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Antes de fim da banda, Matanza vai 'se jogar' em show de Salvador 'como se fosse o último'

Por Lara Teixeira

Antes de fim da banda, Matanza vai 'se jogar' em show de Salvador 'como se fosse o último'
Foto: Divulgação / Felipe Diniz

A banda Matanza, reconhecida como um dos grandes nomes do rock brasileiro, anunciou em maio deste ano o fim das suas atividades após mais de 20 anos de estrada. O grupo, formado por Jimmy London (vocal), Mauricio Nogueira (guitarra), Jonas Cáffaro (bateria), Dony Escobar (contrabaixo) e Marco Donida (guitarra), está na reta final da sua última turnê e chega a Salvador neste sábado (13), para fazer o show "Derradeiro", no Alto do Andu, às 20h. 

 

Em conversa com o Bahia Notícias, Jimmy London contou que nesse último mês de apresentações está sentindo um misto de sentimentos. "Eu tô muito cansado, porque são 22 anos seguidos, mas ao mesmo tempo é uma tristeza muito grande. Eu nunca quis esse término da banda, e em cada show desse eu tô fazendo o máximo que eu posso para aproveitar muito e lembrar de cada segundo", admitiu o vocalista. 

 

"Eu quero deixar um legado forte, na verdade o grande lance disso é direcionado a um fim digno, um fim forte, um fim bonito e eu estou fazendo questão. E também estou fazendo questão para mim, de fazer shows do c****** e  ficar com uma memória lindona. Antes de mais nada, tenho aquela sensação de quem está indo para se acabar mesmo, e colocar o máximo que eu tenho para fora", completou London.

 

Questionado sobre a decisão de encerrar os trabalhos do Matanza, Jimmy revelou que não foi uma decisão unânime dos integrantes do grupo e aconteceu por divergências de pensamentos. "Foi uma decisão de uma parte da banda, nunca foi minha. Mas é uma questão de relacionamento mesmo, acho que depois de 22 anos as coisas pequenas ficam muito grandes e as coisas grandes ficam pequenas", lamentou o artista. "Eu tenho um lance de sempre pensar na banda antes de pensar nos indivíduos que fazem parte dela, então sempre penso no que é melhor para a banda, o que vai ser melhor para a carreira dela, e isso sempre foi um ponto de sinergia, todo mundo sempre trabalhou nesse sentido. No momento que todo mundo deixa de acreditar nisso, fica mais difícil. Então eu não consigo trabalhar para ser em prol de coisas pessoais e não em detrimento do interesse do todos, eu não consigo entender isso", revelou Jimmy.  

 

"Eu acho que é muito difícil ter uma banda de rock pesada no Brasil, e se a gente não faz o maximo que pode, aí fica praticamente impossível ou fica tipo um hobby, e realmente banda de hobby não é uma coisa que me interessa nem um pouquinho, eu só sei fazer as coisas com potência máxima", completou. 

 

Com relação ao movimento do rock nos dias de hoje, Jimmy London acredita que, apesar de existir um público fiel ao gênero musical, existem fases em que mais pessoas estão acompanhando o estilo e em outros momentos nem tanto. "Eu sempre falo que eu acho que o rock é que nem barata, vai ter uma guerra nuclear, mas ele vai sobreviver e ele sempre vai estar presente. Por mais que ele esteja escondido, seja em bancários ou advogados, que por baixo tem uma camisa preta, tem esse lance de efetivamente gostar do rock de verdade e nunca abandonar". 

 

"Tem também uma outra galera que curte rock, mas é mais 'flutuante'. É aquele cíclico que vem ali e uma época tem 60% a mais de uma galera que curte rock, e em outra época tem 60% a menos. E o cíclico é muito legal, a gente nunca pode achar ruim, ‘ah, mas você não é o verdadeiro rockeiro’, grandes m****, como se a gente tivesse alguma obrigação de ser ‘verdadeiro alguma coisa’, a gente não tem obrigação de fazer p**** nenhuma. A gente tem obrigação de fazer o que a gente gosta", defendeu. "Nesse momento, esse cíclico do rock está por baixo, mas ele vira tão rápido e por fatores tão ínfimos que daqui a pouco está rolando de novo. Mas a verdade é que o rock nunca deixará de existir, a galera sempre gosta", garante.

 

Ao anunciar o término da banda, o Matanza informou que iria cumprir os shows que já estavam agendados. No repertório das apresentações, Jimmy explicou que as músicas escolhidas foram aquelas que melhor se encaixavam com o momento e que "a galera curte mais". "Estou tentando fazer o melhor show possível, porque realmente eu faço muita questão de sair me sentindo bem. Não quero nem um pouco sair 'deprê', achando que devia ter parado antes. A gente escolheu as músicas que melhor compõem um show, melhor desenham o show, como a gente sempre faz quando monta uma setlist", disse.

 

Sobre o público de Salvador, o vocalista foi só elogios e disse ao BN que tem boas lembranças dos shows que aconteceram na capital baiana. "A relação com os fãs baianos é f*** para c******. Salvador e a Bahia toda sempre foram animais com a gente. Os shows sempre são f****. Uma coisa que sempre me marcou muito é a 'acabação'. A galera se joga de uma maneira impressionante no show, do início ao fim. Fazer show aí não é para qualquer um, não, no mínimo precisa ter um preparo físico", contou London.

 

O cantor fez questão de dizer que irá "se jogar" tanto quanto o público baiano durante o show. Além disso, espera que todos se divirtam durante a apresentação. "Estou fazendo esses shows como se fossem os últimos. Como eu costumo dizer por aí, ‘viva como se fosse o seu último dia, porque mais cedo ou mais tarde você vai acertar’. Então estamos fazendo esses shows como se fossem os últimos, porque dessa vez a gente acertou", apontou Jimmy.  

 

Com o fim do Matanza, Jimmy já está com outros projetos encaminhados. Ele se juntou ao grupo carioca Rats para continuar no mundo da música, está preparando material para voltar à televisão e fazer programas especiais, está escrevendo um livro sobre empreendedorismo no setor da cultura e ainda pretende voltar a atuar. "Estou que nem o pessoal da Bahia, me jogando para todos os lados", brincou o cantor. 

 

Jimmy contou ao Bahia Notícias que não descarta uma possível volta da banda e disse que não pode afirmar que é uma separação definitiva do grupo. "Pode acontecer qualquer coisa com a gente. Eu não tenho o menor problema em deixar meus caminhos abertos. Eu aprendi, depois de muito tempo, que o que importa é o que a gente faz com a nossa vida para ser feliz, o resto é bobagem", finalizou o artista. 

 

SERVIÇO
O QUÊ: Show Derradeiro - Matanza
QUANDO: Sábado, 13 de outubro, às 20h
ONDE: Alto do Andú, Paralela, Salvador-BA
VALOR: Lote promocional + 1kg de alimento - R$ 62 | Meia entrada - R$ 62 | Inteira - RS 124