Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Em artigo, Caetano cita destaques de 2018 e diz que ‘a música brasileira é forte sempre’

Em artigo, Caetano cita destaques de 2018 e diz que ‘a música brasileira é forte sempre’
Foto: Divulgação

Em um artigo publicado na Folha de S. Paulo (clique aqui), intitulado “Revisão muito incompleta do ano de 2018”, Caetano Veloso elencou os mais recentes destaques da música brasileira no período, citando desde o “Ok Ok Ok” do amigo Gilberto Gil, passando pelo “Deus é Mulher”, de Elza Soares, sem deixar de mencionar a nova geração, nos mais diversos gêneros. “Este foi o ano em que o cantor português Salvador Sobral, em Lisboa, me perguntou se eu conhecia Tim Bernardes. Não. No Rio, ouvi Tim em casa de Paula Lavigne: meus filhos o conhecem. Fiquei encantado e intrigado”, lembrou Caetano. “Semanas depois vi o show dele no Net-Rio. Uma maravilha de afinação, controle da dinâmica, refinamento, execução instrumental e liberdade na elegância do uso do palco e da luz –além das composições personalíssimas de caminhos fascinantemente desviantes”, acrescentou o músico baiano, que fez uma constatação. “Tivemos certeza de que a música brasileira é forte sempre”, declarou. 


Caetano Veloso citou ainda Baco Exu do Blues, que segundo ele “sabe ouvir o que os gringos fazem e cria o jeito certo para dizer o que ele próprio tem necessidade genuína de dizer”. Segundo o cantor, as letras de Baco “citam Kanye West e Jay-Z, desavergonhadamente mostrando o fascínio pelo modelo ianque, com a saudável certeza de que a originalidade do que faz só aparecerá para muita gente daqui a um tempo”. O artista de Santo Amaro destacou também o trabalho de Thiago Amud, com “letras incrivelmente bonitas e melodias desconcertantes amparadas por orquestrações complexas e bem-compostas, escritas por ele mesmo”. E mais uma vez, destacou que a música brasileira permanece viva e renovada. “Fico sem poder compartilhar do desalento de quem diz que nada de novo e bom acontece”, declarou o músico, citando ainda Ludmila, Anitta, Nego do Borel, Baile da Gaiola com “com funks acelerados e inventivos”.


Em seu artigo, o cantor e compositor baiano falou ainda das leituras que fez durante o ano e criticou a onda conservadora no país. “O conservadorismo é tão doido que nem num sonho contado em poesia de canção pode-se subverter a moral da fábula do rei nu?”, questionou, desejando que 2019 “seja bom e que possamos extrair da maluquice algo que nos faça mais capazes”. Caetano diz ainda que foi e é “contra praticamente tudo o que os vitoriosos vêm dizendo há muito tempo. Mas que antagonistas ideológicos vençam é parte do jogo. E pode ser parte saudável. Nada de paralisar o andamento. Desistir do Brasil, não desisto. Gosto dele como Dostoiévski gostava da Rússia. Mas, sendo o Brasil o que é e eu quem sou, com mais alegria”.