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Campanha para valorizar ofício das baianas de acarajé é lançada em Salvador

Por Lara Teixeira

Campanha para valorizar ofício das baianas de acarajé é lançada em Salvador
Foto: Bahia Notícias / Lara Teixeira

A pedido da Associação Nacional das Baianas do Acarajé (Abam) foi criada uma campanha, lançada nesta segunda-feira (17), no Espaço Cultural da Barroquinha, sobre a valorização do Ofício das Baianas de Acarajé. O projeto contou com o apoio do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Ministério da Cultura e com diversas parcerias como Margareth Menezes, que cedeu sua imagem e voz para o documentário, além da agência de publicidade NBS, que ajudou a articular e engajar apoiadores em Salvador para a produção dos produtos. 

 

Durante a coletiva de imprensa de lançamento da campanha que aconteceu nesta segunda, o superintendente do Iphan na Bahia, Bruno Tavares, explicou que o objetivo principal da iniciativa é manter a "tradição e ancestralidade" das baianas de acarajé. Ele destacou que "essas são as duas coisas que precisam ser prezadas" no momento de produção do alimento. Tavares ainda afirmou que sem a tradição e a ancestralidade o acarajé é apenas um "bolinho de feijão". Para ele, como se trata de algo cultural, esses dois aspectos destacados são fundamentais para a criação da comida de matriz africana. 

 

Também presente na coletiva, a presidente da Abam, Rita Santos afirmou que a campanha é "muito importante para as baianas" e para preservar o ofício das baianas de acarajé, que se tornou Patrimônio Cultural do Brasil desde 2005. Além disso, Rita informou que são poucas as baianas que vendem de fato acarajé, e durante um ano só conseguiu entregar o selo a 20 baianas. "As baianas precisam estar dentro do contexto. Existe um decreto municipal da prefeitura dizendo que a baiana tem que estar de bata, saia e torso e se não estiver ela recebe uma multa. Mas isso não é fiscalizado pela prefeitura", explica Rita. 

 

Como resultado da campanha, a presidente da Abam espera que a população passe a "cobrar e vigiar" as profissionais de Salvador. "Salvador é o lugar onde tudo nasceu e tudo está se perdendo. A campanha chega como um resgate para as verdadeiras vendedoras baianas que lutaram para que o acarajé tivesse o nome que tem. Está difícil achar uma baiana tradicional na cidade", aponta Santos. 

 

O diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial Hermano Queiroz ressaltou na coletiva que "as baianas são os nossos patrimônios vivos". E sobre o registro do ofício das baianas de acarajé, ele destacou que é "um dos bens culturais mais representativos do Brasil". 

 

"O registro é um instrumento de luta política e garante direitos para as baianas. O acarajé não é uma comida qualquer, ele é um símbolo identitário do nosso estado e do Brasil". 

 

Já o secretário de Cultura e Turismo de Salvador Cláudio Tinoco falou sobre a importância de fazer com que a campanha chegue até os turistas. "Pessoas que pretendem vir a Salvador normalmente faz buscas, então nada melhor do que eles encontrarem a campanha e quando forem consumir o acarajé, eles já podem entender a importância de se dirigir à baiana tradicional".  

 

O secretário ainda informou que os vídeos e as peças publicitárias serão disponibilizadas nas redes sociais da prefeitura.