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Coluna

Fala, Albuca!: O novo sempre vem

Por Beatriz Albuca - @albuquerquebeatriz

Fala, Albuca!: O novo sempre vem
Foto: Divulgação

Apesar da pouca intimidade dos brasileiros com museus e centro culturais, o que se vê em pesquisas é o aumento da frequência à esses espaços. É desse momento de crescimento do interesse, sobretudo na população jovem, na descoberta dos museus brasileiros que essas instituições precisam se aproveitar para fidelizar o publico e fomentar o consumo da cultura.

 

Tudo que é novo é arriscado, mas inevitável: ele sempre vem, diria Belchior. No caso dos museus, se o objetivo é aumentar a frequência e fazer de uma ida à uma galeria um programa regular no cotidiano do brasileiro, o novo não precisa vir de novas obras ou novos movimentos artísticos. O novo museu precisa comunicar uma mensagem a partir de novos elementos e a novidade não precisa ser o que será exposto mas como isso será feito. 

 

Os museus hoje tendem à uma interatividade que potencia a maneira como eles servem à sociedade. A interação com o publico tem transformados alguns lugares em verdadeiros espaços de troca, apreciação e valorização do patrimônio, seja material ou imaterial, como é o caso do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo e o Atelier des Lumières em Paris. É uma tendencia mundial e o diferencial desses espaços é a forma em que o conteúdo é apresentado, tornando a apresentação à obra de um artista ou à historia da língua portuguesa uma jornada interativa e uma experiencia imersiva ativando outros sentidos que não só a visão.

 

Nesse caminho também, além de proporcionar uma visita mais produtiva, os museus investem na diversidade do seu público. As obras em exposições interativas geralmente podem ser tocadas, podem ser acompanhadas de musica, recitais, movimentos. Então, uma exposição interativa pode abrir espaços para uma parcela da sociedade que ainda hoje encontra muita dificuldade para dialogar em espaços culturais: deficientes auditivos ou visuais, por exemplo.

 

No entanto, essa ferramenta da interatividade está longe de ser a chave para a manutenção de todos os museus, pois ainda precisamos conservar algumas obras pelo seu valor historico e social, seu valor na formação de um movimento, de uma identidade ou de uma nação. A recepção de uma exposição de Van Gogh no Atelier des Lumières existe em uma esfera diferente de uma exposição de seus quadros originais, onde há uma coexistência entre artista e obra à ser observada com um certo distanciamento pelo espectador. Porém, é bem vinda a adaptação por parte dos espações culturais à essa nova realidade, já que ela permite uma comunicação mais direta com seu público. Esses novos modelos de exposição iluminam mais um dos caminhos onde a tecnologia facilita a construção de uma relação entre sociedade e arte.