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Precisamos fugir desse vale do obscurantismo

Por Isabela Sousa

Precisamos fugir desse vale do obscurantismo
Foto: Divulgação

 CPI da Covid-19 traz à luz dos holofotes o quanto estamos rodeados por pessoas obscurantistas com grande poder político para determinar ineficazes protocolos sanitários e planos de enfrentamento à pandemia. Se prendem à ignorância, à anticiência e ao pedantismo. Na maioria das vezes, fazem alarde de conhecimentos que não possuem e não fundamentam uma linha de suas falas em algum tipo de estatística ou estudo sério. São pessoas pretensiosas, acreditam ser superiores a quem realmente possui qualificações e conhecimentos técnicos a respeito de determinado tema.

 

Acompanhar depoimentos e discussões com certos ‘personagens’, que só são tidos como “referências científicas” para o Governo Federal, chega a ser constrangedor. É ‘Capitã e Capitão Cloroquina’ para cá, vexame sobre a diferença entre vírus e protozoário para lá. E o resultado de tudo isso é um país em desmoralização e com milhares de famílias em luto. Estamos prestes a alcançar a trágica marca de meio milhão de mortes devido à falta de um plano nacional para controlar a pandemia, seja com protocolos sanitários eficientes ou com celeridade na campanha de vacinação.

 

A certeza mesmo é que já está mais do que comprovado o quão nocivo tem sido caminhar por esse vale obscuro que nos colocaram. Não dá mais para deixar nosso país à mercê daqueles que subestimam nossa capacidade de reflexão e de realizar análises críticas. Mesmo com toda ampla divulgação de estudos de Institutos e Organizações conceituadas, tanto nacionais como internacionais, essas figuras obscuras tentam nos convencer sobre procedimentos e utilização de medicamentos ineficientes e não recomendáveis por entidades respeitáveis.  

 

Aqueles que escolheram buscar a saída dessa crise pandêmica aconselhando-se com pseudos cientistas e colocando a população à mercê da própria sorte precisam ser devidamente responsabilizados nesta CPI. A má conduta dessa gestão federal na pandemia tem chamado atenção e sido noticiada em grandes jornais de todo mundo. Inclusive, a revista britânica The Economist pontuou recentemente que essa gestão tem ações que “são ruins para o Brasil e para o mundo”. Esse projeto do governo em favor da anticiência ficará marcado nos livros de história como uma grande tragédia brasileira.

 

Toda essa irresponsabilidade negacionista nos leva para um abismo sem fim. E nós não merecemos isso! Está em plena guerra contra um inimigo invisível para salvar vidas e ainda precisamos nos debruçar para conter a disseminação de notícias falsas, charlatanismo e narrativas anticiência. Como bem pontuou a médica Infectologista Luana Araújo em depoimento na CPI na última quarta-feira (02/06), essa "é uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente. Porque ainda estamos aqui discutindo uma coisa que não tem cabimento. É como se a gente estivesse escolhendo de que borda da Terra plana a gente vai pular, não tem lógica".

 

O caminho agora precisa ser de reconstrução e convergência em favor de um país que volte a seguir plenamente os trilhos da ciência, que busque estruturar uma educação básica de qualidade e que reencontre na força do trabalhador brasileiro a esperança por dias melhores. Não será uma tarefa simples, mas é completamente viável com a mobilização daqueles que acreditam na sabedoria e capacidade do nosso povo em superar desafios! Em tempos tão sombrios, precisamos acender a luz do conhecimento que nos trará a esperança de caminhar em favor de um Brasil melhor e mais justo num futuro próximo!

 

*Isabela Sousa é líder do Movimento Acredito, ativista pela redução das desigualdades, presidente municipal do Cidadania e graduanda em Direito

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias