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Veterano Marcelo Nova destaca importância do Rock Concha para cena baiana

Por Lara Teixeira

Veterano Marcelo Nova destaca importância do Rock Concha para cena baiana
Foto: Reprodução / Facebook

O Festival Rock Concha realiza neste final de semana sua edição que comemora 30 anos de evento. Marcelo Nova, vocalista da banda Camisa de Vênus, destacou ao Bahia Notícias a importância de existir um evento como esse na capital baiana. "Salvador não é uma cidade em que tradicionalmente o rock está acontecendo em todos os cantos. Então, o Rock Concha é uma oportunidade para a meninada apresentar seu trabalho de alguma forma".

 

No sábado (13), em que é celebrado o Dia Mundial do Rock, irão se apresentar as bandas Camisa de Vênus, Ratos de Porão, Malefactor e Drearylands. E, no domingo (14), o público irá assistir as apresentações de Planet Hemp, Pedro Pondé e Alquímea. 

 

Marcelo Nova disse que a banda sempre é recebida com uma "vibe muito intensa" pelo público baiano e desejaria tocar mais vezes em Salvador. "A nossa relação com o público baiano sempre foi muito estreita. A cena é que é um pouco diferente. O cenário é diferente do qual nós estamos trabalhando habitualmente, como no Sul e Sudeste. E isso não tem nada a ver com o público, isso está ligado a quem controla a cena. E a Camisa de Vênus foi uma banda que criou uma cena em Salvador, mas não valorizam isso". 

 

 

 

Em 2017, a Camisa de Vênus realizou a turnê "Toca Raul", em homenagem ao cantor Raul Seixas. O vocalista da banda disse ao BN que provavelmente algumas músicas do artista baiano, que faleceu em 1989, estejam no repertório do show do Rock Concha. "Não temos um roteiro pré-estabelecido do que vamos tocar, mas pelo fato de ser em Salvador é provável que toquemos alguma coisa de Rauzito". 

 

Sobre a turnê de homenagem, Nova disse que teve uma repercussão boa do público e era algo que ele já queria ter feito há algum tempo. "Eu já queria tirar o meu chapéu para Rauzito, e parecia que nunca ia chegar a hora, sempre aparecia alguma coisa, uma gravação ou algo que retardavam o show. Finalmente surgiu uma oportunidade e foi bom, nós privilegiamos a faceta mais rock'n'roll de Raul", explicou. 

 

Com outros gêneros musicais se destacando no Brasil, Marcelo Nova acredita que a situação do rock não passou por muitas mudanças desde que ele começou sua carreira musical. "Eu costumo dizer para a mulecada que me aborda, porque eles se queixam que o Brasil só toca sertanejo, e eu digo: 'quando eu comecei a 40 anos atrás, às 3h da manhã, eu e Robério Santana (baixista da Camisa de Vênus), nós estávamos pichando os muros de Salvador porque nós tínhamos que anunciar os nossos shows'”. 

 

“O Camisa de Vênus era um nome proibitivo, nenhum jornal publicava. Então tínhamos que sair 3h da manhã, escondidos da polícia, sair pichando os muros da cidade para anunciar os shows do Camisa. Então nunca foi fácil essa missão de fazer rock no Brasil. Em momento algum. Eu não acredito que agora seja pior ou melhor, é uma questão cultural. O Brasil tem uma cultura muito regionalista, e o rock‘n’roll é uma linguagem que praticamente percorre o mundo inteiro”, concluiu o cantor.