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Ficção de Fernando Vita traz prefeito que queria Bahia como país para ter ACM como presidente

Por Rebeca Menezes

Ficção de Fernando Vita traz prefeito que queria Bahia como país para ter ACM como presidente
Foto: Bahia Notícias
Um devotado prefeito “carlista” que insiste em transformar a Bahia em país para ter Antonio Carlos Magalhães como presidente da República. Esta é a proposta de Fernando Vita em “República dos Mentecaptos”, edição que será lançada oficialmente na próxima quinta-feira (12) na Livraria Saraiva do Salvador Shopping. O evento acontece das 18h às 22h.
 
A história de “República dos Mentecaptos” se passa na cidade ficcional de Todavia, no recôncavo baiano, governada pelo prefeito Augusto Magalhães Braga, o AMB. A proposta de Braga é fazer com que seu ídolo se torne o chefe de Estado da nação baiana, tornando-se, assim, governador de Todavia. Com forte influência de mestres do mundo literário como José Saramago e Gabriel Garcia Márquez, Vita investe no humor para transformar pessoas reais em personagens, inclusive a si mesmo.

“No meio dessa ficção, você tem personagens reais. Talvez aí esteja a grande novidade literária. Porque é a primeira vez que Antônio Carlos é usado como personagem em uma trama romanesca. O grande desfecho é se saber como ACM reagirá a essa proposição desse prefeito, que queria transformar a Bahia em República”, explica, citando o que acredita ser o ponto-chave de sua nova obra. “Diante de tão estapafúrdia transformação politico-juridico-institucional e cultural, a pergunta que resta é: seriam tantos pra mandar, será que sobraria alguém para ser mandado?”.
 
Mas se nem todos os personagens são reais, muitos deles não retratam apenas a ficção. Para formar os moradores de Todavia, o jornalista trouxe componentes de pessoas que conheceu durante suas próprias experiências. “Para compor alguns, dei umas pinceladas mais fortes nas cores da loucura, da esperteza, da safadeza. Já em outros casos, até amenizei as características, porque eram uns bons filhos da puta dos pés à cabeça sem que eu precisasse contribuir em nada para tanto”, admitiu, ao se comparar com a expressão francesa “roman a clef”, que traduz a “artimanha literária” de esconder pessoas reais com nomes fictícios, deixando apenas indícios de quem seriam, para evitar eventuais processos.
 
Questionado se acredita que alguém vai perceber que está nas páginas do livro, Vita avaliou que “muitos haverão de se descobrir. “Agora não sei se necessariamente vão passar recibo, depende do papel que vão desempenhar no livro”. Ainda assim, o autor não enxerga motivos para alguém se sentir retratado de forma pejorativa. “Os personagens todos são tratado com muito bom humor, uma certa ironia, e eu próprio não me levo a sério no livro”.
 
Em um momento de discussão política intensa, o jornalista garante que é “tudo ficção” e que a história não tem “nada a ver com a política atual ou passada”. Já as citações a ACM são muito próximas da realidade. “Mesmo que aqui e acolá, eu ponha um pouco da ficção ao contar. Mas [há] muitas das citações que o Antônio Carlos fazia, do comportamento que ele adotava em determinadas situações”, compartilhou.
 
Vita crê que a história terá uma boa recepção com o público. “A minha expectativa tem sido extremamente agradável e favorável, porque várias pessoas, que são profundamente críticas, leram o livro e gostaram. Esse é um dado bom. O segundo ponto é que o livro está à venda desde agosto em livrarias de todo o Brasil, e as vendas estão bem”, comemorou.