019. A anulação de testamento foi solicitada por meu irmão Luiz Guilherme, inadvertidamente excluído do documento. A lei brasileira não permite, ressalvadas as hipóteses de deserdação, a exclusão de herdeiro legítimo da sucessão e daí o testamento ser nulo”, explicou, acrescentando que ele e os irmãos  Cícero, Nizo, Ricardo, Rodrigo e Victória compareceram espontaneamente à Justiça para concordar com o pedido de Luiz Guilherme. O humorista destacou ainda que esta é uma questão moral e criticou mais uma vez a postura da viúva, que segundo ele se esforça para parecer ética, mas é contraditória.

 

“Um dos herdeiros necessários foi excluído da sucessão. Aguardava-se de todos os envolvidos posicionamento idêntico. Eis que Malgarete, que em primeiro momento concordou com a anulação do testamento, depois apresentou no processo um inusitado ‘pedido de retratação’, para defender a validade do documento. Malgarete, sempre preocupada em parecer ética nas mídias que elege cuidadosamente para expor seus pontos de vista, passou a defender a tese de que um testamento que alija um filho não deserdado é válido. A razão? Meramente pecuniária. O fato é que a Justiça anulou o testamento, nulo desde a concepção. Mas Malgarete recorreu dessa decisão, para pretender, em ação que discute validade de testamento, obter decisão que lhe garanta a propriedade exclusiva de apartamento – próximo tópico”, afirmou Mazzeo.

 

Na carta, o artista prestou esclarecimento ainda sobre um imóvel da família. “Malgarete alega ser proprietária exclusiva de apartamento na Península, inteiramente adquirido com recursos de Chico Anysio, e pretende excluir esse imóvel do processo de inventário. A escritura de aquisição do imóvel claramente indica como adquirentes Chico Anysio – que pagou a respectiva compra – e Malgarete. Ou seja, diz a escritura que o imóvel é dos dois – 50% para Chico Anysio, 50% para Malgarete, como normalmente ocorre quando um casal adquire imóvel”, pontuou o artista, destacando que em decisão judicial de 22 de março de 2019,  à qual ela não recorreu, ficou determinado que a exclusão do imóvel do inventário não procedia, pois ele pertencia ao casal e não apenas a ela. 

 

“Nada mais claro. Os recentes e desmedidos ataques de Malgarete à memória de meu pai e a seus familiares – sintomaticamente os mais pesados ataques se dirigem a pessoas mortas e incapacitadas de se defender – tem a ver justamente com o inconformismo de Malgarete a respeito da evidência de que ela só tem 50% do apartamento, o que é muito, considerando-se que a compra se fez com recursos exclusivos de Chico Anysio”, declarou Bruno Mazzeo, destacando que o fato da viúva informar  o apartamento como sendo propriedade exclusiva sua na declaração de renda “não altera o teor de escritura”. 

 

Concluindo a carta, Mazzeo destaca que as discussões sobre heranças acontecem sob apreciação da Justiça, que deve decidir as controvérsias. “A Justiça não contemporiza com administrador de bens de espólio que se furta do dever de prestar contas e que se conduz de forma desidiosa. A Justiça não prestigia pleito, de motivação meramente pecuniária, que se opõe à anulação de testamento que exclui da sucessão herdeiro não deserdado. A Justiça não se compadece com tentativa de apossamento exclusivo de bem em condomínio. A Justiça não permitirá que inventariante removida do encargo eternamente fuja de oficiais de justiça que tentam citá-la para responder a ação de prestação de contas, onde deverá justificar os aluguéis recebidos e não repassados, os impostos que deixou de pagar, pondo em risco os bens do espólio e demais atos decorrentes de sua conduta, adjetivada, com precisão, de desidiosa por decisão não recorrida”, diz o filho de Chico Anysio, acrescentando que o Diário Oficial não trará notícias boas à viúva e que o uso da mídia de celebridades não vai alterar as decisões judiciais a respeito da sucessão de seu pai.