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Coluna

Blog do Preto quer falar com os homens sobre obesidade enquanto patologia (grave)!

Por Marcos Preto

Blog do Preto quer falar com os homens sobre obesidade enquanto patologia (grave)!
Dra. Dandara Reis - Foto Divulgação

Não sei se todos sabem, mas trabalho como RP e precisei fazer uma visita na Clínica da Obesidade para um job. Lá no espaço, fiquei chocado como a ficou claro que a obesidade é uma doença crônica e assim deve ser tratada tanto por pessoas que vivem com a patologia quanto pelos profissionais de saúde - e eu serei um deles em breve. 

 

Pensando nisso, resolvi escrever sobre o fato dA obesidade ultrapassar o simples incômodo estético de “não caber na roupa e sim ser escolhido pela roupa que cabe”, como certa vez ouviu de uma paciente a Dra. Dandara Reis, endocrinologista da Clínica da obesidade e endocrinologista clínica e hospitalar no Hospitais São Rafael e Santa Isabel.

 

Segundo a médica, “ter obesidade significa ter maior chance de desenvolver problemas orgânicos como diabetes, hipertensão, colesterol e triglicérides elevados, mas também de ter desfechos mais graves, como infarto”.

A profissional, que também é Mestre em Saúde Coletiva e professora do internato de clínica médica e saúde da família da UNEB, alerta para algo não menos importante: o excesso de peso está relacionado a comprometimento ortopédico, com queixa de dor passando a permear a vida desses indivíduos e DM algumas situações levando à incapacidade para realização de tarefas simples, como sentar e levantar da cadeira.

Mas se isso fosse tudo. A obesidade também está relacionada ao adoecimento psicológico que muitas vezes é minimizado, mas que afeta tanto a vida desses indivíduos. Em trabalho desenvolvido pela Dra Dandara, em colaboração com grupo do IEDE (Rio de Janeiro), entre 307 indivíduos com IMC >30kg/m2, encontramos prevalência de, pelo menos, um transtorno psiquiátrico de 60,9% e 32,6% possuía mais de um diagnóstico psiquiátrico. O diagnóstico mais prevalente foi o TCA (transtorno de compulsão alimentar) (25,4%), seguido pelo transtorno de ansiedade (16,3%), depressão (16%), fobias (14,6%).

 

Se você segue ainda lendo este texto, provavelmente está se perguntando: e como é possível tratar ou lidar com essa doença chamada obesidade? Será que eu tenho obesidade? E como eu posso fazer para prevenir a obesidade?

 

Comece pelo mais fácil. Descubra se você a tem. Para isso, pegue a calculadora e faça a seguinte conta:

Peso : (altura x altura).

Se o valor for igual ou maior que 30, você já tem obesidade. Caso o valor esteja entre 25-29,9, você já tem uma condição chamada sobrepeso e precisa ficar atento, afinal está caminhado para obesidade.

E para tratar é preciso lembrar que o acompanhamento multidisciplinar é fundamental e a equipe mínima deve ser formada por um endocrinologista, nutricionista e educador físico. Entretanto, muitas vezes vamos precisar do apoio do psicólogo e psiquiatra (às vezes apenas temporariamente).

 

O mais importante, porém, neste e em qualquer tratamento, é o próprio indivíduo. Doenças crônicas exigem que a gente pense que dias bons vão existir e que a gente não pode esquecer deles só por causa dos dias que não serão tão bons. Assim, a regra é balançar o esqueleto e, no tocante aos alimentos, descascar mais e desembalar menos. E sempre lembrar que, depois de “enfiar o pé na jaca” um dia, sempre podemos e devemos voltar a nossa rotina.

 

Por último, prevenir a obesidade vale para todos. Alimentação saudável faz bem e não tem efeito colateral e muito menos contraindicação. Prática regular de atividade física (buscar a avaliação do cardiologia antes pode ser necessário em alguns casos) faz bem ao corpo e a alma. E ainda te faz dormir melhor. E, se você tem familiares acima do peso, ter um endocrinologista para chamar de seu médico é uma boa opção também.

 

Segundo a médica, existem três linhas de de tratamento da obesidade, que são mais utilizados, além de tudo o que você já leu aqui. São eles:

 

- uso de medicamentos para obesidade. Que sempre devem ser acompanhados por um médico e avaliados manutenção, efeitos colaterais, associação com outros medicamentos que o paciente já usa assim como efetividade. E cuidado com os remédios que se dizem naturais.

 

Ser natural não significa não ter efeitos colaterais. Então busque um endocrinologista para te auxiliar. Ele será o melhor profissional para isso. 

 

- Cirurgia bariátrica é uma opção. Entretanto devemos atentar que é um procedimento mais invasivo com os riscos de uma cirurgia. Além disso ele deve ser feito juntamente com o acompanhamento multidisciplinar antes, durante e após o procedimento. Seus efeitos não são duradouros se as escolhas não mudarem. 

 

- Tratamento no formato de internamento. É um formato presente no Brasil e em alguns centros na Europa. Ele geralmente é dividida em uma fase intensiva de perda de peso com dietas de baixa e muito baixa caloria e quantidade de carboidratos (também conhecida como dieta LOW carb). Fornecem resultados de perda de peso que podem ser semelhantes a cirurgia bariátrica e devem ser acompanhados por equipe multidisciplinar. Na segunda fase existe um seguimento do indivíduo visando garantir a manutenção do peso perdido e mesmo apoiar o paciente na transição para a fase de manutenção ambulatorial do peso. Está é uma ferramenta muito importante e que não tem contra indicações. Podendo ser usada por pessoas com obesidade que tem contra indicação as duas opções terapêuticas anteriores ou que não as deseja. Além disso ela é uma opção para pessoas que já tentaram outras opções de tratamento e tiveram reganho de peso ou mesmo para super obesos que não podem fazer a cirurgia e precisam perder peso para fazer a bariátrica. Uma outra opção ótima é para aqueles indivíduos que está acima do peso e não se enquadram nos tratamentos anteriores mas entendem a importância de prevenir a obesidade e podem usar o tratamento como forma segura para redução de peso.

 

Assim, pense bem antes de olhar para alguém e dizer: ele (a) tem um rostinho lindo! Se emagrecesse…

 

Agradecimento;

Clínica da Obesidade que cedeu, gentilmente, a profissional para esse post.